Contribuição: Compadre Lemos
Lá vou eu, com mais uma...
Contam que, um dia, Luiz Gozaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro.
Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela!
No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época.
Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:
- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?
- Seu Luiz... - disse o jovem - eu queria... carregar sua sanfona, até o carro. Posso?
- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.
- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?
- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?
E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.
- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?
- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!
- Benito! - disse o rapaz.
- Benito de que? Tu nun tem sobrenome não, peste?
- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!...
Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando:
" Aquela sanfona branca,
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro ".
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro ".
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