quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Casa de Menores Mário Negócio - uma instituição extinta - Parte IV

Por: José Mendes Pereira

Amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Ah, se os tempos voltassem para vivermos novamente aquelas façanhas, que de vez por outra nós as aprontávamos! Principalmente você, que não deixava ninguém quieto.

Sentirmos o cheiro do leite (mingau) que  bebíamos todas as manhãs, fornecido pelo programa do governo “Aliança para o Progresso”. Comermos aquele queijo de cor alaranjada; não tenho plena certeza, mas me parece que o seu nome era queijo do reino.

 
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Almoçarmos belas comidas feitas pela cozinheira Beatriz Melo, que em matéria de cozinhar, era a melhor daquela instituição. Mas em contra partida, tínhamos um jantar muito fraco, sopa feita de caldo de feijão, sem nenhum gosto de carne, que até hoje, quando eu vejo sopa, não me sai da lembrança daqueles tempos.

À noite, ao chegarmos das nossas escolas, cada um recebia um pão com um taco de rapadura. Alguns deles não queriam, porque já haviam merendado fora. Mas aquele que merendava fora, era patrocinado pelos pais ou pelos parentes.


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Fugirmos da presença da vice-diretora em busca de um lugar seguro, para fumarmos. Vício que ela mesma era dependente, e até hoje, tenho notícias que ainda fuma. Mesmo ela sendo fumante, combatia fortemente aos internos que também eram viciados


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Permanecermos nas calçadas da escola, após o jantar, vendo as lindas meninas passeando pelas ruas dos antigos igapós nas imediações dos Pereiros. Também para recebermos ligações de várias mocinhas, que viviam nos rodeando, como se nós fôssemos artistas. Coisas de meninas novas.

Foto: Que coisa, hein!

Nos anos sessenta - Raimundo Feliciano e José Mendes Pereira
Raimundo Feliciano e José Mendes Pereira

Lembro que duas vezes por semana, nós dois, saíamos em uma bicicleta cargueira até a  Ilha de Santa Luzia, à Rua General Péricles, na Mercearia do Zé Maia (cunhado da vice-diretora), para apanharmos uma porção de bananas para a escola,  e ao retornarmos, em vez de seguirmos para a instituição, ficávamos sobre


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a barragens Jerônimo Rosado, e ali, nós comíamos bananas em abundância, e jogávamos as cascas sobre a água, só para vermos elas passando de um lado para outro, através do deslizar das águas.


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O nosso medo era que ao chegarmos à escola, as bananas fossem contadas pelas empregadas ou pela vice-diretora. Mas felizmente isto nunca foi feito, apenas nós temíamos. E os assaltos às bananas continuavam. Mas tudo que nós fazíamos jamais nos ridicularizou, apenas praticávamos coisas de adolescentes.

Nos dias de hoje, tudo é diferente. Ninguém confia em ninguém. São poucos que praticam certas desordens, e abandonam ao se tornarem adultos. 

Minhas Simples Histórias

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