Por: José
Mendes Pereira
Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Os tempos se
foram e nós continuamos aqui, para contarmos o que se passou naquela Casa de
Menores. Devemos agradecer de coração ao nosso grande Deus, por ainda estarmos
vivos.
Raimundo
Feliciano e José Mendes Pereira em Tibau
Alguns do
nosso tempo já estão lá com Deus, como por exemplos: O Edivaldo, não me recordo
bem, mas me parece que era de Areia Branca.
O Francisco de Sousa, vulgo Nove, que trabalhou algum tempo em uma farmácia de Maria Menezes, na Rua Mário Negócio, este infelizmente tive notícias que fora assassinado.
O Francisco de Sousa, vulgo Nove, que trabalhou algum tempo em uma farmácia de Maria Menezes, na Rua Mário Negócio, este infelizmente tive notícias que fora assassinado.
Antonio Pereira da Silva (vulgo Toinho), meu primo e irmão de Galdino. Este, eu
o coloquei na Editara Comercial S/A, mas resolveu ir para São Paulo. Lá
trabalhou na fábrica de lâmpadas Silvana. Posteriormente retornou a Mossoró,
mas era asmático, e certo dia faleceu.
O Francisco Gutemberg (vulgo Trinta), chegou a ser engenheiro agrônomo, depois
tentou medicina, mas não tenho informação se ele chegou a terminar o
curso. Também já está com Deus.
O nosso monitor, o José Fonseca (Zé Fonseca), que negociava ali próximo à
Escola Estadual Jerônimo Rosado, dias antes da sua morte, eu estive em seu comércio,
e eu não tinha informação que ele andava doente. Infelizmente faleceu no
mês de outubro de 2012.
As empregas já se foi uma porção, e há dois anos passados, também se foi dona
Tanô, a mãe do comerciante Nilson, estabelecido na Alberto Maranhão, em frente
ao Mercado do Alto da Conceição.
Dona Cristina de Tibãozinho, aquela que era zeladora da Casa de Menores, também
já está com Deus.
Outro que já se foi, o Zé Dieb, primo legítimo de dona Caboquinha, e
fornecia carne à Casa de Menores Mário Negócio. Este, você sempre gostava de
aperreá-lo. Ele ficava irritadíssimo.
Zé Maia, que fornecia bananas à Casa de Menores, e era casado com dona Socorro,
filha de Elísio Vermelho, e cunhado da vice-diretora, a dona Severina Rocha,
acredito que já faz uns quatro anos que faleceu.
O nosso grande
amigo Willame (é assim que é escrito o seu nome - vulgo Tigá), sempre tenho
contato com ele aqui no grande Alto de São Manoel, mas infelizmente ele tem
vagas lembranças da Casa de Menores, e em nenhum momento ele recorda o meu
nome. Willame sempre
foi responsável onde trabalhava, e esteve na Brahma, na fábrica
de cimento, e até fora premiado várias vezes, por ser um dos funcionários
que frequentava a fábrica durante todo ano, sem nenhuma falta. Mas ele se
dedicou sem controle à bebedeira, deixando-o esquecido.
Hoje vamos nos
lembrar das serestas que fazíamos pelos bairros de Mossoró, em companhia de
Manoel Flor, Tigá, Galdino, meu primo, e o grande cantor Francisco José, o
Quarenta, com aquele vozeirão, quebrava o nosso galho. Nós apenas tocávamos para
ele, porque ele estava iniciando apontar algumas notas musicais. Ele é primo
legítimo da cantora Amanda Costa. Francisco José teve oportunidade de gravar,
sendo Amanda Costa a sua madrinha, mas devido a sua timidez, não chegou a
gravar nenhum LP.
serestaseresteiros.blogspot.com
Lembro-me que
nesta noite, fomos fazer uma seresta lá no bairro Boa Vista, na casa de uma das
suas namoradas. Acompanhados de violão, mais uma garrafa de pinga, cigarros...,
chegamos ao local.
Silenciosamente,
abanquemo-nos na calçada. Quando o nosso cantor Francisco José abriu a boca e o
vozeirão saiu, alguém abriu a porta. Era o pai da sua namorada, que nós
pensávamos que ele iria nos mandar embora da sua calçada. Mas não era
isto que ele queria fazer. Veio, e na mesma calçada, sentou-se ao nosso lado.
Francisco José, como era tímido, não quis continuar a canção. Mas o velho nos
disse que estava ali para ouvir aquela bela voz do cantor, e não para nos
mandar embora.
Ali, ficamos
até altas horas da noite, acompanhados do pai da sua namorada, que mesmo
sabendo que você estava perseguindo a filha dele, nos apoiou com muito
respeito.
Na próxima
história falarei dos nossos sofrimentos no Tiro de Guerra de Mossoró.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Fontes:
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