quarta-feira, 30 de abril de 2014

Missa de 7º. dia em sufrágios das almas de Zé da Volta e Pimentel - sogro e genro

Por José Mendes Pereira
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José Batista dos Santos - (Zé da Volta)

Hoje, 30 de Abril de 2014, às 19:00 horas, na Igreja Matriz de São Manoel em Mossoró, será realizada a missa de 7º. dia do falecimento de José Batista dos Santos (o Zé da Volta), nascido em 15 de Maio de 1924, e faleceu no dia 23 de Abril de 2014. Era funcionário aposentado dos Correios e Telégrafos de Mossoró, e um dos mais conhecidos empresários de Mossoró, sendo proprietário de postos de gasolina, restaurantes Zé da Volta 1, 2 e 3, e outras atividades comerciais. 

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José Ferreira Pimentel - (Pimentel)

A missa também será realizada em sufrágio da alma de José Ferreira Pimentel (Pimentel), nascido no dia 16 de Março de 1944, e faleceu no dia 23 de Maio deste. Pimentel era pernambucano, mas radicado em Mossoró, e era também proprietário de postos de gasolina.

Zé da Volta era sogro do Pimentel, e o mais interessante é que ambos faleceram no mesmo dia, com diferença apenas de 20 minutos, em leito hospitalar. Não houve acidente, o destino dos dois estava traçado para falecerem no mesmo dia. Zé da Volta era padrinho de batismo do administrador dos blogs: http://blogdomendesemendes.blogspot.com - http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com, e a esposa do Pimentel que é filha do Zé da Volta, também é sua madrinha de batismo.

Você que conheceu o Zé da Volta e o Pimentel está convidado para participar da missa, hoje, 30 de Abril de 2014, às 19:00 horas, na Igreja Matriz de São Manoel em Mossoró.

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terça-feira, 29 de abril de 2014

Origem do nome Favela Tranquilim

Por José Mendes Pereira

A criação de uma favela residencial geralmente começa com uma ou duas famílias, as quais vivem miseravelmente, e como não têm condições para viverem em ambientes mais seguros, arriscam construir suas moradias em loteamentos afastados da periferia, que ainda não existem casas feitas pelos os proprietários dos terrenos loteados. Mas geralmente os favelados não invadem os lotes de propriedade particular, apenas aproveitam as ruas projetadas dos loteamentos, e nelas fazem os seus abrigos de taipas, cobertos e rodeados com papelões, e algumas cobertas com telhas, e por eles mesmos os seus abrigos são chamados de barracos.

Favela Tranquilim - www.defato.com

As favelas aumentam constantemente seus moradores, quando outras famílias são levadas por familiares que lá já residem. Qualquer favela tem a sua origem como: o primeiro morador que iniciou a edificação da favela, o primeiro comerciante que fornecia alimentos aos moradores, as primeiras brigas entre vizinhos, e além destes, o nome escolhido por eles mesmos, que geralmente vem de acontecimentos não tão bons, como: pancadas que um deles recebeu do vizinho, facadas, tiros, facãozada, ou ainda pela posição da própria localidade...

A localidade onde eu morro (Teimosos), no bairro Costa e Silva, antes fora favela. Mas, posteriormente o prefeito de Mossoró construiu casas para os favelados, na condição de derrubar todas as casas construídas pelos favelados.

Favela Tranquilim - www.defato.com

Entregue as casas a estes, logo venderam e voltaram para o mesmo lugar. Como o prefeito não tinha condições para construir outras moradias, a localidade passou a ser chamada de Teimosos, devido a teimosia dos favelados, que quase todos voltaram para o mesmo lugar.

Lairinho na Favela Tranquilim - www.lairinho.blogspot.com

A Favela Tranquilim, no grande Alto do São Manoel, no bairro Dom Jaime Câmara, próxima aos Teimosos, quase ligada à Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, é uma das maiores de Mossoró, e seu nome "Tranquilim", foi criado por um dos seus primeiros moradores, um senhor chamado (Tanca), homem que vive mendigando o pão pelas ruas deste bairro, que apesar de ser uma pessoa que pede sobra de comidas nas casas, foi, é, e sempre será um homem honesto, apenas pede para se alimentar. Como ele foi um dos primeiros que deu início à Favela Tranquilim, e quando vinha aqui no bairro Teimosos, muitos querendo saber sobre o andamento da nova favela que estava surgindo, perguntavam-lhe:

- Tanca, como anda a favela que você está morando? Está tudo na Santa Paz do Senhor?

Como ele é um homem educado, calmo, e com o seu jeito tranquilo, respondia  pacientemente:

- Graças a Deus, lá está tudo tranquilim. 

E assim surgiu o apelido desta favela, que logo, logo, os moradores serão transferidos para ocuparem as suas casas doadas pela Prefeitura Municipal de Mossoró, as quais já estão sendo construídas no mesmo bairro Dom Jaime Câmara, apenas um pouquinho distante da Favela Tranquilim.


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A Favela Tranquilim não é uma das piores, e nela existem pessoas boas, que vivem trabalhando para a sua sobrevivência, sem intrigas e na Santa paz do Senhor. É claro que lá acontecem mortes, brigas, intrigas, roubos, mas não devemos condená-la, porque em todos os lugares existem isto. Mas ninguém sabe, se ao receberem as suas casas, venderão.
Minhas Simples Histórias

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

A RUA SÃO LUIZ NO GRANDE ALTO DE SÃO MANOEL, O "BECO DA ALEGRIA".

Por José Mendes Pereira

Com exceção dos carteiros dos correios e telégrafos e dos seus moradores, se alguém pedir informação onde fica localizada a Rua São Luiz, no grande Alto de São Manoel, poucas pessoas saberão informar onde ela está localizada. Mas se perguntarem pelo o "Beco da Alegria" neste bairro de Mossoró, de imediato será informado onde ele fica.

A Rua São Luiz nasce na Avenida Presidente Dutra, no antigo "Mercadinho União", no grande Alto de São Manoel, e é cortada pelas ruas: Avenida Rio Mossoró, Rua Deódulo Câmara, Rua José de Sousa, Rua Olinda, terminando na Rua Delmiro Rocha. Mas poucas pessoas a conhecem por este nome, mas sim, por "Beco da Alegria".

Esta Rua São Luiz mudou o seu nome verdadeiro quando  o afamado e competente marceneiro/carpinteiro Astério Pereira da Costa, falecido na década de 70, um senhor nascido nas terras da Fazenda Duarte, veio morar nela, dando-lhe este nome de Beco da Alegria, por ser uma rua de muito movimento entre os seus moradores.
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Com a entrada da abelha italiana no Rio Grande do Norte Astério dedicou-se à fabricação de cortiços, e como era um bom marceneiro/carpinteiro, foi convidado por alguns apicultores para confeccioná-los, e assim cuidou de vir morar em Mossoró, no intuito de ganhar o seu pão através das confecções de cortiços.

www.swissinfo.ch

Astério era compadre do meu pai, inclusive cunhado de dois tios meus, os quais eram casados com suas irmãs; e sendo o meu pai um pequeno apicultor, Astério confeccionou vários cortiços para ele.

Saindo das terras da fazenda Duarte, no final dos anos 50, Astério estabeleceu residência à Rua São Luiz, quase em frente à Escola Estadual Professor Manoel João, e esta rua ainda estava em formação, com poucas casas construídas. 

Sendo um homem que gostava da prosa, sem desrespeitar e sem afetar o caráter de ninguém, e como a rua São Luiz era um tanto quanto animada, divertida, porque ainda reinava a harmonia entre os seus moradores, e muito movimentada, devido alguns comércios que existiam nela, sendo seus proprietários: Cearense, Quetim, Noé e outros mais, carinhosamente Astério deu a ela este nome de "Beco da Alegria", que logo mais passou a ser chamado por todos que nela residiam,  e nos dias de hoje é muito difícil alguém a chamar de Rua São Luiz, e sim "Beco da Alegria".

É claro que este nome está apenas na mente das pessoas, e que nos registros da Prefeitura Municipal de Mossoró  ela continua sendo a Rua São Luiz, e não "Beco da Alegria". Mas mesmo residindo nela, alguns moradores não sabem a origem da mudança do nome desta Rua São Luiz para "Beco da Alegria". 


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domingo, 27 de abril de 2014

Seu Galdino conta história ao seu Leodoro na debulha de feijão em sua casa.

Por José Mendes Pereira

Nessa noite os convidados para a debulha de feijão na casa do seu Galdino eram poucos. O vaqueiro do fazendeiro Lili Duarte, este acompanhado da esposa; outro casal das suas amizades, acompanhados dos seus dois filhos com as suas  esposas,´mais ele e sua esposa dona Dionísia. Mas para seu Galdino,  de todos, os mais importantes naquela debulha de feijão era seu Leodoro Gusmão, seu melhor amigo e compadre de muitos anos, mais a  sua esposa Gertrudes, uma paixão incondicional do seu Galdino.

http://quixeramobimagora.blogspot.com

A conversa no meio da debulha do feijão continuava animada, e o vaqueiro do Lili Duarte contava as suas aventuras na derruba de gado, que nunca havia perdido nenhuma rês, quando decidia botar o seu famoso cavalo (o Tango, como era chamado), em cima de uma delas qualquer, só parava quando o animal já estava totalmente dominado. Mascarava-o, e o tangia em busca da fazenda.


Outras e outras histórias interessantes e até engraçadas surgiram no período da debulha. Mas ainda faltava a mais fantástica e famosa história que iria ser contada pelo o dono da debulha do feijão, seu Galdino, que desde muito cedo, já havia a preparado para contá-la no meio da debulha do feijão.

Sentado sobre um tamborete fabricado com madeira de pereiro, e coberto com couro cru de rês, ajeitou-se um pouco sobre ele, virou o rosto para um dos lados, acendeu um cigarro feito com fumo fabricado em Arapiraca, cuspiu, e em seguida iniciou a sua história.

- Em uma das minhas caçadas pelos cerrados, acompanhado do Rodolfo, um dos meus vizinhos e amigos, mais os nossos invejados cães de caças (o leão e o poty), perdemos-nos na Serra do Mel, e não entendemos porque havíamos se perdido ali naquela mata, lugar que nós tanto  frequentamos de olhos vedados.


estradasecaminhos.blogspot.com

- Como nós já estávamos cansados e necessitávamos de um repouso, continuava seu Galdino, resolvemos  arriar a bagagem, cuidar de um fogo para fazermos um delicioso café e alimentarmos os nossos intestinos, porque quando a noite chegasse,  a caminhada nos tabuleiros seria pesada em busca de alguns pebas, tatus, tamanduás e outros viventes... O Rodolfo apoderou-se de um facão, afirmando-me que iria tirar umas cascas de mororó para fazer buchas para a sua espingarda, e nessa saída, Rodolfo deparou-se com umas pedras semelhantes grutas, e vendo uma fenda entre uma e outra, desejou ver o que as pedras escondiam ali. E sem calcular o tamanho da fenda, deitou-se ao chão, enfiou a cabeça, que para este fim, não foi difícil. Mas o Rodolfo não levou sorte. Ao forçar a cabeça no pequeno espaço das pedras para olhar para dentro, infelizmente não conseguiu mais sair dali, ficando com a cabeça presa, sem condições de se livrar da fenda.

- Meu Deus! - fez seu Leodoro.

- Sim senhor! O sol já pendia muito para o poente. Eu preocupado com o não retorno do Rodolfo, fiquei gritando, imaginando que ele poderia ouvir os meus gritos por onde se encontrava. Mas o Rodolfo não respondia ao meu chamado. E sem outra solução saí à sua procura dele, até que o encontrei enganchado na fenda das pedras.

- Nossa senhora! - Fez a Gertrudes, esposa do seu leodoro.

- E a partir daquele instante só foi sofrimento para nós. O Rodolfo tentou todas as maneiras, mas quanto mais procurava se livrar das pedras, mais enganchado ficava. O sangue já descia pelo o corpo abaixo, saindo por pequenos cortes feitos pelas pedras.  Eu imaginei voltar ao acampamento improvisado, para apanhar uma picareta para quebrar parte de uma das pedras, mas não havia como usá-la ali, porque qualquer pancada que eu desse sobre uma delas, iria machucar o Rodolfo. Sem solução, eu e os cachorros ficamos a noite toda ao seu redor.

- E deu para o senhor dormir, compadre Galdino?

- Eu nem imaginei dormir, porque o Rodolfo não deixava. O tempo todo invocava todos os Santos..., a noite se foi, e ao clarear do dia, o estado de saúde do Rodolfo não era bom; passara a noite em vexames, não dormiu, porque a posição da sua cabeça entre as pedras não lhe favorecia dormir. Eu não sabia mais o que fazer para salvar o Rodolfo. Foi-se o dia e novamente chegou a noite. O Rodolfo não tinha como sair dali. Durante estes dois dias preso entre as pedras, o Rodolfo não comeu e nem bebeu. Já no terceiro dia, ele me liberou, dizendo-me que fosse embora. O fim dele era ali mesmo, enganchado naquelas pedras. Que eu desse lembranças à esposa, aos filhos, parentes e amigos. Para procurar o corpo de bombeiro em Mossoró não seria tão fácil, já que eu teria que enfrentar a pé mais de 40 quilômetros, e com certeza, ao retornar, eu não encontraria mais o Rodolfo vivo naquelas matas. Despedi-me do amigo e saí lentamente acompanhado pelos cachorros, com um arrocho em meu coração, por eu não ter conseguido livrar o amigo daquelas pedras.



Mas ao sair, já com mais de 200 metros caminhado, lembrei-me que o Rodolfo tinha muito medo de onça. Resolvi voltar para tentar o último recurso e ver se salvava o meu amigo. E aproximando-me do Rodolfo, cuidadosamente esturrei como onça. Mesmo já debilitado, com medo, o Rodolfo puxou a cabeça de vez, e com isso livrou-se das malditas pedras que há três dias o conservavam preso pela a cabeça. 

- Que sorte hein compadre Galdino, teve o Rodolfo! -  exclamou seu Leodoro.

- Foi muita sorte! Muita! Mas em compensação as suas orelhas ficaram entre as pedras. Mas é melhor vivo lambi do que morto com as orelhas. - disse seu Galdino com deboche.


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sábado, 26 de abril de 2014

RANCHINHO DE TAIPA ONDE MORA A FELICIDDE


Cruz. Na zona rural do Município de Cruz, a 300km de Fortaleza, Zona do Litoral do Extremo Oeste do Ceará ainda encontramos habitações modestas, onde mora a felicidade e a paz, onde a natureza e as gentes simples do campo trabalham e vivem em perfeita harmonia com a natureza.


Ranchinho de palha
Que abriga você e eu
Onde tudo é amor
Onde o chão é de areia
Onde nós dois se agasalha
Nesta casinha tão feia
Mas pouca gente é feliz como nós
                             Luiz Gonzaga


Tive a oportunidade de visitar toda a zona rural do Município de Cruz. Estive em todas as comunidades rurais, que são mais de 40 em todo o Município e Cruz. Visitei mais de 500 residências conversando com as famílias, dialogando com eles e ouvindo suas histórias, seus lamentos, reinvindicações, mas também presenciei momentos de alegria, confraternização e solidariedade entre esta gente humilde do campo. Gente humilde que ainda bota as cadeiras nas calçadas, alpendres ou latadas para prosear com a vizinhança e botar as notícias em dia. Encontrei muitas mulheres reunidas que ainda preservam a cultura de trabalhar com linha fazendo as tradicionais varandas de parede.

Na agricultura, as plantações estão muito diversificadas e em diferentes estágios de desenvolvimento, pois, enquanto uns já fazem colheitas de milho e feijão, outros estão nos primeiros estágios de desenvolvimento de sua lavoura. A irregularidade das chuvas, no tempo e no espaço, não permitiu uniformidade nas plantações, fazendo com que muitos agricultores tenham que pedir por mais chuvas até o tempo da colheita. Os métodos tradicionais de práticas agrícolas ainda estão presentes em suas atividades, pois juntas de bois inda ajudam na lida do campo tracionando arados para capinas e revolvimento dos solos agrícolas.

O camponês é gente simples, humilde e acolhedora, alguns sisudos, mas, gente boa; enquanto outros são alegres a extrovertidos. Sempre a recepção vinha acompanhada de um aperto de mão, uma xícara de café, um doce caseiro, melancia ou mesmo um simples copo de água fresca de um velho e tradicional pote de barro. Tudo servido com muita satisfação. Foi um momento de reencontro com amigos que não os via, já fazia algum tempo.
Confesso que muitas vezes fiquei emocionado, pois, fazia-me voltar no tempo, e relembrar da época da minha vida no campo, no Sertão do Rio Grane do Norte, na zona rural da minha querida Augusto Severo-RN, quando fazia estas mesmas atividades, com a pele ressecada pelos raios do sol, que provocava um calor intenso e abrasador, e as mãos cheias de calos, produzidos por rudimentares instrumentos de trabalho.
Que fazia eu, então, com estas visitas?
Estava visitando os camponeses inscritos no Programa Nacional de Habitação Rural, um Programa do Governo Federal que visa construir casas populares para quem não tem casa ou habita em moradias inadequadas ou ainda para aqueles que moram em casas alugadas ou de favores, ou até mesmo para resolver a situação de várias famílias que compartilham o mesmo teto.

Mudar esta realidade é uma das principais metas do Governo Municipal do PT, que tem a frete da administração Adauto, um administrador comprometido com o bem estar da população rural do Município de Cruz.

Ter vida digna no campo é um direito que todo cidadão camponês tem, que foi uma conquista da sociedade rural com a administração do PT que luta para mudar a realidade vivida pela gente humilde do campo que também merece uma vida de conforto e bem está para toda família.
Outra situação difícil, não menos desconfortável para o homem do campo, é a falta de água para o consumo humano e animal. O lençol freático está muito profundo e a água é de qualidade muito ruim. Muitas cacimbas já secaram.
A precipitações pluviométricas registradas este ano tem sido de pouca intensidade, não suficiente para reabastecer os aquíferos, que nem subiram de nível. Um carro pipa do PAC 2 está atendendo aos casos mais difíceis.
O Prefeito tem se preocupado com esta situação e está implantando sistemas de abastecimento de água nas comunidades rurais, em parceria com as associações, pelo Programa do Governo Federal Água para Todos.
A luta tem sido incansável para melhorar a qualidade de vida das populações mais carentes da zona rural, que propõe proporcionar uma estrutura de melhor qualidade para o nosso trabalhador rural que é quem garante a alimentação e a matéria prima para tudo que é consumido neste País, portanto, digno de toda a nossa admiração e respeito.



Dr. Lima
Um Potyguar em Terras Alencarinas

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Corisco - o destemido alagoano

Por: José Mendes Pereira
Este artigo foi publicado em Maio de 2013

No dia 25 de maio, deste, completou 71 anos que o famoso cangaceiro Corisco foi assassinado pelas armas do tenente Zé Rufino, o maior caçador de cangaceiros de todos os tempos. O assassinato aconteceu em Brotas de Macaúbas, no Estado da Bahia. No momento, sua companheira Dadá foi atingida com um tiro na perna, sendo obrigada a fazer uma cirurgia, e não sendo aproveitada, foi amputada. Foi presa, mas posteriormente foi liberada para novamente participar da sociedade livre.

Cristino Gomes da Silva Cleto era seu nome verdadeiro. Nascido no dia 10 de agosto de 1907, em Matinha de Água Branca, no  Estado de Alagoas. Era filho do sofrido casal Manoel Anacleto e Firmina Maria (segundo comprovação no atestado de óbito do acervo Ivanildo Alves da Silveira).

No ano de 1924,  foi convocado pelo Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar, mas talvez não satisfeito com as exigências das forças armadas, desistiu   em seguida.

No ano de 1926, Corisco resolveu participar da pior vida do mundo,  incorporou-se à “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”,  do famoso Virgulino Ferreira da Silva, vulgarmente chamado “Lampião”.
Corisco foi um dos cangaceiros mais admirados pelas mulheres,  pela sua beleza, dono de um belo físico  e cabelos longos. Entre os comparsas ele era admirado  pela sua  força física.  No cangaço fora alcunhado por Corisco, pela sua ligeireza, Diabo Loiro, Alemão…

Assim que Lampião levou Maria de Déia, a futura Maria Bonita para o cangaço, com a liberação do chefe, Corisco raptou uma moça de 13 anos, descendente dos índios Pancarerés, a Sérgia Ribeiro da Silva, conhecida por Dadá. Como a companheira não sabia  ler e escrever, Corisco a ensinou, e também os manejos de  armas de fogo.

Em relação às vestes dos cangaceiros, Dadá foi a maior  estilista do bando; costurava e enfeitava as vestes de todos os cangaceiros. Corisco foi o seu companheiro até o dia de sua morte.

Mesmo vivendo de correrias dentro das caatingas, o casal teve sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram, e um deles é o Sílvio Bulhões, muito conhecido por todos os escritores e pesquisadores do cangaço.

Como em toda sociedade sempre há desavenças por uma razão qualquer, infelizmente Lampião e Corisco  se desentenderam, causando a separação do bando, e com isso Corisco foi obrigado a formar o seu próprio grupo de cangaceiros, mas continuou conservando a amizade com o chefe Lampião.

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota de Angicos, no Estado de Sergipe, a polícia alagoana desbaratou o bando de cangaceiros;  matou e degolou onze asseclas, que infelizmente não conseguiram furar o cerco, e entre eles morreram: o rei  Lampião e a sua rainha Maria Bonita.

O cangaceiro Corisco não se encontrava no acampamento no momento do massacre, e ao tomar conhecimento, vingou-se ao seu modo.

Cinco dias depois do combate na Grota de Angicos, Corisco  matou o  coiteiro Domingos Ventura, e mais cinco pessoas de sua família, incentivado por Joca Bernardo, dizendo que o coiteiro Domingos Ventura era o responsável pela denúncia de Lampião.

Em seguida, separou  as cabeças dos corpos, e mandou-as para o Tenente João Bezerra da Silva. E comelas foi o recado: “-Faça uma fritada. Se o problema é cabeça, aí vai em quantidade”.

Como havia sido mortos os pais dos cangaceiros, isto é, seus protetores,  com uns trinta dias depois do massacre de Angico, a maioria dos facínoras já havia se rendido. Na ativa apenas permaneciam os grupos de Moreno e Corisco.

Corisco foi morto e enterrado em Jeremoabo, no Estado da Bahia, e com ele foi sepultada a “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.”

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quinta-feira, 24 de abril de 2014

VÁRIOS ANOS DE PENSAMENTOS PERDIDOS

Por José Mendes Pereira

Entre as décadas de 40 e 50, do século XX

Luiz Gameleira de Barros era açuense, mas registrado mossoroense; ainda pequeno veio residir em Mossoró, em companhia da mãe, que ficara viúva logo que nasceu. Aos seis anos de idade, já ajudava a mãe, na profissão de engraxate, e até diziam que ele foi o primeiro engraxate famoso de Mossoró. Os tempos foram se passando, o menino foi se formando, mas sempre zelando pela sua profissão.

Em uma das visitas à Mossoró, o advogado Dr. Café Filho, que ainda nem sonhava ser algum dia Presidente da República, Luiz Gameleira prestou os seus serviços de engraxate. Como Luiz era um jovem esperto, de bom papo, apesar de pouco ter frequentado escola, mas vivia no meio da gente instruída, usava o Português muito bem, com isso fez com que o Dr. Café Filho desejasse levá-lo para trabalhar com ele, como menino de recado, isto é (office-boy). Se antes dominava o Português, vivendo no meio dos sábios, muito mais se desenvolveu.

Acontece que em 1950, Dr. Café Filho foi eleito a Vice-Presidente da República, assumindo o cargo em 31 de janeiro de 1951; e com isso, desfez do seu escritório de Advocacia, mas prometendo a Luiz Gameleira que iria cuidar de um emprego para ele. Terminado o escritório de advocacia, Luiz Gameleira retornou a Mossoró, e aqui partiu para o comércio, estabelecendo-se à Rua Alberto Maranhão, no ramo de miudezas. Não era um comércio que se diz: “como é grande”, mas vivia muito bem, obrigado.

 Presidente Café Filho

Os dias foram se passando, mês e mês, chegando a ano, e Luiz ainda aguardava o seu novo emprego, que como fora um bom empregado do então vice-presidente da república, com certeza seria lotado no Palácio Presidencial, no Rio de Janeiro.

Getúlio Vargas

Em Agosto de 1954, o Presidente Getúlio Vargas suicidou-se, e Café Filho subiu ao maior posto de poderes do Brasil, agora era presidente da República. 

Luiz Gameleira que sonhava ocupar um cantinho naquele governo, quem sabe, secretário, assessor do presidente, uma coisa qualquer, ou até mesmo uma pasta de um dos Ministérios, dois meses depois que Café Filho assumiu o governo da república, um telegrama chegou à casa de Luiz Gameleira, comunicando-lhe que ele teria que se apresentar ao novo presidente brasileiro.

Se antes Luiz Gameleira gozava de certo prestígio em Mossoró, sua fama cresceu de vez, onde recebia parabéns a todo o momento, e nos tímidos lábios da população era o que bocejavam. E até já o chamavam de “Ministro”.

Com a convocação para se fazer presente ao novo presidente da república, Luiz empolgou-se tanto, que antes de viajar para o Rio de Janeiro, fez festas e mais festas com toda vizinhança. Alugou um prédio na mesma avenida, convocou a banda Municipal, que na época ainda não tinha conjuntos para festividades, e aí foi festão. Uma enorme bandeira do Brasil foi colocada em frente à entrada, e sobre ela, duas palavras diziam assim: “MORRA PELA PÁTRIA”


Um pobre bêbado que no momento rodopiava no meio da multidão, ao ver a frase sobre a bandeira, cuspiu-a, dizendo: “-Que morrer por pátria que nada! Morra quem quiser! Eu não!"

Luiz Gameleira ao ver o desprezo do bêbado com a bandeira, já se achando autoridade, mandou que fossem apanhar a polícia. E não demorou muito para que o miserável fosse guindado.

Lá pras tantas a festa terminou. Luiz precisava se arrumar para se dirigir até Natal, e lá, apanhar um velho e cansado transporte, indo até Recife e de lá pegaria outro até Rio de Janeiro. Foram mais de seis dias e seis noites de viagem, até que conseguiu colocar os pés na cidade maravilhosa.

Ao chegar, dirigiu-se a uma pequena e deteriorada pensão, “coisas doutros tempos”, e lá se amparou até o dia seguinte, quando iria se dirigir ao Palácio Presidencial, para receber o seu tão desejado emprego.

No dia seguinte, banhou-se, tomou café e se dirigiu ao Palácio. Levou três dias para conseguir audiência com o Presidente, até que falou com um dos assessores do Presidente, que levou o assunto a Café Filho, sobre a presença de Luiz Gameleira ao Palácio.

Café Filho o disse que primeiro o levasse a um restaurante, alimentasse-o e depois retornasse com ele à sua sala.  Mas antes lhe disse: “- Mande servi-lo bastante. Não deixe o homem com fome. Ele é nordestino, e nordestino quando não está com fome, não demora muito ter fome, porque a fome sempre está ao seu lado”.

Terminada a refeição voltaram ao Palácio. Café Filho já estava preparado para receber o seu conterrâneo. Se o homem era faminto, o presidente Café Filho, no momento, não, mas antes fora um dos tais.

Os abraços e lembranças antigas foram vividos entre os dois. Café Filho relatou as dificuldades que tinha quando os seus clientes não pagavam os seus serviços sobre  causas judiciais, penais e serviços diversos.

Terminada a palestra entre eles, Café Filho abriu a página sobre o seu emprego. Iria mandá-lo para a Amazônia, trabalhar como seringal na extração do látex.

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Um dos melhores empregos que no momento ele iria o ofertar. Explicou, explicou os riscos, as vantagens, o pagamento que seria feito mensalmente... E em seguida perguntou-lhe:

- Está pronto para trabalhar na Amazônia, na função de seringal, Luiz?

- O Senhor está me dizendo que é este o emprego que tem para mim?

- E dos melhores, Luiz. Está pronto para assumi-lo?

Não Senhor, Dr. Café Filho. Não Senhor! O senhor sabe muito bem que eu nunca trabalhei como seringal. Não tenho a mínima ideia como é este trabalho.

- Mas quem não sabe, aprende! Eu vivia lá em Natal, sofrendo juntamente com você. Hoje sou Presidente deste imenso Brasil... Eu não tinha a mínima ideia como se administrava um país...

- Sou franco em lhe dizer, Dr. Café Filho – dizia Luiz Gameleira já de cara fechada. Eu agradeço o seu emprego. E o senhor me desculpe as minhas francas, grosseiras e sinceras palavras.  "Quem tira leite de pau é buce.." - Disse e de imediato se retirou da presença do Presidente Café Filho.

Publicado também nos sites:

http://www.folhadodelegado.jex.com.br/licoes+de+vida/varios+anos+de+pensamentos+perdidos.
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