segunda-feira, 16 de abril de 2012

A SECA NO NORDESTE BRASILEIRO


Instala-

Editorial
Os avanços acentuados da ciência e da tecnologia não foram capazes de modificar a secular maneira de enfrentamento das estiagens prolongadas no Polígono das Secas
Cabeço do Cabugi/RN
O Nordeste experimenta mais um ano de escassez de chuvas, embora sua estação chuvosa observe variações, começando pelo Maranhão e o Piauí, prolongando-se à Bahia, ao norte de Minas Gerais e ao nordeste do Espírito Santo, áreas atualmente abrangidas pelos planos de convivência com as secas. Portanto, o tempo se encarregou de ampliar o espaço territorial brasileiro castigado pelas intempéries insolúveis.
A estação das chuvas no Ceará, por ocasião dos invernos regulares, tem início logo com as primeiras precipitações, em dezembro, no sul do Estado. Quando a natureza é favorável, o ciclo não sofre paralisações e prolonga-se até abril. No resto do Estado, o mês de janeiro geralmente é marcado por estiagens, observando-se o ciclo das chuvas de fevereiro a maio.
Caatinga
 Mas, como os fenômenos naturais não podem ser controlados, há variações de toda espécie no volume e na ocorrência das precipitações, funcionando as previsões do tempo como único meio de acompanhar as alterações. Em outubro passado, o Cariri registrou boas chuvas, resultando no plantio do milho e feijão. Em novembro, elas se repetiram, mas não tinham vínculos com a estação chuvosa.
O Quinze - Raquel de Queiroz
 Em janeiro, a Funceme divulgou seu prognóstico inicial prevendo chuvas abaixo da média entre 40% e 60%. De fato, a entidade de meteorologia acertou. Durante a primeira quinzena de abril, choveu apenas 25% do previsto. A estiagem é mais grave nos Inhamuns e no Sertão Central. Mas até no Cariri chuvoso os veranicos estão comprometendo a produção nascida com as chuvas intensas, mas irregulares desta seca verde.

Carros pipa - Solução paleativa
Os governantes, em todos os níveis de gestão, precisam adotar providências estruturais de maior impacto, como a construção de adutoras acopladas aos grandes açudes públicos para o suprimento das áreas sem recursos hídricos. A permanente utilização do carro-pipa é um atestado de atraso e de incúria diante de tantos recursos ociosos.
Cisternas de Placas
 O Rio Grande do Norte eliminou a carência de água potável com esse meio técnico, fornecedor de água capaz de ser consumida sem maiores danos à saúde, como ocorre com a qualidade da água transportada em períodos de emergência. Não é só a água. Diante da oferta de crédito imobiliário, está na hora de assegurar a habitação rural, de modo a elevar a qualidade de vida do sertanejo.
Os prefeitos municipais de alguns municípios classificam a situação como calamitosa, reivindicando apoio oficial para combater o flagelo que já está instalado, ainda que as chuvas aconteçam nesta segunda metade de abril. Por outro lado, o governo federal precisa liberar, com urgência, os estoques disponíveis para conter o aumento dos preços de milho e feijão, alimentos essenciais à população sertaneja. Sem isso, prevalecerá a especulação oportunista.


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Postado por: Dr. Lima
Cruz/CE
Um Potiguar em Terras Alencarinas.

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