terça-feira, 28 de janeiro de 2014

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO - UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA - PARTE III

Por: José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Foram tantas façanhas vividas por nós naquela escola nos anos sessenta e setenta, que aos poucos irei relembrando uma por uma. Foram fatos que nada nos ridicularizou, apenas fazíamos coisas que todos os adolescentes da nossa época faziam. Éramos uma família unida e nunca houve brigas entre nós. Vivíamos sobre severas ordens, mas vez por outra nós ultrapassávamos os limites, e estávamos a rirmos uns dos outros, devido as broncas que recebíamos da vice-diretora; e um dos mais capetas daquela instituição era você, meu mano, por não querer deixar ninguém quieto. Volta e meia você já aprontava uma contra alguém, mas jamais suas brincadeiras foram prejudiciais aos nossos amigos.


Raimundo Feliciano

Dona Caboquinha (Ana Salem de Miranda, a diretora, esposa do vice-prefeito de Mossoró, na época, Genildo Miranda), era para nós uma mãe de coração brando e grande, e em certos momentos, ria com aquele jeito angelical dela, pelas desordens que nós, internos fazíamos.
Ali, nós tínhamos o apoio do governo Estadual, e pelo Dr. Xavier, o verdadeiro mandachuva do SAM - Serviço de Assistência ao Menor, hoje, representado pela FEBEM. Nunca deixamos de usufruir dos nossos direitos, tínhamos tudo, menos bebidas e cigarros.

Hoje eu vou falar um pouco de coisas que antigamente eram difíceis, como por exemplo, uma das coisas mais difíceis, e  que não se via de jeito nenhum, era uma bela barriguinha de uma jovem, pois além do vestido, ela ainda usava por baixo uma  combinação e uma tal de anágua.


Não se via mulher usando vestido acima do joelho, e uma que com certeza era impossível se ver, a "calcinha". Nem nos varais se via uma estendida, apenas vez por outra, uma garota se abestalhava, deixando-a exposta quando se sentava em algum lugar.

Hoje, encontramos calcinhas expostas por todos os lugares que frequentamos; nas praias, nos festivais, nas casas de shows, nas escolas, e algumas mulheres fazem questão de tirá-las e rodopiá-las para jogarem no meio dos homens, principalmente oferecendo a cantores que animam shows. Mas isso é a evolução do tempo, e elas tem razão. "Quem quiser ver que a veja, ou tanto faz ver como saber que tem".

Mas Sebastião (que era natalense), João Batista, (lá de Massaranduba - município de Ceará Mirim, irmão do padre José de Anchieta, como nós o chamávamos), e eu, sempre tivemos as nossas oportunidades de vermos calcinhas sem muitos esforços, não em varais, mas em lindos corpos de mocinhas no auge do seu desenvolvimento, que gostavam de apanhar cajaranas lá no Pio XII.

Para quem não conheceu o Pio XII era uma repartição religiosa e dirigida por freiras, que funcionava em frente às primeiras caixas d'água de Mossoró, próximo ao Tiro de Guerra, e que esta instituição dava apoio a moças que tinham sido decepcionadas na vida amorosa, uma espécie de convento, eu não posso afirmar com clareza, e posteriormente ela foi desativada pela direção da Diocese de Mossoró.

Quando nós chegávamos ao Pio XII geralmente, lá, já nos últimos galhos da cajaraneira, duas lindas mocinhas pegavam cajaranas e jogavam para uma outra que estava em baixo. De espertos, nós ficávamos acompanhando a outra, recebendo as cajaranas jogadas pelas duas garotas. Mas o nosso intuito, não era recebermos as cajaranas jogadas, e sim, vermos as calcinhas das meninas.

Certo dia, não levamos sorte. Assim que entramos ao Pio XII, para fingirmos que estávamos colhendo cajaranas, tempo depois chegou um senhor, e ao ver as meninas nos altos galhos, e nós sob elas, esbravejou, ameaçando-nos com um pedaço de lenha da própria cajaraneira. E nós não contamos conversa. Saímos de lá às carreiras, com medo que o homem nos matasse de cacetadas. Dias depois, através de uma delas, soubemos que uma daquelas garotas era sua filha. Nunca mais colocamos os nossos pés lá no Pio XII. Mas o que nós fazíamos, geralmente eram coisas de adolescentes.

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