Por José Mendes Pereira
Não tenho
muito que falar sobre seu Raimundo Januário, isto é, se era
mossoroense, ou se chegara aqui e aqui ficou, mas o conheci muito, e sei que
durante muitos anos foi comerciante no Mercado Público Central de Mossoró,
vendendo cereais, enlatados e outras mercadorias. Era esposo da capacitada
professora "Laís", que era professora na "Casa de Menores Mário
Negócio".
Seu Raimundo
Januário tinha uma cor clara, de estatura média, meio grosso, mas não tanto, e
nesse período, suponho que ele já passava dos 50 anos. Residia no centro da
cidade, à Rua Melo Franco, em frente à "Estação Ferroviária de
Mossoró" que nos dias de hoje, funciona a "Estação das Artes Eliseu
Ventania".
www.mossoroemfoco.com
Seu Raimundo
Januário era um dos que fornecia mercadorias à "Casa de Menores Mário
Negócio" mantida pelo o Governo Estadual com parceria do Governo Federal,
administrada pelo -"SAM - Serviço de Assistência ao Menor", hoje é a
"FEBEM".
Lembro-me que
quando a vice-diretora me incumbia para fazer algumas comprinhas de mercadorias
na sua mercearia, geralmente ele me perguntava: "- E como anda com as
princesinhas?"
Princesinhas
que ele se referia eram as mocinhas novinhas, porque eu ainda estava com pouco
mais de 16 anos. Mas eu o respondia que os seus pais eram bravos.
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Ele sorria e
me dizia que, no seu tempo, para se namorar, era muito difícil, porque as
mães não arredavam os pés um só instante das filhas quando elas estavam com
namorados. Ficavam ali grudadas ao casal. Não rolavam beijos, só uma pegadinha
de mãos e mais nada. E ai daquele que tentasse dar um abraço na namorada! O
jovem já era considerado um canalha, e o pai da donzela já o rejeitava como
futuro genro. E alguns deles chegaram até ser expulsos da casa da namorada.
Seu Raimundo
Januário era uma excelente pessoa, gostava de prosear, de contar histórias
sobre mocinhas novas no seu tempo, mas que nunca se aproveitou de nenhuma.
Mantinha o respeito para não passar por gaiato, ou elemento desprestigiado
pelos pais das suas namoradas. A sua esposa, dona Laís, que ainda está
viva, também é uma grande figura humana.
Apenas quero registrar neste blog a passagem do comerciante Raimundo Januário
em nosso planeta, já que o conheci na batalha pela vida. Mas ele não era
desarranjado. Apesar da simplicidade que lhe acompanhava, era dono de muitos
panos para as mangas.
Minhas simples histórias
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