Por: José Mendes Pereira
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Amanhã, 7 de
Setembro de 2013, estará completando 43 anos que nós fizemos a primeira marcha
oficial pelo Tiro de Guerra de Mossoró.
jotamariatirodeguerra.blogspot.com
Quem está de
fora pensa que prestar serviços militares às Forças Armadas é moleza. Mas na
verdade não é. Os sofrimentos são terríveis, cobranças por qualquer erro; uma palavra
ou resposta dada aos superiores é preciso que seja calculada o tamanho e seu peso,
pois poderá pagar caro por isso.
Fonte: https://www.facebook.com/raimundo.feliciano.1?fref=ts
Você meu amigo Raimundo, foi um que não media as suas palavras, e
por isso, sempre estava escalado para faxinar.
No dia 7 de Setembro
de 1970, ali, no meio das Ruas de
Mossoró, nós estávamos desfilando para a população nos aplaudir. O sol
escaldante nos deixou com a pele frágil no meio daquela multidão.
Passamos
alguns dias treinando o que deveríamos fazer no momento da nossa entrada às ruas;
quem iria seguir à frente, puxando as três turmas de atiradores; as exigências feitas
pelos sargentos, às advertências para conservarmos os passos sem erros; as
fardas limpas e bem passadas; os coturnos reparados pelo sapateiro, batendo os
pregos...; os gorros postos às cabeças, um pouco de lado, cintos com as fivelas
brilhando. Estes cuidados teriam que ser cumpridos, e ai daquele que chegasse
ao TG sem estas exigências.
fabreunews.blogspot.com
Para o reparo
geral das nossas fardas, muito agradecemos à dona Maria de Lourdes Medeiros (aqui
abro um parêntese meu amigo Raimundo Feliciano, para lhe comunicar que
hoje, às 10 horas desta manhã, recebi informação que dona Maria de
Lourdes de Medeiros faleceu ontem em Mossoró, e que Deus a tenha em um
bom lugar), zeladora da Casa de Menores Mário Negócio, que sempre teve o cuidado de examinar todo o nosso
uniforme, costurando aqui e ali, porque nós vestíamos fardamentos usados pelas
tropas de Natal, e geralmente já estavam bastante surrados.
Com experiência
da sofrida marcha de 7 de Setembro, no ano de 1970, fiquei tramando um jeito de
me livrar do 30 de Setembro, sendo que este só é comemorado em Mossoró.
http://www.walterbatista.com.br
Já bem próximo
a esta comemoração, isto é 30 de Setembro, fui até ao sítio do meu pai, e lá, casualmente,
fui atingido na perna (canela), por uma ponta de pau, conhecido por "estrepa
cavalo", ficando um pedacinho alojado na carne, e até supurava um pouco.
Como eu planejava não marchar
naquele dia, não fiz tratamento e nem procurei um médico para consultá-lo,
porque se eu tentasse tratar o ferimento, com certeza o sargento Gumercindo não
me liberaria daquela sofrida marcha.
Mas me enganei
por completo. Um dia antes, eu fui até à presença do Sargento Gumercindo, para lhe
apresentar o ferimento na minha perna. Mais o resultado foi negativo. Não me
dispensava de jeito nenhum da marcha.
E lá, verbalmente ele me bateu forte,
chamando-me de relaxado, manhoso, desastrado, preguiçoso, que eu deveria ter cuidado
do ferimento antes, que isso sempre acontecia com certos atiradores, tentando ludibriá-los.
“- Tem que marchar do contrário você irá para a tropa de Natal”.
No dia
seguinte, lá eu estava marchando com a tropa. O sargento tinha razão. O
ferimento na minha perna não era tão
grave assim. Era manha mesmo.
Minhas Simples Histórias
Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com
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