sábado, 17 de março de 2012

BÁRBARA DE ALENCAR, A HEROÍNA DO NORTESTE CANGACEIRO




Bárbara Pereira de Alencar



BÁRBARA DE ALERNCAR, A PRIMEIRA MULHER HEROINA BRASILEIRA.
Bárbara Pereira de Alencar nasceu no dia 11 de fevereiro de 1760, na Fazenda Caiçara, antiga freguesia de Cabrobó-PE. Atualmente Exu-PE. Município de Exu, interior de Pernambuco. Era filha de Joaquim Pereira de Alencar e de Teodósia Rodrigues da Conceição.
Ainda adolescente Bárbara mudou-se para a então Vila do Crato, no Ceará.
Casou-se em 1782, com o capitão português José Gonçalves dos Santos, comerciante de tecidos na vila de Crato, região do Cariri, para onde se mudou e passou maior parte da sua vida.
Teve quatro filhos: José Martiniano de Alencar, João Gonçalves de Alencar, Carlos José dos Santos, Joaquina Maria de São José e Tristão Gonçalves Pereira de Alencar que na Confederação do Equador mudou seu nome para Tristão Gonçalves de Alencar Araripe. A 16 de outubro de 1794, deu a luz a José Martiniano de Alencar, pai do escritor José Martiniano de Alencar, falecido em 15 de março de 1860, como senador, o qual a 29 de abril de 1817, chegou ao Crato-CE, encarregado pelo Governador Revolucionário de Pernambuco, de libertar o Ceará contra a dominação portuguesa. No dia 3 de maio, de batina e roquete, o Diácono José Martiniano de Alencar, subiu ao púlpito na Matriz do Crato e proclamou nossa Independência e República. Em consequência, Dona Bárbara de Alencar fugiu do Crato para Paraíba, mas foi presa no Rio do Peixe, pelos seguidores do Governador Sampaio. Qualificada entre os presos “Infames cabeças”, foi enviada para Icó-CE, depois para Fortaleza, onde, posteriormente, juntamente com outros presos, foi para Recife-PE, de lá, finalmente foram recolhidos às prisões da Bahia, onde foram cruelmente tratados. No seu cárcere, no subsolo, uma pequena cela de tortura que não cabia um homem em pé, recebia uma só refeição por dia. Libertada três anos depois, a heroína Bárbara Pereira de Alencar foi, sem dúvida, o maior símbolo da mulher cratense. Guerreira, idealista, líder da revolução de 1817 no Cariri, Bárbara de Alencar terminou sendo presa em nome dos seus ideais libertários.  Considerada a primeira mulher presa política do Brasil, ela ganha a liberdade em 17 de novembro de 1821, por ocasião da Anistia Geral, vindo a falecer em sua fazenda Alecrim, município de Touro-PI, a 28 de agosto de 1832. Foi sepultada na Capela de Nossa Senhora do Rosário, Poço de Pedras, hoje Itaguar - Município de São Mateus-Ceará. Pediu um enterro simples, dentro de uma rede, assim como eram sepultados seus escravos que, segundo afirmou, foram os amigos leais. O que “Dona Bárbara” tentou apagar está sendo restaurada hoje.
Uma das primeiras mulheres a envolver-se em política, foi presa por participar de movimentos em prol da Independência do Brasil e por ter liderado o movimento que proclamou a República no Crato, uma extensão da Revolução Pernambucana.
Como represália, a corte a manteve presa por quatro anos, transferindo-a para várias prisões em Fortaleza, Recife e Salvador.
Em 1824, seus três filhos homens entram na luta que se chamou Confederação do Equador e que incendiou as províncias nordestinas. Nesta luta, ela viu morrer dois dos seus filhos, Carlos de Alencar e Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
A primeira mulher heroína do Brasil foi Dona Bárbara de Alencar, A heroína Cratense da Revolução de 1817.
Fantástica odisseia encerra a vida dessa mulher extraordinária, que sendo mãe, soube ser heroína, sendo mulher, soube vencer os preconceitos da época. Sua vida foi marcada pelo exemplo de fé e de patriotismo em todas as gerações.
BÁRBARA DE ALENCAR projetou seu vulto, sua vida e sua obra, para muito além dos estreitos limites do Crato e do Ceará. Foi figura do Nordeste de relevância nacional.      
Há séculos Pernambuco é, como se ouve na primeira estrofe do seu hino, uma Nova Roma de bravos guerreiros. Há que se fazer, contudo, justiça às mulheres, já que nosso estado tem sido defendido também por bravas guerreiras. Ontem brandindo armas, hoje lutando não só na administração do lar, mas igualmente nas fábricas, no comércio, nos serviços, nas profissões liberais, nas artes, nas ciências, na polícia, na política e, enfim, em todos os campos, contribuindo para tornar esta terra mais auspiciosa.
Homenagem à Bárbara de Alencar - Fortaleza

Uma dessas mulheres especiais, considerável individualmente como a primeira Heroína do Brasil, nasceu em 1760, em Exu, a terra de Luiz Gonzaga, cresceu, casou-se e teve três filhos, todos dedicados a libertar o Brasil do jugo português. Não se suponha, no entanto, que a vida de Bárbara Alencar foi cingida a criar os rebentos. Ela se tornou importante protagonista do movimento que pretendia proclamar a independência brasileira em 1817, cinco anos antes do Grito do Ipiranga. E por isso, pelo anseio libertário, foi presa. Naqueles tempos, os ventos das ideias que nortearam as revoluções francesa e norte-americana sopravam forte na planície das mentes esclarecidas, lembrando ser fundamental para Pernambuco recuperar a importância de antes, porém sob um regime moderno, e não a troco do sacrifício dos seus ideais de liberdade. Esses ideais, claro, só poderiam prosperar em um país independente.
Sabe você quem era o principal revolucionário da capitania? O seminarista José Martiniano de Alencar, filho de Bárbara Alencar, que aderira ao movimento, não só cedendo a sua casa para os conciliábulos, mas impregnando-se das ideias que norteavam a causa.
Rica, firme, decidida, dotada de notórios pendores políticos, Bárbara Pereira de Alencar era, ademais, uma mulher transbordante de coragem, mais ainda em uma época de mulheres submissas e ignorantes, limitadas aos assuntos domésticos. Era um tempo em que atos de conspiração costumavam ser punidos com a morte.
O sonho da Revolução Republicana de 1817, todavia, durou somente 75 dias, em Pernambuco, e oito dias no Ceará, após o que se transformou em pesadelo. Mãe, filhos, tios, primos, foram presos, agrilhoados e levados ao Ceará, onde foi prese em uma das celas da Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, depois a Pernambuco e, em seguida, à Bahia, onde permaneceram confinados até 1820. Foram três longos anos em que, qualificada entre os presos rotulados de “Infames Cabeças”, nossa heroína foi encarcerada sob condições desumanas, em rigoroso isolamento, sem poder sequer ver os filhos.
Bárbara Alencar - avó do grande romancista José de Alencar e ancestral do governador Eduardo Campos - faleceu após Dom Pedro haver declarado a Independência do Brasil. Legou-nos o exemplo de uma mulher que se marcou a vida pelo enfrentamento dos preconceitos, pelo patriotismo, pela decência, pelo destemor, qualidades que a fazem depositária deste justo reconhecimento, aliás, especialmente apropriado em março, mês do início da Revolução de 1817 e do Dia Internacional da Mulher.
Pensando bem, não há como não dizer: essa mulher foi Bárbara...
Uma mulher presidenta
Em 2010, cumpriram-se os 250 anos do nascimento da primeira mulher presidenta no Brasil, Bárbara de Alencar. Foi a primeira mulher a se envolver, para valer, em política no Brasil - durante a Revolução Pernambucana de 1817, com vistas à Independência e à República. O Ceará e outras províncias limítrofes aderiram -- no Ceará, especialmente na região do Cariri.
Bárbara de Alencar liderou esse movimento no Crato, ampliando a revolução em Pernambuco. Ela declara a independência e proclama a República do Crato, assumindo a presidência. Com a derrota em Pernambuco, a rebeldia nas demais províncias foi sendo desmontada pelas forças do Conde dos Arcos, governador da Bahia, a mando de Dom João VI.
Em 1824, outra revolução em Pernambuco: a Confederação do Equador, liderada por Frei Caneca. No âmbito desse movimento, no Ceará, Crato, Icó e Quixeramobim aderiram.
Seus três filhos homens se envolveram. Em 26 de agosto de 1824, foi declarada a República do Ceará e designado presidente Tristão de Alencar, um dos filhos de Bárbara. A repressão das forças imperiais culminou com a morte de dois de seus filhos: Tristão e Carlos.
José Martiniano de Alencar sobreviveu e, mais tarde, terminou se credenciando como deputado às cortes constitucionais de Lisboa. Foi governador do Ceará e senador. Seu filho José de Alencar foi escritor, poeta e fundador do indianismo com seu "O Guarani".
A força da memória de Bárbara de Alencar ressurgiu em 1869, na escolha de senador em uma lista tríplice. Os conselheiros de Dom Pedro II sugeriram o veto a José de Alencar, apesar de ele ter sido Ministro da Justiça pouco tempo antes. O temor era que as ideias republicanas que começavam a ser reativadas pudessem coincidir com o DNA de José de Alencar.
No ano de 2010, em que o Brasil registrou e comemorou a assunção de uma mulher ao cargo de Presidenta da República, faltaram às comemorações em memória de Bárbara de Alencar, primeira mulher política brasileira, primeira Presidenta de República do Crato, e mãe de outro Presidente de República do Ceará, e quem sabe, ancestral de outro cearense Alencar presidente: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.
Bárbara de Alencar e seus filhos aderiram aos ideários e participaram das lutas de movimentos como a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador de 1824, cujos objetivos eram libertar Pernambuco do jugo português e instituir um sistema republicano de governo.

           Casa onde nasceu Bárbara de Alencar-Exu/PE
Apesar da sua importância no contexto histórico do Ceará, restaram poucas lembranças da heroína. Até a casa onde ela morou, no Crato, localizada na Praça da Sé e, segundo os historiadores, primeira construção de cal e pedra da cidade, foi demolida. Em seu lugar foi erguido o prédio da Secretaria da Fazenda do Estado. No Sítio Pau Seco hoje, Município de Juazeiro do Norte, restam somente os escombros da velha casa de campo, onde ela e os filhos planejaram e sonharam com os ideais republicanos.
Fazenda cabaceira onde Bárbara se refugiou

Porém, no Sítio Caiçara, Município de Exu (PE), onde ela nasceu a família restaurou e transformou a velha casa num museu particular. Decorridos 170 anos de sua morte, a família tenta restaurar a sua memória. A primeira providência para perpetuar a memória da líder revolucionária foi a criação do Centro Cultural Bárbara de Alencar (CCBA), que tem como objetivos principais: Perpetuar os ideais, os feitos e a memória de Bárbara de Alencar; difundir os valores da cultura nordestina através de obras no âmbito das ciências sociais e eventos culturais de caráter educativo; desenvolver projetos e atividades de pesquisa visando o desenvolvimento cultural no Nordeste Brasileiro; difundir através de publicações (livros, periódicos, jornais, etc) conhecimentos e informações considerados relevantes na consolidação dos objetivos do CCBA; realizar parcerias com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, com o objetivo de publicar e efetivar materialmente todos os objetivos do CCBA.
SEPARATISTA — O Crato projetou-se no cenário político da colônia com as lutas pró-independência, quando representante da aristocracia agrária — principalmente a família Alencar — engajou-se na Revolução Pernambucana de 1817 e envolveram a Vila Real do Crato e Jardim, no projeto revolucionário de 1817: Independência de Portugal e instituição de um sistema republicano de governo. Apesar da repressão sofrida, o espírito de luta desta elite local a faz proclamar antecipadamente a independência, em 1º de setembro. Igualmente ocorre em 1824, quando essa mesma elite liberal se engaja na Confederação do Equador, contrária a política absolutista de Dom Pedro I e favorável à ideia de uma República Separatista.
Precisamos do exemplo de D. Bárbara para continuarmos nossa luta em defesa de nossos direitos, pela luta contra a opressão, a injustiça, a tirania do poder, a usurpação do patrimônio de nossa Pátria, pelo resgate de nossa cidadania e da nossa autoestima.
Façamos tremular mais uma vez bem alto a bandeira de um Brasil de homens livres e independentes, como sonharam os heróis de 1817 que derramaram sangue e deram suas vidas.
Os heróis do Cariri, que tinham em Dona Bárbara sua principal líder, deram o exemplo de seu sacrifício, e da repercussão do movimento em todo Brasil se deu o Grito do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822.
Por fim, cabe salientar que duas mulheres ilustres - Raquel de Queiroz e Heloneida Studart - são descendentes da revolucionária republicana Bárbara Pereira de Alencar. 


Esta publicação é uma homenagem da FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DO MUNICÍPIO DE CRUZ-CE à Heroína Bárbara Pereira de Alencar em reconhecimento a sua luta em defesa da liberdade, da igualdade e da justiça social.

Dr. Lima

5 comentários:

  1. Conheço a casa aonde ela se refugiou minha tia morava la sou descendente dela também mas essa casa fica no ceará no município de campos salés não é em exú

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  2. Meu caro Carlos Philippe, sou muito grato pela sua observação. Quando fazemos uma pesquisa nem sempre os dados são fidedignos, mas com estas observações, vamos atualizando os fatos, fazendo as correções e tornando a história mais verdadeira.

    Um grande Abraço,

    Dr. Lima
    E-mail: limagronomiacruzce@yahoo.com.br
    www.blogdafolha.blogspot.com

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  3. Ela ficou presa em uma sela no subso na Praça dos leões?

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  4. Olá Ricardo Gadelha
    Obrigado pela sua colaboração.
    Estamos as suas ordens.
    Qualquer contribuição deixo o contato;
    E-Mail: limagronomiacruzce@yahoo.com.br

    Saudações

    Dr. Lima
    Cruz/CE

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  5. Erro ortográfico no titulo "Barbara de ALERNCAR"
    Mas uma ótima biografia

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