sexta-feira, 11 de novembro de 2011

MULHER CASADA (E SAFADA) (Crônica)


Por: Rangel Alves da Costa

Rangel Alves da Costa

Os mais velhos já diziam e eu acreditava: se há uma coisa a ser respeitada é mulher casada. Mas desde que se dê o respeito!

Realmente, não há coisa mais bonita do que uma mulher que contraiu núpcias e desde o momento do sim na igreja preserva sua identidade de mulher casada, de forma impoluta, inatacável, protegida das vizinhas que vivem catando cisco para dizer que é tufão.
Conheço muitas assim, honestas, verdadeiras, respeitosas para serem respeitadas. Não se fecharam em redoma nem deixaram de conviver partilhando amizades e companheirismos, apenas reservando-se o direito de ter, acima de tudo, o esposo, a casa e a família como norteamentos para qualquer ação.
Conheço outras, contudo, que nem inverso disso são, pois contramão desastrada, sem-vergonhice pura, a desonra em pessoa. Muitas são as denominações que merecidamente receberiam, designações tais como adúltera, adulterina, infiel, devassa, corrompida...
Aliás, sobre o adultério – até um nome pomposo para uma gente tão safada – os textos assim se referem: “Adultério é uma expressão que significa literalmente na cama de outro(a), designando a prática da infidelidade conjugal. O adultério, como "ato de se relacionar com terceiro na constância do casamento", é considerado uma grave violação dos deveres conjugais por quase todas as civilizações”.
No Brasil, desde 2005, o adultério não é mais tipificado criminalmente, vez que seria impossível penalizar quase a maioria da população. Mesmo quando a prática infiel era patente de punição, a prática se alastrava pelo amor ao desrespeito conjugal, pela mera vontade de trair, pelo prazer de servir sexualmente ao próximo, ainda que o esposo tudo fizesse para satisfazer os caprichos da ingrata.
Ora, ele a enchia de presentes, de tudo que ela pedisse e desejasse, mas ela só sentia bem se arriscando para manter relações sexuais fortuitas com um ou com outro, às vezes batalhões inteiros.
Seria até injustificável a lei pretender punir uma pessoa tão caridosa com o outro, tão docemente devotada aos prazeres proibidos. E também amor, pois muitas vezes a mulher tem o coração tão grande que passa a sentir que não deve se entregar somente ao amor do esposo e então, num gesto até sexualmente humanitário, saía compartilhamento seus dotes ali e acolá.
E nada mudou de lá pra cá. Pelo contrário, a discriminalização do adultério fez com que a prática progredisse muito, se tornasse modismo de qualquer hora, prática verdadeiramente insaciável. Nas grandes cidades e nos interiores ocorre com a mesma constância e volúpia, as mesmas estratégias para melhor trair e as mesmas maneiras de tentar manter a pureza conjugal acima de tudo.
Por que Norminha, aquela quenga de Caminho das Índias fez tanto sucesso? Simplesmente porque estava espalhando uma realidade presente num imenso número de mulheres casadas por todos os recantos. Ali não havia nada de novo, e antes de ser ficção mostrava a pura realidade. Assim, aquela safadeza toda jamais pode ser vista como mera coincidência, senão como espelho refletindo uma descarada realidade.
Se alguém perguntar por que elas optam por fazer isso, por trair seus maridos, logicamente que a primeira resposta será por causa do mau-caratismo, da safadeza mesmo, do gosto pela raparigagem. Mas não, a isto se deve acrescentar a derrocada dos conceitos morais, do equilíbrio nas condutas, do respeito a si própria. Por vexes a sociedade esquece totalmente que existem certos valores que precisam ser preservados.
Entretanto, diversos fatores implicam o próprio esposo nessa história, principalmente quando não atende aos reclamos conjugais da esposa, não quer ouvir os alertas que vão surgindo a todo instante, faz de conta que ela errou uma vez e todo erro é perdoável e não gosta de usar chapeu. Deveria ter uma lei obrigando todo homem casado a usar chapeu. Se fosse obrigado a usar o bendito chapéu saberia o tamanho que porventura já estejam as pontas.
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PROFESSOR ABEL FREIRE COELHO

Por: José Mendes Pereira

Professor Abel Freire Coelho, natural de Macaíba-RN, nascido a 4 de junho de 1902. Ainda jovem, passou a residir em Mossoró, onde cursou o Colégio Diocesano Santa Luzia, sendo mais tarde um de seus docentes.


 Orador de vasto recurso, serviu aos desportos e organizações políticas, sendo um decidido admirador e correligionário do político oposicionista João Café Filho.
Foi um dos redatores do jornal “CORREIO DO POVO”, que circulou por alguns anos em Mossoró, tendo o jornalista José Octavio Lima como diretor. Formado pela Faculdade de Direito do Ceará, exerceu a magistratura no Rio Grande do Norte, sendo nomeado Promotor Público de Mossoró e, mais tarde, por concurso, Juiz de Direito da Comarca de Pau dos Ferros, em cujo cargo se aposentou. Faleceu em Mossoró no dia 17 de abril de 1978. - FONTE - SITE DA ESCOLA ESTADUAL ABEL COELHO, MOSSORÓ-RN. http://jotamaria-eedemossoro.blogspot.com/


ADENDO

Abel Coelho, como promotor, foi responsável pela condenação de Antonio Luiz Tavares, o  cangaceiro Asa Branca durante dez anos de prisão, após a tentativa do bando de Lampião a Mossoró.




Antonio Luiz Tavares nasceu em Cajazeiras do Rio do Peixe, no Estado da Paraíba, no dia 10 de Janeiro de 1902 e faleceu de problemas cardíacos em Mossoró, no dia 02 de Novembro de 1981, sendo que os seus restos mortais repousam no Cemitério São Sebastião em Mossoró, aos fundos do túmulo de José Leite de Santana, o ex-cangaceiro Jararaca.





Túmulo do cangaceiro Asa Branca.
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"Para obter êxito no mundo temos de parecer loucos mas sermos espertos."

Esta frase dirá muito para muitos que nos últimos meses...

Continuarei a trabalhar no êxito, na vitória... Não só a minha vitória, mas a vitória dos melhores e do melhor! Seja onde quer que eu esteja... As derrotas são previsíveis, mas as vitórias serão sempre imprevisíveis, até mesmo para aqueles que pensam que sabem tudo, de tudo...

A vitória é merecida para aqueles que trabalham, batalham! Eu trabalho, batalho para a conseguir!
 
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Linda imagem do país Madeira

Nas Ilhas de Madeira, no Oceano Atlântico

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LEVANTE POTIGUAR


Por:  Rostand Medeiros


DURANTE QUATRO DIAS, EM 1935, NATAL ESTEVE SOB O CONTROLE DOS COMUNISTAS. MESMO DERROTADA, A REVOLTA QUE REIVINDICAVA “PÃO, TERRA E LIBERDADE” MARCOU A HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE

Texto – Marco Aurélio Vannucchi L. de Mattos Fonte – http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/levante_potiguar.html

Natal amanheceu tranquila naquele sábado, 23 de novembro de 1935. A capital do Rio Grande do Norte tinha, então, uma população de 40 mil habitantes. Na cidade pouco industrializada, o movimento portuário era intenso. Navios seguiam para a Europa carregando sal e algodão – os principais produtos da economia potiguar. A calmaria daquele dia começou a ser perturbada com a chegada de uma carta do chefe da Região Militar para o comandante do 21º Batalhão de Caçadores (BC). Nela, o general Manuel Rabello autorizava a dispensa de praças suspeitos de participação em assaltos a bondes.

Cais da Tavares de Lira, a provinciana Natal das décadas de 1930 e 30
A notícia da expulsão de quase 30 soldados causou silenciosa revolta no quartel. À tarde, militar do 21º BC reuniram-se com dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) estadual para examinar a situação. Às 19h30, no mesmo quartel, o cabo Giocondo Alves Dias, o sargento Quintino Clementino de Barros e o soldado Raimundo Francisco de Lima, muito bem armados, renderam o oficial de dia: “O senhor está preso, em nome de Luiz Carlos Prestes”.
Dominado, o quartel foi aberto para os civis que apoiavam o movimento. Estivadores, liderados pelo presidente do sindicato da categoria, João Francisco Gregório, eram maioria. Os rebeldes organizaram tropas de civis e militares, que foram deslocadas para pontos estratégicos da cidade. No dia seguinte, domingo, Natal já estava integralmente sob o controle dos insurretos.

Membros da junta governativa, após o fim do levante - Fonte - http://fmauriciograbois.org.br
Depois da fuga ou prisão de autoridades estaduais, os rebeldes constituíram uma junta governativa, que batizaram de Comitê Popular Revolucionário. O sapateiro José Praxedes foi nomeado secretário do Abastecimento; o diretor do presídio de Natal, Lauro Lago, secretário do Interior e Justiça; o funcionário do Liceu Ateneu, João Galvão, secretário da Viação; o sargento Quintino de Barros, secretário da Defesa; e o tesoureiro dos correios, José Macedo, secretário das Finanças.
Em praça pública, o governo revolucionário dirigiu-se à população da cidade, anunciando seus primeiros atos: a destituição do governador e da assembleia estadual. De acordo com o relato feito por José Praxedes, décadas mais tarde, o povo que assistiu à proclamação respondeu com gritos de “Viva a Revolução”, “Viva o Governo Revolucionário”, “Viva Prestes”.

O "Cavaleiro da Esperança", Luís Carlos Prestes Fonte - http://www.dhnet.org.br/
Os revolucionários trataram, em seguida, de providenciar os meios materiais para assegurar seu poder. Fizeram requisições de carros, alimentos e armas a proprietários e comerciantes. Confiscaram os cofres do Banco do Brasil, do Banco do Rio Grande do Norte e da Recebedoria de Rendas. Aproveitando-se da situação, a população de Natal lançou-se a saques ao comércio local – ignorando os apelos da junta de governo.
A conquista do interior do estado passou para a ordem do dia, com a formação de três colunas de combatentes. Segundo Homero Costa, em seu livro A insurreição comunista de 1935, a primeira deveria seguir em direção a Mossoró; a segunda, até a divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba; e a última, para a cidade de Goianinha.

Onde tudo teve início em 23 de novembro de 1935, a sede do 21º Batalhão de Caçadores
Os revolucionários ocuparam 17 dos 41 municípios potiguares e, quando possível, entregaram o poder a personalidades locais ligadas à Aliança Nacional Libertadora (ANL).
No dia 26 de novembro, o Comitê Popular decidiu publicar um jornal, A Liberdade, para informar a população sobre as ações e os planos do novo governo. Incumbiu Raimundo Reginaldo da Rocha de dirigir os trabalhos. Rocha era professor primário e dirigente do PCB local.

Jornal A Liberdade Fonte - http://www.dhnet.org.br
A Liberdade explicava o programa revolucionário: amplas liberdades democráticas, reforma agrária, incentivo à industrialização, trabalho para todos, aumento dos salários dos trabalhadores rurais e urbanos, democratização do ensino e da cultura, nacionalização de bancos e empresas estrangeiras, expulsão dos “imperialistas e seus lacaios” do país e não pagamento da dívida externa.
Um manifesto lançado pela junta de governo, dois dias antes, dizia: “PÃO, TERRA e LIBERDADE é o nosso lema. É a vitória do Socialismo sobre a decantada Liberal- Democracia dos políticos profissionais; é a vitória da Aliança Nacional Libertadora; é a vitória de Carlos Prestes; é a vitória do direito do mais fraco, que nunca teve direito! Direito ao que é seu, usurpado pelo mais forte; direito ao PÃO com suficiência; direito às TERRAS; direito à LIBERDADE”.

Dinarte Mariz vários anos após 1935 Fonte - http://onordeste.com
Na mesma noite em que foram rodados mais de mil exemplares de A Liberdade, porém, chegaram notícias de que forças legalistas compostas pelo Exército e pelas polícias de estados vizinhos preparavam-se para retomar Natal. Logo a junta de governo seria informada da derrota de uma de suas colunas na serra do Doutor (entre Santa Cruz e Currais Novos). Os vitoriosos, comandados por Dinarte Mariz, fazendeiro e chefe político de Caicó, também rumavam para a capital.
Os integrantes do governo revolucionário concluíram pela impossibilidade da resistência. Na madrugada do dia seguinte, abandonaram a cidade, mas acabaram presos pouco depois. A única exceção foi José Praxedes, que conseguiu escapar da repressão legalista e ocultou sua identidade por 50 anos (esta história é contada por Moacyr de Oliveira Filho em Praxedes, um operário no poder).

José Praxedes narrando sua participação em 1935 Fonte - http://www.dhnet.org.br
Assim, no dia 27 de novembro, a insurreição estava derrotada. O governador Rafael Fernandes retomou o seu posto e restaurou a antiga ordem no Rio Grande do Norte.
Cerca de mil pessoas foram indiciadas nos processos que trataram do levante potiguar de 1935. Com base nesses autos, é possível desvendar a composição social da insurreição. De acordo com Marly Vianna, autora de Revolucionários de 35, em Natal, 45% dos indiciados eram militares, especialmente soldados, cabos e sargentos, mas nenhum oficial do Exército; 27%, operários, sobretudo estivadores; 11%, profissionais liberais; 11%, trabalhadores urbanos de condição modesta, como alfaiates, padeiros, barbeiros, sapateiros e comerciários.
No interior, 24% dos indiciados eram trabalhadores rurais; outros 24% eram profissionais liberais; 16% eram trabalhadores urbanos; e 15%, operários.
RAZÕES DO LEVANTE
Há que perguntar quais as condições que transformaram a insatisfação dos militares do 21o BC com as dispensas num movimento revolucionário. A resposta encontra-se tanto na conjuntura política estadual quanto na estratégia adotada pela direção nacional do PCB.

A reação do governo
A partir de 1934, agravaram-se as disputas no interior da elite potiguar. De um lado, estava o grupo de Mário Câmara, nomeado interventor federal por Getúlio Vargas, em 1933. De outro, o Partido Popular (PP), liderado pelo ex-governador José Augusto Bezerra de Medeiros e que reunia a oligarquia apeada do poder pela Revolução de 1930.
Os desentendimentos entre as duas correntes frequentemente degeneravam em choques armados. No fim de outubro de 1935, o PP voltou ao poder, com a vitória de Rafael Fernandes nas eleições estaduais. Assim que tomou posse, Fernandes iniciou uma perseguição aos adversários.

Prestes preso em 1935

A Guarda Civil, criada no governo anterior, foi dissolvida. Seus 400 homens foram despedidos, porém não desarmados. Além disso, cabos e sargentos do 21º BC perderam seus cargos comissionados, acusados de ser camaristas.
O clima de tensão política também era alimentado pela atuação do movimento operário e pelo
PCB. Ao longo de 1935, eclodiram várias greves no estado, como a dos ferroviários da Great Western. Os comunistas eram influentes nos sindicatos, assim como entre os militares subalternos. Ainda naquele ano, o PCB organizou uma guerrilha na região de Mossoró, que sobreviveu até 1936.
Os acontecimentos locais tiveram um peso decisivo na deflagração da revolta, mas ela só pode ser integralmente compreendida dentro de um quadro político mais amplo.
No início de 1935, o PCB participou da organização da ANL no país. Naquele momento, o movimento comunista mundial empenhava-se na formação de frentes populares – como as que venceram as eleições na França e na Espanha – com vistas a barrar a ascensão do fascismo. Para tanto, os comunistas deveriam se unir aos socialistas, liberais e todas as forças democráticas.

Prestes sendo nomeado presidente da ANL
A fundação da ANL, que tinha Luiz Carlos Prestes como seu presidente de honra, seguia essa orientação. Ao mesmo tempo, a direção do PCB preparava-se para o assalto ao poder.
Em julho de 1935, Prestes lançou um manifesto que terminava assim: “Abaixo o fascismo! Abaixo o governo odioso de Vargas! Por um governo popular nacional revolucionário! Todo o poder à ANL!”.
O plano insurrecional contava com o apoio da Internacional Comunista (IC), que enviou alguns de seus assessores – Olga Benário entre eles – para o Brasil. A ação começaria com levantes militares, a serem acompanhados pela mobilização de trabalhadores em greves em todo o território nacional.

A notícia do levante no sul do país
Em princípio, no dia 23 de novembro, o PCB de Natal procurou convencer os militares subalternos do 21o BC a não se rebelar. Argumentou que ainda não era o momento. Ante a inevitabilidade do levante, os comunistas dele participaram e se tornaram os seus dirigentes. No dia 24, militares sublevaram-se em Recife, sendo vencidos um dia depois.
Pegos de surpresa pelo levante na capital do Rio Grande do Norte, a direção nacional do partido e os agentes da IC decidiram colocar em marcha movimentos no Distrito Federal e em alguns estados. Só conseguiram levar o plano adiante no Rio de Janeiro, sendo vencidos no fim da manhã do dia 27.
Getúlio Vargas

O governo Vargas aproveitou para lançar uma dura e extensa repressão contra seus opositores – não apenas comunistas. As medidas tomadas então, de certo modo, anteciparam o golpe do Estado Novo.
Marco Aurélio Vannucchi L. de Mattos é historiador, Mestre e Doutorando em História Social pela USP. Autor, entre outros títulos, de contra os inimigos da ordem ( Editora DPA, 2003).

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Filme "Os Últimos Cangaceiros ganha" Menção Honrosa" no Festival de Cinema do Amazonas

Por: João de Sousa Lima

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Na noite da quarta-feira, o público amazonense compareceu em peso para a festa de premiação da 8ª. edição do Amazonas Film Festival. Enquanto garotas gritavam pela presença do astro pop


Alfonso "Poncho" Herrera, ex-Rebelde, que participou do júri da mostra competitiva de longas-metragens e recebeu uma homenagem no encerramento do evento, os amantes do cinema aplaudiram o longa-metragem "A Separação", do cineasta iraniano


Asghar Farhadi, que arrebatou os dois principais prêmios do festival: Melhor Filme e Melhor Roteiro. Quem também foi lembrado no festival foi o cineasta cearense


Wolney Oliveira, diretor do documentário "Os Últimos Cangaceiros", exibido este ano no Cine Ceará e que compôs a mostra competitiva do Amazonas Film Festival. Pela produção, o júri concedeu uma menção honrosa.


O diretor, muito emocionado, agradeceu a oportunidade de exibir a história de Moreno e Durvinha, que relembram as conquistas e o heroísmo duvidoso de Lampião.


"Estamos competindo também no Festival de Havana, depois de Manaus, na categoria de documentário. Tivemos boa repercussão em outros eventos nacionais e continuaremos levando essa história a todos os lugares que querem conhecer um pouco mais sobre o cangaço", disse o cineasta, que lançará seu filme em circuito comercial entre Agosto e Setembro de 2012.


Momento de gravação do filme


O cineasta Wolney Oliveira


O Casal Moreno e Durvinha

 

Aristeia foi a cangaceira convidada especial para o lançamento do filme durante o 21º.  Cine Ceará.

Extraído do blog do escritor e pesquisador do cangaço
João de Sousa Lima

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FAÇA UMA VISITINHA

Por: José Mendes Pereira

Amigo leitor:

Dê uma passadinha nestes blogs:

"Blog PESQUISANDO A HISTÓRIA"


Do historiógrafo:
Urano Andrade

"Blog das Ilhas da Madeira"


Do amigo Eduardo Freitas
No Oceano Atlântico, próximo a Portugal

Link: http://madeiraminhavida.blogspot.com/

"Blog: Só os apaixonados por Jesus"

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De Kátia Regina Corrêa Santos
Bragança - Estado do Pará


"Blog de Honório de Medeiros"

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Do professor e advogado Honório de Medeiros



Todos estes blogs têm excelentes histórias".


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A Cangaceira Sila e o seu afiliado macaco

Por: Alfredo Bonessi

Quando vi Sila pela primeira fez,
fiquei um bom tempo olhando para ela. Ela me mostrou uma foto quando ainda era jovem, no tempo do Cangaço. Olhei atentamente a fotografia e disse a ela: a senhora era muito bonita, se eu estivesse por lá roubava a senhora do Zé Sereno. Ela se virou de lado e respondeu: óooooooooooóh.
Depois mostrei a ela algumas fotos do bando de Lampião: ela  não soube me dizer quem eram os cangaceiros da fotografia. A impressão que me causou era que escondia algo. Notei um certo nervosismo em  seu comportamento. Aparentando calma e muito desconfiada, falava pouco  e não respondia a quem se dirigia a ela.  Em um jantar em uma churrascaria de Fortaleza, quando o GECC a recepcionou, estava  na mesa mais de 25 pessoas e mais de duzentos ouvintes ao redor de nós, ela ficou todo tempo perto de mim e da minha esposa e após a janta,  quando roncou o folede  umasanfona,  falei:
-Vamos dançar madrinha! 
Ela me respondeu na bucha e secamente:                                 
- Vá dançar com a tua mulher!                                                
Foi o que eu fiz.                                                                
Outros encontros se sucederam na mesma semana.
Quando eu chegava e pedia a benção a ela:                                    
- Abênção, madrinha!                                                                   
Ela respondia:                                                                            
- Jamais pensei que fosse ter um afiliado macaco.

Em uma viagem cultural a cidade de Maranguape-Ceará, quando ela foi recepcionada pela população em um ginásio de esportes, onde havia mais de trezentos espectadores,  ela queria falar e não podia, a platéia  não fazia silêncio,  ela perdeu a calma e falou diretamente a população comprimida   e inquieta que olhava para ela:
- Que povo mal educado, eu nunca vi um povo tão mal educado que nesse esse!
As palavras dela  soaram como um raio -  foi como se dessem uma chicotada na multidão. Um estrondo e um vozerio  tomou conta da platéia. Tomei o microfone da mão da Sila e gritei para ela:
- Madrinha !  cuidado!  -  eles matam a gente aqui!!!!
Pegando da palavra, agradeci a presença de todos, elogiei a população do Ceará e principalmente a de   Maranguape, dei uma ensaboada e passei a palavra para  a Sila. A Secretaria de Educação do Município  se levantou da platéia e veio em minha direção, pouco menos de 3 metros de distância,  e cochichou para mim:
- O senhor falou em boa hora, se não as coisas iam  se complicar aqui, ia ser uma  brigaiada na certa.
Todas as vezes que eu estive com a Sila  foi o mesmo silêncio por parte dela com relação ao cangaço e eu sabendo do sofrimento que ela tinha passado  não perguntei mais nada, mas guardei bem as queixas que ela sempre fazia do marido
Zé Sereno, dando a impressão que ela  nunca gostou dele. Também pudera, a menina fora levada de casa com 14 anos de idade, na marra, segundo ela, mas as vezes a gente tinha a impressão que ela foi a convite dele mesmo,  porque no cangaço se encontravam três irmãos.  Ela alega que se não fosse, o  Zé Sereno podia matá-la, ou tomar uma represália contra a sua família, coisa que eu não acredito. Sila entrou no cangaço porque quis, embarcou na vida cangaceira para uma aventura que nem as outras mocinhas sertanejas de sua época, movidas pela curiosidade em ver aquela  gente armada, com dinheiro no bolso, alegres, festeiro  e prepotentes.
Grupo de cangaceiros de Sila e Zé Sereno
Após ser levada por Zé Sereno, já no dia seguinte, foi estuprada por ele em cima de uma pedreira -  começava aí o seu sofrimento.  A mulher foi feita para ser amada, acariciada,  e não para ser  violentada, possuída como um objeto  de prazer – essa foi a vida de Sila ao lado de Zé Sereno, até a morte desse. Daí as suas mágoas e queixas pelo comportamento  bruto e violento da parte dele.
Em dois anos de cangaço Sila  presenciou umas quatro brigadas com a polícia, e nesse período por quatro vezes  esteve na presença de
Lampião e de Maria – é muito pouco de quem se exige muito para contar. Nem mesmo Zé Sereno revelou a ela os segredos do cangaço, os coitos, os coiteros, os fazendeiros amigos,   os vaqueiros em que se podia confiar,  mesmo os paradeiros de outros cangaceiros, mesmo porque  Zé Sereno sabia somente aquilo que era para saber, mas o grande segredo de tudo estava com Lampião e os cangaceiros mais velhos como
Juriti e
Luiz Pedro.
Nos encontros com o bando de Lampião Sila ficava na  tolda dela a espera pelo marido, algumas vezes Maria do Capitão a chamava para comer na mesma barraca do chefe e saiam às vezes ali por perto para fumar um cigarro. Maria já era veterana no cangaço,  fazia mais de seis anos que acompanhava o capitão, era agarrada com ele, obedecia a ele e  dependia dele para sobreviver no cangaço,  bem diferente de
Dada, a outra cangaceira,  que contrariava as ordens de Corisco, alterava os planos feitos pelo marido,  mudava o rumo do deslocamento do grupo, e tomava a frente na luta quando era  necessário. 
Sila era uma criança quieta, educada,  tristonha, não sabia nada e o que mais gostava era quando os grupos de cangaceiros  se reuniam ao redor das fogueiras para comerem   carne assada, tomarem  café e baterem uma prosa alegre e divertida.
Em Angico Sila ficava em sua barraca como tantas vezes ficara em outros lugares. Conversava com alguma mulher de vez em quando e na maioria das vezes esperava pelo marido. Não tomava parte nos planos dos cangaceiros,  não falava nada a esse respeito, não sabia nada, e assim não podia opinar sobre esse ou aquele assunto ligado ao bando. Via algum cangaceiro  não muito perto, de alguns sabia o nome, de outros  apenas via sem saber quem era e o que fazia, nem para onde ia.
Volante policial do tenente João Bezerra
Iniciado o tiroteio na manhã de 28 de julho de 1938, sonolenta se levantou e custou a entender o que estava ocorrendo. Daí saiu correndo em uma direção. Outros vieram atrás dela. Alguns caíram pelo caminho. Ela por fim saiu do cerco e se encontrou com alguns cangaceiros fugitivos. Não sentia as dores dos lanhos  que a caatinga impiedosa rascou em suas pernas e  braços. Estava apavorada, horrorizada e por fim chorou muito as mortes acontecidas daquele dia, como um desabafo de quem passara por  momentos de muita angustia e aflição.
Veio as entregas para as autoridades,  seguiu   destino incerto com o companheiro, e  por fim  rumou  para a cidade  grande,  onde começaria nova vida – nova vida de sofrimento – de dor – de noites mal dormidas, trabalho com  cansaço, a criação dos filhos,  as  brutalidades por parte  do marido - quase um selvagem, a labuta diária  em uma  capital enorme,  o custo de vida caro e cada vez mais exigente movido pela ganância do ser humano  em ganhar dinheiro custe o que custar, doa em que doer, em cima de quem for. Sila acabara de vir  de um meio  hostil, onde a sede e a fome assolava a natureza de uma maneira geral. No cangaço o maior perigo era cair nas garras das volantes-  ela mesma sabia se defender  das balas da polícia  que derrubavam  paus a sua frente, mas vivendo  na cidade grande pouca coisa podia fazer. As noites aflitivas e mal dormidas  eram as mesmas,  a doença dos filhos,  o compromisso de chegar no horário no emprego,  bandidos de toda sorte, sem identificação, desconhecidos, sem uniformes, estavam por todos os lados,   perigos no trânsito,  nos deslocamentos para o trabalho. Mesmo assim, essa vida louca das grandes cidades era bem melhor que a vida  do cangaço, pelo menos se podia recorrer a algum médico para tratamento,  podia se viver  com higiene e banhos diários, podia se comer sossegado,  podia se receber o calor e o carinho da família,  tinha-se um lugar para  viver e para morrer e  havia um cemitério para descanso do corpo morto, coisa que na caatinga, quando muito,  poucos felizardos  tinham o direito  de  receber  uma  tosca cruz como indicativo de sua sepultura. 
A maioria das respostas dadas por Sila era o silêncio  ou então não sei. Bem diferente  de não conheço, não vi, não vou dizer.
Depois de sessenta anos passados,  não se pode exigir que uma senhora idosa e em avançada idade, se lembre daquilo que nunca viu, que fale o que não saiba,  pois  na época de meninice não entendia como se passavam aquelas  coisas, como funcionava  a sistemática do bando, que rumo tomar e como sobreviver naquela vida desgraçada.


Escreveu três livros revolvendo o seu passado agitado e tenebroso – cada um diferente do outro.  Sila era uma linda flor do nosso sertão, que mal amada  e incompreendida,  como tantas outras mulheres sertanejas na época,  veio fazer parte dessa vida atribulada do cangaço, mas  sem perder a beleza  e a sensualidade, coisa que para cangaceiro isso pouca importância tinha -   morreu  de velha, na cama, quando muitas de suas amigas cangaceiras  foram  mortas a tiros, apunhaladas, mortas a pauladas,  executadas na maioria das vezes pelos próprios cangaceiros.
Quando se lembrarem da Sila, por favor se lembre dela  com muito amor, com muito carinho, com muitas alegrias -  pois ela em vida passou bem longe da felicidade.

A Bênção Eterna  Minha Querida Madrinha. Do seu  afiliado macaco - Alfredo Bonessi - Capitão do Exército Reformado  SBEC - GECC
 Artigo enviado para ser publicado neste blog pelo autor:
Capitão Alfredo Bonessi
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Cangaceira Durvinha, Uma Saudade eterna II ( Na Poesia De Doroteu Ferreira)

Por: João de Sousa Lima

SIMPLESMENTE FALAMOS DA HISTÓRIA DE DURVINHA E DO COMPAHEIRO JOÃO DE SOUSA LIMA, BRAVOS CANGACEIROS DO NORDESTE BRASILEIRO.

SAUDADE BATEU NO PEITO
MAIS ESCREVÍ COM CORAGEM
QUANDO ANDEI NAS VOLANTES
SEM POSSUIR CARRUAGEM
MEDITEI A VIDA INTEIRA
PRA FALAR DA CANGACEIRA
E DE SUA PERSONAGEM

UMA MULHER DE CORAGEM
DE GRANDE DISPOSIÇÃO
FOI UM TERROR AS POLICIAS
ARMADA DE MUSQUETÃO
AGACHADA NUM ABRIGO
TOPAVA QUALQUER PERIGO
COM SUA ARMA NA MÃO

JUNTO DO ESCRITOR JOÃO LIMA
ERA UMA DUPLA TEMIDA
QUANDO ENTRAVA NUMA LUTA
NÃO POUPAVA SUA VIDA
MIRAVA NA PONTARIA
QUEM TEIMAVA MORRERIA
DANDO ADEUS POR DESPEDIDA

DURVINHA FOI AGUERRIDA
NAS CAATINGAS DO SERTÃO
FOI AMIGA DE CORISCO
CHEGADA DE LAMPIÃO
MESMO ASSIM ERA DEVOTA
PARTICIPOU DA REVOLTA
DO PADRE CÍCERO ROMÃO

VESTIA BEM O GIBÃO
E BOTAS DE COURO CRU
BEBEU AGUA DE CAÇIMBA
E BATATA DE UMBÚ
COMEU CARNE DE JIBÓIA
SÓ DORMIA DE TIPOIA
NO SITIO MANDACARÚ



NO RIACHO DE ARIÚ
GOSTAVA DA EMBOSCADA
AINDA NENINA MOÇA
JÁ ERA BELA E AMADA
JUNTO A MARIA BONITA
ELA ERA A MAIS BENDITA
CANGACEIRA CONSAGRADA

TINHA A FACE DE UMA FADA
UMA MULHER IDEAL
VESTIA ROUPA DE MESCLA
TINHA CORPO ESCULTURAL
UM CINTURÃO DE FIVELA
MORENA COR DE CANELA
E NA CINTURA UM PUNHAL

ESCAPOU DE UM VENDAVAL
NO SERTÃO ALAGOANO
CERCADA PELAS VOLANTES
NÃO SEI PRECISAR O ANO
DEPOIS DO ATO FATAL
E DO MOMENTO FINAL
EM ANGICO SERGIPANO

SAUDADE ESTÁ MATANDO
TODA SUA PARENTELA
TUDO ESTÁ ARQUIVADO
COMO UM FILME NA TELA
DAQUELE TEMPO PASSADO
QUE O CANGAÇO ERA REINADO
DELES FICOU A CHANCELA

DOROTEU FERREIRA, 10 DE NOV DE 2011

Enviado para ser publicado neste blog pelo escritor e pesquisador do cangaço: João de Sousa Lima
http://blogdodrlima.blogspot.com