Coronel Ludugero |
Coronel Ludugero era o pseudônimo do humorista Luiz Jacinto da Silva que nasceu em Pernambuco, em 1929.
Luiz Jacinto foi escoteiro aos dez anos e estudou no 'Colégio de Caruaru (hoje Colégio Diocesano), onde concluiu o curso ginasial. Começou a trabalhar ajudando o pai a fazer selas de cavalo, mas não seguiu a profissão.
Com 12 anos foi trabalhar numa padaria entregando pães e, em seguida, foi ajudante de pedreiro. Com 16 anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época serviu em São Bento do Una e Sirinhaém, cidades de Pernambuco. Morou em Palmeira dos Índios-AL. Aos 18 anos foi morar no Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Permaneceu no órgão até ingressar na vida artística.
Em 1960, na Rádio Clube de Pernambuco, Luiz Jacinto começou sua vida artística onde fazia o programa das 12h30min sob o patrocínio da Manteiga Turvo.
Em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que, com o incentivo do radialista Hilton Marques criou o personagem Coronel Ludugero. Logo no início, o Coronel Ludugero se apresentava sozinho, mas depois conheceu o humorista Irandir Peres Costa (Otrópe) com quem passou a contracenar.
Entre 1961 e 1970 lançou vários discos de sucesso entre eles: CARNAVÁ DO CORONEL LUDUGERO - (Disco em 78 rotações /1961) e LUDUGERO CASA UMA FILHA (LP gravado em 1969 pela CBS).
Ludugero morreu em um desastre de aviação no dia 14 de março de 1970, na Baía de Guajará-Mirim no Pará. No acidente, também morreram Otrópe e toda a equipe. Seu corpo somente foi encontrado em 30 de março. Coube ao amigo Lúcio Mauro, a dolorosa tarefa de reconhecer seu corpo. O sepultado aconteceu um dia depois, em Caruaru. O coronel Ludugero havia se apresentado em Mossoró no mês de setembro de 69 e depois em Fortaleza. No inicio de 1970, o Coroné Ludugero e Otrope havia se apresentado em Ipoeiras/CE.
Quando morreu, Ludugero atuava no humorístico da rede Globo, “Alô, Alô, Brasil, Aquele Abraço”. Também trabalhou numa das várias montagens da “Escolinha do Professor Raimundo” ao lado de Chico Anysio.
Em Barbalha/CE tem uma rua com o nome do Coronel Ludugero.
Ludugero à esquerda e Otrope à direita |
Apesar de muita gente não saber, e o personagem de Dona Felomena ser mais conhecido com a atriz Mercedes Del Prado, nos primeiros programas o mesmo personagem, com o nome de Dona Rosinha, era interpretado por Rosa Maria, outra atriz de muito talento.
Retratava com bom humor a figura lendária dos coronéis, muitos dos quais pertenciam à Guarda Nacional e gozavam de grande prestígio junto a população. Era um homem simples de poucas palavras, amante da verdade e sincero. Gabava-se de si próprio.
Contador de histórias fantásticas era casado com dona Filomena. Bom aboiador, bom cantador de viola e poeta. Mantinha um secretário (Otrópe) que o orientava nos negócios e nas questões políticas. Ludugero se sentia feliz em contar histórias, dando expansão ao seu gênio brincalhão, quando não estava em crises de impaciência e nervosismo.
Depois da morte do Coronel Ludugero e de Otrópe, lançaram-se outros personagens tentando resgatar o riso perdido com a triste tragédia. Entre eles, Coroné Ludrú e Gerômo, Coroné Caruá e Altenes, Seu Pajeú e Zé Macambira, esses com a produção e direção de Luiz Queiroga.
Mas, até hoje, os personagens são lembrados e revividos em épocas juninas por atores amadores e admiradores dos tipos.
Na cidade de Caruaru foi criada, na Vila do Forró, a miniatura da casa do Coronel Ludugero e da Véia Felomena, onde é grande a visitação por turistas. Durante os festejos juninos desta cidade podem ser vistos personagens caracterizados, desfilando pelas ruas, relembrando esses artistas, mas a saudade ficou pra sempre.
O Programa Agronomia em Ação apresentado pelo Engenheiro Agronomo Dr. Lima na Rádio FM Comunitária 6 de Abril 98,7 MHz– Cruz/CE - fez uma homenagem à dupla do bom humor Ludugero e Otrope no dia 26 de março de 2012. O radialista esteve no Show de Ludugero e Otrope que foi apresentado no Cine Caiçara em Mossoró em setembro de 1969.
Dr. Lima
www.blogdodrlima.com
Gostaria de saber com exatidão se o humorista coronel Ludugero fez a sua última apresentação em um teatro em 1970 em Teresina Piaui e de lá foi para o Pará onde morreu, é verdade esta informação?
ResponderExcluirSou de Marapanim no nordeste do Pará, em 1977 baseado na sua obra phonográfica, com 17 anos, montei a peça A volta de Ludugero, que foi apresentada nos palcos paroquiais da região. A época, fomos convidados a exibir se, na capital do estado, Belém. Foi uma maneira de homenagear esse grande vulto artístico nordestino e brasileiro, cujo humoristico de sua sublime obra até hoje nos trás saudades.
ResponderExcluir