sexta-feira, 21 de março de 2014

José Maria Madrid Radialista de Mossoró



Por José Mendes Pereira

Foi um dos melhores e mais competentes radialistas de Mossoró. Tinha uma voz assustadora, mas na verdade, só a sua voz. José Maria Madrid era uma verdadeira criança. Educadíssimo, amigo dos amigos.

Dom Gentil Diniz Barreto -  bispo de Mossoró, Alcides Belo, ex-prefeito de Mossoró, e o radialista José Maria Madrid - aparece de bigode - todos já falecidos. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Conheci o Zé Maria Madrid nos anos 70, quando ele veio trabalhar na Rádio Difusora de Mossoró. Enquanto ele era empregado na Rádio Difusora, eu trabalhava na Editora Comercial S/A, numa sociedade: Cine Caiçara, Cine Jandaia e Cine Miramar de Areia Branca, mais a Rádio Difusora, e a Editora Comercial S/A, cujos sócios eram:
  

Renato Costa é o nº. (1). O nº. (2) é Bibil Gurgel - proprietário do Banco S. Gurgel em Mossoró - ambos já falecidos -Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Os verdadeiros proprietários desta sociedade era Renato Araújo Costa, Dr. Paulo Gutemberg de Noronha Costa, irmão do primeiro, Milton Nogueira do Monte e José Genildo de Miranda; quatro homens que muito souberam respeitar os seus empregados.

Carlos Augusto Rosado - esposo da governadora do Rn e José Genildo de Miranda, já falecido. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nenhum de nós que teve a oportunidade de trabalhar com estes homens, tem a audácia de falar mau de um deles ou de todos, e se falar, é porque gosta mesmo de denegrir a imagem de qualquer ser humano.

Dr. Paulo Gutemberg era um homenzarrão, de andar apressado, de olhos azuis, alto, de cor clara, aparentando o fundador de Brasília, o ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitischek. Era advogado e chegou a ser promotor de justiça.

José Renato, filho de Renato Costa e sobrinho de Paulo Gutemberg - suicidou-se - Nilo Santos e Paulo Gutemberg - ambos faleceram de infarto. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Renato Costa, Dr. Paulo Gutemberg e Genildo Miranda tinham um respeito enorme pela pessoa de Milton Nogueira do Monte, igualmente nós, operários. A paciência que tinha seu Milton, a maneira que ele falava com qualquer ser humano, por mais ignorante que fosse o sujeito, ele evitaria ter qualquer desentendimento com seu Milton Monte. 

Zé Maria Madrid como era chamado pelos seus amigos, tinha uma facilidade para decorar os textos que seriam lidos na Rádio, no horário do jornal, ao meio dia. Bastava ele ler uma vez, já sabia tudo sobre o assunto, e nem precisava mais das laudas para ler as notícias.

Zé Maria gostava da diversão nos bares, e tive oportunidade várias vezes de participar da sua mesa, lá no bar da Dona Neci, na Rua Frei Miguelinho, com o cruzamento da Rua Tiradentes, vizinho a antiga SAMBRA, esta sendo uma algodoeira, onde hoje funciona um Chopp.

A SAMBRA funcionava neste prédio. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br

Nesse tempo eu ainda era solteiro, e como havia saído da instituição escolar, a qual eu vivi oito anos, mas já estava vivendo de favores, por já ter passado dos dezoito anos, fui morar no Sindicato da Lavoura de Mossoró.
Geralmente nós nos encontrávamos no bar citado. Eu já era freguês de meses, e Zé Maria Madrid, antes de começar o seu trabalho do meio dia, sempre estava no bar para ingerir algumas pingas, e vez por outra nosso patrão, Dr. Paulo Gutemberg nos visitava, fazendo parte do nosso almoço.

Paulo Gutemberg está ao centro - Foto do acervo da Florina Escóssia

Nesse dia era um sábado. Como Dr. Paulo Gutemberg era muito farrista, não gostava de deixar quieto o que as meretrizes do seu tempo guardavam debaixo das saias, ele vivia mais no vermelho do que no verde.

Zé Maria e eu já estávamos no bar aguardando o almoço. Minutos depois, Dr. Paulo Gutemberg chegou e fez parte da nossa mesa com almoço, cervejas, bebidas mais fortes etc. 

Lá pras tantas, devido ter passado a sexta-feira em altas farras, Dr. Paulo Gutemberg já estava pra lá de bêbado, e enquanto Zé Maria e eu fomos acertar a conta das nossas despesas no balcão, Dr. Paulo Gutemberg saiu de mansinho e vou embora. 

Naquele momento tivemos que dividir a despesa entre nós dois, já que ele havia desaparecido do pedaço.

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Mas na segunda-feira, assim que ele chegou à Editora Comercial, foi até à linotipo, máquina a qual eu trabalhava, e me pediu o valor que ele deveria compartilhar. Repassei o total que nós havíamos pagado, e ele me entregou uma parte do valor pago no bar da dona Neci. Recebido, divide-a com o Zé Maria Madrid.

Minhas Simples Histórias

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Fonte:
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