Por José
Mendes Pereira
Foi um dos
melhores e mais competentes radialistas de Mossoró. Tinha uma voz assustadora,
mas na verdade, só a sua voz. José Maria Madrid era uma verdadeira criança.
Educadíssimo, amigo dos amigos.
Dom Gentil
Diniz Barreto - bispo de Mossoró, Alcides Belo, ex-prefeito de Mossoró, e o
radialista José Maria Madrid - aparece de bigode - todos já
falecidos. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br
Conheci o Zé
Maria Madrid nos anos 70, quando ele veio trabalhar na Rádio Difusora de
Mossoró. Enquanto ele era empregado na Rádio Difusora, eu trabalhava na Editora
Comercial S/A, numa sociedade: Cine Caiçara, Cine Jandaia e Cine Miramar de
Areia Branca, mais a Rádio Difusora, e a Editora Comercial S/A, cujos sócios
eram:
Renato Costa é
o nº. (1). O nº. (2) é Bibil Gurgel - proprietário do Banco S. Gurgel em
Mossoró - ambos já falecidos -Foto: http://telescope.blog.uol.com.br
Os verdadeiros
proprietários desta sociedade era Renato Araújo Costa, Dr. Paulo Gutemberg de
Noronha Costa, irmão do primeiro, Milton Nogueira do Monte e José Genildo
de Miranda; quatro homens que muito souberam respeitar os seus empregados.
Carlos Augusto
Rosado - esposo da governadora do Rn e José Genildo de Miranda, já falecido. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br
Nenhum de nós
que teve a oportunidade de trabalhar com estes homens, tem a audácia de falar
mau de um deles ou de todos, e se falar, é porque gosta mesmo de denegrir a
imagem de qualquer ser humano.
Dr. Paulo
Gutemberg era um homenzarrão, de andar apressado, de olhos azuis, alto, de cor
clara, aparentando o fundador de Brasília, o ex-presidente do Brasil Juscelino
Kubitischek. Era advogado e chegou a ser promotor de justiça.
José Renato,
filho de Renato Costa e sobrinho de Paulo Gutemberg - suicidou-se - Nilo Santos
e Paulo Gutemberg - ambos faleceram de infarto.
Foto: http://telescope.blog.uol.com.br
Renato Costa,
Dr. Paulo Gutemberg e Genildo Miranda tinham um respeito enorme pela pessoa de
Milton Nogueira do Monte, igualmente nós, operários. A paciência que tinha seu
Milton, a maneira que ele falava com qualquer ser humano, por mais ignorante
que fosse o sujeito, ele evitaria ter qualquer desentendimento com seu Milton
Monte.
Zé Maria
Madrid como era chamado pelos seus amigos, tinha uma facilidade para decorar os
textos que seriam lidos na Rádio, no horário do jornal, ao meio dia. Bastava
ele ler uma vez, já sabia tudo sobre o assunto, e nem precisava mais das laudas
para ler as notícias.
Zé Maria gostava
da diversão nos bares, e tive oportunidade várias vezes de participar da sua
mesa, lá no bar da Dona Neci, na Rua Frei Miguelinho, com o cruzamento da Rua
Tiradentes, vizinho a antiga SAMBRA, esta sendo uma algodoeira, onde hoje
funciona um Chopp.
A SAMBRA
funcionava neste prédio. Foto: http://telescope.blog.uol.com.br
Nesse tempo eu
ainda era solteiro, e como havia saído da instituição escolar, a qual eu vivi
oito anos, mas já estava vivendo de favores, por já ter passado dos dezoito
anos, fui morar no Sindicato da Lavoura de Mossoró.
Geralmente nós
nos encontrávamos no bar citado. Eu já era freguês de meses, e Zé Maria Madrid,
antes de começar o seu trabalho do meio dia, sempre estava no bar para ingerir
algumas pingas, e vez por outra nosso patrão, Dr. Paulo Gutemberg nos visitava,
fazendo parte do nosso almoço.
Paulo
Gutemberg está ao centro - Foto do acervo da Florina Escóssia
Nesse dia era
um sábado. Como Dr. Paulo Gutemberg era muito farrista, não gostava de deixar
quieto o que as meretrizes do seu tempo guardavam debaixo das saias, ele vivia
mais no vermelho do que no verde.
Zé Maria e eu
já estávamos no bar aguardando o almoço. Minutos depois, Dr. Paulo Gutemberg
chegou e fez parte da nossa mesa com almoço, cervejas, bebidas mais fortes
etc.
Lá pras
tantas, devido ter passado a sexta-feira em altas farras, Dr. Paulo Gutemberg
já estava pra lá de bêbado, e enquanto Zé Maria e eu fomos acertar a conta das
nossas despesas no balcão, Dr. Paulo Gutemberg saiu de mansinho e vou
embora.
Naquele
momento tivemos que dividir a despesa entre nós dois, já que ele havia
desaparecido do pedaço.
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Mas na
segunda-feira, assim que ele chegou à Editora Comercial, foi até à linotipo,
máquina a qual eu trabalhava, e me pediu o valor que ele deveria compartilhar. Repassei
o total que nós havíamos pagado, e ele me entregou uma parte do valor pago no
bar da dona Neci. Recebido, divide-a com o Zé Maria Madrid.
Minhas Simples
Histórias
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gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
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