sexta-feira, 30 de maio de 2014

Seu Raimundo Januário era comerciante no Mercado Público Central de Mossoró

Por José Mendes Pereira

Não tenho muito que falar sobre seu Raimundo Januário, isto é, se era mossoroense, ou se chegara aqui e aqui ficou, mas o conheci muito, e sei que durante muitos anos foi comerciante no Mercado Público Central de Mossoró, vendendo cereais, enlatados e outras mercadorias. Era esposo da capacitada professora "Laís", que era professora na "Casa de Menores Mário Negócio".

Seu Raimundo Januário tinha uma cor clara, de estatura média, meio grosso, mas não tanto, e nesse período, suponho que ele já passava dos 50 anos. Residia no centro da cidade, à Rua Melo Franco, em frente à "Estação Ferroviária de Mossoró" que nos dias de hoje, funciona a "Estação das Artes Eliseu Ventania".



www.mossoroemfoco.com

Seu Raimundo Januário era um dos que fornecia mercadorias à "Casa de Menores Mário Negócio" mantida pelo o Governo Estadual com parceria do Governo Federal, administrada pelo -"SAM - Serviço de Assistência ao Menor", hoje é a "FEBEM".

Lembro-me que quando a vice-diretora me incumbia para fazer algumas comprinhas de mercadorias na sua mercearia, geralmente ele me perguntava: "- E como anda com as princesinhas?"

Princesinhas que ele se referia eram as mocinhas novinhas, porque eu ainda estava com pouco mais de 16 anos. Mas eu o respondia que os seus pais eram bravos.



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Ele sorria e me dizia que, no seu tempo, para se namorar, era  muito difícil, porque as mães não arredavam os pés um só instante das filhas quando elas estavam com namorados. Ficavam ali grudadas ao casal. Não rolavam beijos, só uma pegadinha de mãos e mais nada. E ai daquele que tentasse dar um abraço na namorada! O jovem já era considerado um canalha, e o pai da donzela já o rejeitava como futuro genro. E alguns deles chegaram até ser expulsos da casa da namorada.

Seu Raimundo Januário era uma excelente pessoa, gostava de prosear, de contar histórias sobre mocinhas novas no seu tempo, mas que nunca se aproveitou de nenhuma. Mantinha o respeito para não passar por gaiato, ou elemento desprestigiado pelos pais das suas namoradas. A sua esposa, dona Laís, que ainda está viva, também é uma grande figura humana.  

Apenas quero registrar neste blog a passagem do comerciante Raimundo Januário em nosso planeta, já que o conheci na batalha pela vida. Mas ele não era desarranjado. Apesar da simplicidade que lhe acompanhava, era dono de muitos panos para as mangas.  

Minhas simples histórias

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