por Kydelmir Dantas
Kydelmir
Dantas - Prof. Pereira - Dr. Honório de Medeiros
Junto à
notícia do lançamento do filme/documentário sobre ‘Os últimos Cangaceiros’, o
jornal Diário do Nordeste, datado de 30 de julho p.p., atribui uma infeliz
colocação ao respeitado pesquisador e escritor Antônio Amaury Correia de
Araújo... A falsa afirmação de que ‘Lampião era homossexual’. Menos a verdade!
É muito comum
os erros em reportagens sobre o Cangaço, conforme cita nosso amigo Kiko
Monteiro no seu blog ‘Lampião Aceso’: “Reparem quanto é recorrente, parece
regra, a lamentável falta de cuidado da imprensa quando quer tratar de
‘cangaço’. Troca-se Sergipe por Alagoas, Maria por Inacinha, 28 por 27, que o
penúltimo era o último...”
Dr. Antônio
Amaury e pesquisador Kiko Monteiro
Desde há um
bom tempo que os jornais, escritos ou televisados, vêm matando ‘o último
cangaceiro de Lampião’. A partir de 1994, todos os remanescentes que vem a
óbito são grafados como ‘o último’... Foi assim com Dadá, Sila, Durvinha,
Moreno e o mais recente, Candeeiro. Não conhecendo a história, muitos
jornalistas passam informações erradas. Ainda há remanescentes vivos, mesmo em
idade avançada, e mesmo lúcidos. Não só ex-cangaceiro(a)s, mas ex-volantes e
coiteiros, que preferem não falar dos tempos idos nas caatingas do sertanejas.
Respeitamos, pois, suas privacidades.
Até em livros
aparecem informações trocadas, erros e equívocos sobre a história e a geografia
do Nordeste, acreditem! Em dois livros ‘paradidáticos’ há erros incríveis; num
deles, ‘Cangaço’ do Antonio Carlos Olivieri, publicado pela editora Ática, cita
que no ataque a Mossoró, em 13 de junho de 1927, morreram seis (6) cangaceiros;
no outro ‘Cangaço - Por dentro da História’ dos autores Júlio Emílio Braz e
Wanderley Loconte, publicado pela editora Saraiva, situa o Raso da Catarina no
sertão pernambucano, isto citando apenas dois exemplos. Há outros em que fotos
de cangaceiros ou cangaceiras, devidamente reconhecidos, são identificados com
outros nomes; sendo um casal, é como se fossem sempre Lampião e Maria
Bonita.
Lampião e
Maria Bonita - acervo ABA Filmes
Voltemos ao
princípio... Reconhecendo o Doutor Antônio Amaury, como um dos maiores
pesquisadores do tema Cangaço, no mundo, seria de bom alvitre que o famoso
diário fizesse sua correção em página completa, como foi feita a matéria,
porque, em se tratando de jornais, as correções são colocadas em local de pouca
visibilidade no ‘espaço do leitor’. E nosso Mestre merece esta consideração.
Mossoró – RN,
05 de agosto de 2013.
(*) Pesquisador e poeta, de Nova Floresta-PB, radicado em Mossoró-RN. Sócio do ICOP e da SBEC.
Publicado nos blogs:
http://blog do mendesemendes.blogspot.com
http://sednemmendes.blogspot.com
http://blogdodrlima.blogspot.com
Muito justa a observação. Com erros grosseiros não se pode perpetuar a veracidade dos fatos, principalmente, em se tratando de uma personagem como o Rei do Cangaço Coronel Lampião, que é muito estudado e tudo o que é publicado a seu respeito deve ser bem analisado para que injustiças não sejam praticadas.
ResponderExcluirDr. Lima/Cruz-CE
Está certíssimo! A história do cangaço é um tema muito fascinante e deve ser divulgada com o devido respeito aos atores que a construiram.
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