Por José
Mendes Pereira
Todas as
tardezinhas, eu me deslocava para o quintal da minha casinhola, na intenção de
usufruir um pouco dos ventos que vinha do Norte, e posteriormente direcionava-se
para o Sul. E lá, eu me aconchegava a uma touceira de
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babosa viçosa, que em anos longínquos eu tinha plantado uma muda, que adquiri no
meu amado berço, BARRINHA, e com o passar dos anos, ela foi se expandindo, até
que formou uma ramagem bastante verdinha e de forma arredondada.
E Todas as
tardezinhas, um colibri chegava, e entre as folhas espessas da babosa, enfiava o
bico fino e alongado nas flores em desenvolvimentos, e ficava sugando as
gotículas fertilizantes. E em um pequeno espaço de tempo, ele se apoderava de
um voo entre o pomar frutífero verdejante, em direção a um outro lugar. O
colibri desaparecia, e minutos depois retornava, e com a sua lentidão, repetia
tudo o que tinha feito antes. Eu ali, apenas acompanhava os pequenos movimentos
das suas asas e corpo. O colibri tinha diversas cores, mas a que mais predominava,
era a azul celeste.
E com o passar
dos dias, ele foi permitindo que eu me aproximasse cada vez mais dele. O colibri
ficava como se estivesse paralisado, e apenas com uma tremura nas asas e no seu
pequeno corpo, eu notava que ele estava em movimentos. Mas quando ele percebia,
que no horizonte, um lençol amarelado, formado por nuvens encarneiradas, dando
sinal aos viventes do planeta, que o
pai da
natureza já estava se preparando para se deitar, o colibri tomava o último voo
daquele dia, e desaparecia no gigantesco espaço do universo. Depois disso, só
no dia seguinte era que ele retornava para repetir tudo de novo, colhendo as
novas gotículas fertilizantes que a natureza tinha autorizado a sua reprodução.
Certo dia, eu
me apoderei de uma maldade de humano devastador, e tentei capturá-lo, mas o
colibri não permitiu a minha ignorância, e apossou-se de um voo, e foi-se
embora para nunca mais voltar. Nunca mais o vi!.
Será que o
colibri já tinha completado o seu ciclo vital aqui na terra, e foi recolhido
pela natureza, paralisando os seus movimentos para sempre?
Será que o
colibri foi alvejado por uma carabina de caçadores?
Ou será que o
colibri descobriu que eu pertenço a uma espécie de animais que rouba, mente,
devasta, difama, odeia, desfaz do seu próprio criador, explode e implode, mata
os rios, polui a natureza, extingue os pássaros, e faz cilada para matar o seu
semelhante?
Minhas simples
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Fonte:
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