Alguns me chamam Pety, Leão, Scoob, Joy, nomes que me fazem feliz; enquanto outros me chamam de Vira-lata, Cachorro..., Mas de todos que mais me aborrece é quando me tratam de Cão. Não tenho nenhuma aparência de Lúcifer. E por que me comparam com ele?
Nunca fui tratado com respeito e dignidade, apenas vez por outra alguém me agrada, mas logo me ameaça com chicotes, dando-me violentas pancadas.
Se eu adoecer, são poucos que têm dó de mim, levando-me a um simples prático veterinário, que ainda abra a boca e diz para o meu comandante: “Se ele fosse meu, eu o sacrificaria”.
Estou sempre pronto para defender o meu comandante, e ai daquele que se atrever em tocar-lhe a mão, parto sem armas para cima do agressor, e por ele, com os meus afiados caninos, sou capaz de morrer ao seu lado.
Sou eu quem defende todos, mas não me dão mais do que um resto de comida, misturado com ossos, que muitas vezes me engasgo, chegando até morte.
Sei que sou cão e quase nada valho para os que me ordenam. E sou realmente cachorro, mas não sou tão cachorro tanto quanto um homem cachorro.
José Mendes Pereira
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