Por José
Mendes Pereira
Uma coisa
engraçada que aconteceu comigo, foi no final da década de 90, ou possivelmente
no início da década de 2 mil, quando eu fui até a casa do Dr. Vingt-un Rosado
Maia, localizada no bairro Costa e Silva - Mossoró, para adquirir a biografia
completa do poeta, escritor e jornalista José Martins de Vasconcelos, uma
grande personalidade de Apodi, mas era radicado em Mossoró.
http://apodiantiguidades.blogspot.com.br/
A escola em
que eu trabalhava leva o seu nome (Escola Estadual Professor José Martins de
Vasconcelos), e como estava preste ao seu aniversário de fundação, nós,
professores e diretores, havíamos programado uma gincana, a qual seria
realizada pelos alunos do turno noturno. Dividido as classes, eu fiquei
encarregado de acompanhar os trabalhos dos alunos de dois terceiros anos.
Eu sentindo
que as pesquisas destas turmas caminhavam muito lentas, resolvi participar com
eles, adquirindo o que fosse necessário para as apresentações, e assim, fui
obrigado procurar o Dr. Vingt-un Rosado Maia, ex-diretor da ESAM, agrônomo,
professor, historiador do Rio Grande do Norte, e que eu tinha certeza que
sairia da sua casa com a biografia do pesquisado.
http://blogdodrlima.blogspot.com
Nos anos 70,
eu era tipógrafo na Editora Comercial S/A, e linotipicamente, eu fazia as
composições dos seus livros (coleção mossoroense), e a minha intimidade com ele
era mais próxima. Mas em 1979, eu deixei a vida gráfica para tentar uma
atividade qualquer, permanecendo como comerciante até 1985, e que neste
período, eu já era professor lotado na Secretaria de Educação estadual.
Afastando-me do ramo gráfico, deixei de frequentar a sua residência, só
retornando à sua casa, no período desta pesquisa.
Neste dia em
que eu procurei o Dr. Vingt-un Rosado, fui bem recebido. Mas ele não me
reconheceu, devido a distância dos anos que haviam passado, e mesmo assim, ele
já estava com a idade avançada, e além do mais, tinha problemas auditivos e me
parece, também visuais.
O escritor e historiador Raimundo Soares de Brito e o jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Perguntou-me
se eu já havia procurado a biografia de José Martins de Vasconcelos ao
escritor e historiador Raimundo Soares de Brito, sendo que este formava o trio
de intelectuais, juntamente com ele e com o jornalista Geraldo Maia do
Nascimento. Depois de um bom bate-papo, finalmente recebi das suas mãos a
biografia do pesquisado.
Mas o mais
interessante, foi que enquanto nós conversávamos em sua enorme biblioteca, que
mais parecia uma livraria de centro, chegou em um carrão a sua esposa,
América Fernandes Rosado Maia, que também era professora da ESAM e de grande
conceito. E assim que ela estacionou o seu automóvel (não deu para eu saber se
quem dirigia era ela, porque nós estávamos dentro da biblioteca), parece que
quando ela entrou para colocar o seu carro na garagem, viu pelo retrovisor, que
um cachorro aproveitou o ensejo e entrou para o jardim. E ao descer, ela foi
tentar expulsar o cachorro do quintal.
Foi a partir
daí que tudo foi contrariado. Dona América não viu logo o cachorro, e de
imediato gritou:
- Vingt-un,
entrou um cachorro dentro do quintal, e agora eu não sei aonde ele está.
Dr. Vingt-un
com problemas de audição, achava que ela estava se referindo ao professor, no
caso, eu. E logo, respondeu:
- Ele está
aqui comigo dentro da biblioteca!
Dona América
já irritada com o desaparecimento do cachorro, e ouvira do Dr. Vingt-un, que o
cão havia entrado na biblioteca, fez-lhe a seguinte pergunta:
- E por que
você Vingt-un, deixou o cachorro entrar na biblioteca?
Como ele ainda
não havia entendido o que dona América Fernandes perguntava, devido o problema
na audição, disse-lhe:
- Ele quer a
biografia do jornalista José Martins de Vasconcelos. - Respondeu ele já com um
pouco de impaciência.
- Pois diga! Só
o que me faltava mesmo! Esta é a primeira vez que eu tomo conhecimento que um
cachorro está procurando biografia de alguém em uma biblioteca.
Como eu estava
por trás de uma estante, dona América entrou, e em suas mãos, conduzia um
pedaço de pau, e que seria para expulsar o cachorro da biblioteca. E ao me ver,
perguntou-me:
- O moço viu
um cachorro entrar aqui?
- Não senhora. Eu não vi cachorro aqui dentro não. - Respondi-lhe.
- Isso é coisa do Vingt-un. - Dizia ela se retirando da biblioteca. - Ele
parece que não entendeu o que eu perguntei. - Ele está com sérios problemas na
audição.
Mas eu já
havia entendido tudo. Ela falava sobre o cão que havia invadido o seu quintal.
Mas o Dr. Vingt-un Rosado, achava que ela estava falando sobre a minha pessoa,
porque, talvez, a sua audição, confundiu o som "Cachorro" com
"professor".
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histórias
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