sexta-feira, 26 de julho de 2024

 

Postado às 09h45 | 22 Out 2021 | redação Há 25 anos Mossoró perdia Dix-huit Rosado, o Velho Alcaide

Crédito da foto: Arquivo Jerônimo Dix-huit Rosado Maia, o Velho Alcaide

25 anos sem Jerônimo Dix-huit Rosado Maia, completados hoje. Faz falta, faz muita falta. Por sua obra, por sua luta, por sua dedicação, por seu amor por Mossoró. O 18º filho do velho Jerônimo Rosado partiu nesta data, em 1996, quando cumpria o décimo mês do último ano de sua terceira gestão à frente da Prefeitura de Mossoró, aos 84 anos.

Por César Santoas / JORNALL DE FATO

Poderia ter vivido mais, merecia ter vivido mais, mas quis a vida que ele saísse dela em pleno exercício do mandato, no cargo de prefeito, a que ele se entregou de corpo e alma para fazer o melhor por sua terra. E fez. Não há exagero, guardadas ou não todas as proporções, em afirmar que Dix-huit Rosado foi o maior prefeito que esta cidade já teve.

Tive a oportunidade de dividir um pouquinho do seu tempo na reta final de sua vida. Conversas breves, mas suficientes para entender o amor que ele tanto falava ter por Mossoró. Certa vez, perguntei por que ele foi deputado estadual, deputado federal, senador da República, presidente do Inda, para só depois ser prefeito de sua terra, e ouvi dele que primeiro saiu no mundo, foi se preparar, ganhar conhecimento, experiência, para voltar pronto para servir a Mossoró.
Não havia nenhum exagero quando Dix-huit repetia a frase: “quem não faz um pouco mais por sua terra, não fará nada pela terra de ninguém”. Era assim que ele pensava, era assim que ele agia. E foi assim que a sua obra se espalhou por todos os cantos e recantos de Mossoró, sendo decisiva para o desenvolvimento e para o que a cidade é hoje.

Basta observar, como recorte de exemplo, a sua luta, quando exercia a presidência do Inda (Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário, em 1966), pela construção, instalação e federalização da Escola Superior de Agronomia de Mossoró (ESAM). Hoje, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), não existiria não fosse o Velho Alcaide, como gostava de ser chamado.

De fato, Dix-huit saiu para voltar forte. Filiado à União Democrática Nacional (UDN), elegeu-se, no pleito de janeiro de 1947, deputado à Assembleia Constituinte do RN na legenda da coligação constituída pela UDN e o Partido Social Progressista (PSP). Em 1950, desligando-se da UDN, elegeu-se deputado federal pela legenda da Aliança Democrática, formada pelo Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Republicano (PR). Ele participou da Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, na Suíça. Foi reeleito em outubro de 1954, dessa vez na legenda do PSD.

Em 1958, elegeu-se senador pela coligação UDN/PR. Desligando-se da UDN, permaneceu certo tempo sem legenda, passando, em 1963, a integrar a representação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Senado. Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar. Em dezembro de 1966, deixou o Senado para assumir, em janeiro do ano seguinte, a presidência do Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário.

Em 1972, elegeu-se prefeito de Mossoró pela Arena. Foi eleito para o segundo mandato de prefeito em 1982. Ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT) e em outubro de 1992 elegeu-se pela terceira vez prefeito de Mossoró. A sua obra político-administrativa estava consolidada.

A sua memória está eternizada no Teatro Municipal de Mossoró, mas, Dix-huit Rosado é merecedor de todos os aplausos, de todas as plateias, de todos os dias.

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