Rafael Morais
com as duas medalhas e o troféu conquistados em Bogotá (Foto: Felipe Gibson/G1)
Rafael
Pereira, de 20 anos, foi o melhor competidor do WorldSkills Americas.
Competição interamericana de profissões técnicas foi disputada em Bogotá.
De empregado
de uma oficina de portões a campeão da WordSkills Americas, competição
interamericana de profissões técnicas. É o resumo da ainda curta trajetória do
potiguar Rafael Wenderson Morais Pereira, de 20 anos, que voltou de Bogotá, na
Colômbia, com duas medalhas de ouro nas categoria de melhor soldador e melhor
competidor brasileiro, além do troféu Albert Vidal, entregue ao participante
com a maior pontuação da competição. "Fui além do que imaginava",
afirma.
Natural de
Mossoró, cidade da região Oeste do Rio Grande do Norte, Rafael vem de origem
humilde. É filho de uma dona de casa e de um pedreiro, condição que não o
impediu de seguir os passos do irmão mais velho, que já participou de
olimpíadas nacionais e internacionais. "Por influência do meu irmão entrei
no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para fazer o curso de
técnico de mecânica industrial em 2009", conta.
Em um ano Rafael
parou o curso. Seu plano era treinar para participar da Olimpíada do
Conhecimento, competição na qual foi campeão estadual e nacional. No ano
passado o jovem viajou a Leipzig, na Alemanha, e de lá trouxe a medalha de
prata do WordSkills Internacional em disputa com competidores de 35 países.
"Depois disso pensei que ia voltar para minha vida. Virei instrutor do
Senai", explica.
Jovem
trabalhava em uma oficina de portões antes de entrar em curso técnico (Foto:
Felipe Gibson/G1)
O que Rafael
não esperava era uma nova oportunidade em competições internacionais. "Fui
chamado para Bogotá. Tive que parar de trabalhar, não pensei duas vezes",
relata. Na Colômbia o jovem teve que fazer quatro processos diferentes com três
materiais. "As provas são 100% práticas e rigorosas para comprovar que
você está preparado para a tarefa. Quem solda os quatro processos é
diferenciado", relata Rafael, que esperava ganhar o prêmio apenas em sua
categoria.
"De
acordo com meu trabalho era para ganhar como soldador. Depois fui chamado como
'Best Of Nation', o melhor do Brasil. Quando descia do palco, Roberto Spada -
diretor da WorldSkills America - me mandou parar. Ali vi que ia ganhar de
novo", lembra.
De volta ao
Rio Grande do Norte após ser premiado, Rafael pretende concluir o curso técnico
de Mecânica Industrial e cursar Engenharia Civil em Mossoró. A graduação será
paga pelo Senai como prêmio pela participação do jovem na WorldSkills
Internacional, na Alemanha, em 2013.
Família
orgulhosa
Dona de casa,
Maria Alcilene Morais Pereira, de 47 anos, já se acostumou com os filhos
ganhando prêmios nacionais e internacionais. Depois do filho mais velho, de 26
anos, foi a vez de Rafael voltar premiado para casa. "O mais novo, de 15
anos, já falou que vai seguir o caminho dos irmãos. Está prometido",
brinca.
Alcilene vai
com o marido ao Senai para recepcionar o filho e depois promete uma reunião
familiar para comemorar a conquista. "É muita felicidade. O irmão já havia
passado por todas essas fases e ecompanhamos tudo aqui em casa. Estava muto
confinante, tudo que ele faz é assim", afirma a dona de casa, para quem a
dedicação dos filhos foi o diferencial para superar as limitações financeiras
da família.
"Todos
estudaram em escola pública. E sabem como é a violência hoje em dia, muitos não
conseguem escapar dela. Para mim educação é o caminho", conclui.
tópicos:
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2014/04/nunca-imaginei-diz-soldador-do-rn-apos-vencer-3-premios-na-colombia.html
Enviado pelo
pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo
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