sábado, 17 de setembro de 2011

Alguns argumentos em prol do envenenamento


Não tenho segurança em afirmar ao leitor  que estes depoimentos são verídicos. Sei que somente os pesquisadores poderão afirmar que tem fundamento ou não. Mas não me arrisco em dizer que não é verdade.
 Encontrei-os  no site que se encontra no final desta página. 

Depoimento espontâneo e corajoso do coronel José Alencar de Carvalho (Senhorzinho Alencar), oficial reformado da Polícia Militar de Pernambuco, que durante dez anos enfren­tou Lampião em combates memoráveis: 

—"Essa questão de envenenar Lampião era velha. Vendo, dia a dia, agravar-se o problema do cangaço, os chefes de volantes queriam acabar com o terrível bandoleiro de qualquer ma­neira. A ordem que vinha de cima (Getúlio), era para liquidar com ele. Desconfiado, ligeiro, ágil como cabrito novo, Lampião escapava sempre dos cercos da polícia. Daí a solução rápida, embora ilegal: a morte pelo envenenamento. E muitos chefes de volantes pensaram assim:


Manoel Neto à esquerda

- MANUEL NETO, dos mais herói­cos combatentes contra o cangaceirismo, procurou comprar coiteiros para envenenar Lampião. “Eu mesmo, certa vez, prometi vultosa fortuna a uma velha, da inteira confiança de Virgulino, se ela fizesse o Rei do Cangaço beber de um vinho que eu lhe dera ".

Dois episódios em que o coronel Alencar, provando que ninguém jamais pegou Lampião desprevenido, corrobora o pro­pósito geral de matá-lo com veneno: 

a) "Sabendo que ele (Lampião) tinha desejos de pegar um seu inimigo, fiz do mesmo uma espécie de cobaia. Coloquei-o na fazenda de certo parente de onde ele passou a mandar insul­tos e recados a Lampião, convidando-o a brigar. A resposta do bandoleiro foi esta: — "Você está muito fácil. Aguardo uma oportunidade mais difícil". Como se adivinhasse que ali perto eu me achava, pronto para atacá-lo pela retaguarda.

b) "De outra vez, no encalço de Lampião, encontrei-me com um vaqueiro que disse saber onde ele estava escondido. Numa casa abandonada, a dez léguas dali, ele tratava de Antônio Rosa, um de seus cabras de confiança, atacado de febre. Guiados pelo vaqueiro, andamos toda a noite. Ao amanhecer, estávamos diante da casa. Mas, que surpresa! As árvores próximas estavam cri­vadas de balas. Xique-xiques e mandacarus decepados por forte tiroteio. Soube, tempos depois, que a sentinela de Lampião, despertada alta noite por um barulho que vinha do mato, aler­tou o bando. Abriram tiroteio cerrado e terminaram por fugir. A causa do barulho: um bode que pastava nas proximidades. Foi um simples bode, mas podia ser a volante. Lampião não facilitava nunca".

2. Em PARIPIRANGA, BA, a polícia envenenara toda a comida que Lampião, acampado perto dali, mandara comprar. Somente no dia seguinte iria ele mandar dividir esses mantimentos com os cabras. De manhã, porém, a polícia, em erro de tática, vexou-se em atacá-lo, travando-se tiroteio. Descoberto que a co­mida estava envenenada, Lampião bateu em retirada deixando-a aos soldados...


3. Pouco tempo antes de Angico havia João Bezerra afirmado a Mané Neto que iria exterminar Lampião a veneno. Pondo de lado o despeito de Mané Neto em não ter podido jamais matar nenhum dos irmãos Ferreiras, os quais, ao contrário, lhe mata­ram quinze nazarenos, sendo nove familiares, o certo é que, na polêmica mantida na imprensa entre esses dois oficiais, termi­nou João Bezerra confirmando que "nenhum governo estipulou a espécie de morte que seria aplicada a Lampião". Depois veio ele querendo escamotear dizendo: — "Envenenar Lampião teria sido um prazer, se tivesse tido essa grande oportunidade!"

4. PEDRO CÂNDIDO esteve badalando que botou veneno (Cf. Adendo II).


5. O cangaceiro Zé Sereno, em entrevista ao Correio da manhã, do Rio de Janeiro, a 28 de julho de 1971, caderno Anexo, recor­dando a tragédia de Angico, assim se exprime: — "O, coiteiro (Pedro Cândido) chegou com os alimentos envenenados a man­do da volante, menos três litros de pinga que, normalmente, ele próprio, o coiteiro, deveria ingerir em pequenas doses para pro­var sua confiança (...) minha suspeita com Pedro de Cândido confirmou-se depois que ele se foi (...) Apanhei um LITRO DE VERMUTE Cinzano e notei um pequeno buraco na rolha, pro­vavelmente feito por uma seringa. Chamei Lampião e disse-lhe:
— “O SENHOR É CEGO DE UM OLHO, MAS PODE VER QUE ESTA BEBIDA ESTÁ ENVENENADA"'.


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