quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O BRASIL FAZ HOMENAGEM AO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA



Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912, em Exu (PE), e faleceu em 2 de agosto de 1989, em Recife (PE). Conhecido como "rei do baião", é considerado uma das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira.
Cantava acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levando alegria das festas juninas e dos forrós-pé-de-serra, como também a pobreza, as tristezas e as injustiças do sertão nordestino para o resto do país.
Isso numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote, o xaxado. Admirado por grandes músicos, genial instrumentista e sofisticado inventor de melodias e harmonias, Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções: Baião (1946), Asa Branca (1947), Siridó (1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Giló (1949) e Baião de Dois (1950).
Terça-feira, dia 13 dezembro, o maior símbolo da música popular nordestina, o pernambucano Luiz Gonzaga, estaria completando 99 anos. O rei do baião recebeu as devidas homenagens no Recife, mais especificamente no Pátio de São Pedro,  bairro de São José. Para festejar a data, vários shows de conhecidos nomes do forró foram programados. Também faz parte da agenda exibição de filmes e workshops durante toda a semana.
O cantor Daniel Bueno, natural da cidade de Carnaíba, no Sertão pernambucano, escuta as músicas do Mestre Lua desde criança e é um dos que subiu ao palco. “Luiz Gonzaga é o maior nome da música de Pernambuco de todos os tempos, sendo eleito a personalidade do século 20 no estado. A obra dele é uma enciclopédia de todas as coisas nordestinas, desde a seca, chuva, até a fauna, flora, dor, sofrimento e alegria”, afirma Bueno, que faz questão de destacar a importância do evento para a cidade. O cantor, que também é estudioso da obra do Rei do Baião, estará lançando o livro 'Glossário Gonzaguiano' no próximo ano, fruto de 18 meses de estudo e reunindo tudo sobre a vida.
Além de Daniel, marcaram presença no palco nomes como Cristina Amaral, Gustavo Tiné, a banda Sopa de Aruá, além do cantor e compositor alagoano Geraldo Cardoso também estará aberto ao público durante o evento o Memorial Luiz Gonzaga,  no Pátio de São Pedro, que preserva a memória do artista. O espaço possui um acervo formado por discos raros de 78 rotações, vinis, cds, fotos, impressos, álbuns de recortes, vídeos e arquivos de áudio em formato mp3
Recife e Exu dedicam toda uma semana para as comemorações que iniciaram dia 13 de dezembro. Fortaleza também reuniu artistas para homenagear o Rei do Baião.
No dia em que se comemorou os 99 anos do mais importante artista da música popular brasileira, o sertanejo de Exu Luiz Gonzaga, o Jornal do Comercio iniciou a publicação de quatro cadernos. O objetivo não é explicar o fenômeno da longevidade da influência de Gonzagão: pretende observar os desdobramentos diversos do imenso legado do artista. Em Pernambuco, no Brasil e no exterior, onde o baião, sem apelações ao ufanismo, foi mais influente do que se imagina. Parabéns, pois, para seu Luiz, o homem que não foi apenas o cantador de uma região, mas de todo o povo brasileiro.
A importância de Luiz Gonzaga deve-se à abrangência que sua obra teve - e tem - por todo o território brasileiro. Não há região no Brasil onde não se faça alguma música cujas origens não estejam no que Gonzaga disseminou pelo País a partir de 1946, quando começou o reinado do baião. São raros os compositores, surgidos depois de seu Lua, que não tenham em seu repertório um baião, um xote, um xaxado, alguns dos vários ritmos nordestinos estilizados e urbanizados por ele.
A Poetas e Prosadores de Mossoró (Poema) reuniu artistas locais na sede da Central Nacional de Abastecimento (Conab), "Feira da Cobal", para homenagem a Luiz Gonzaga.
A carreira de Luiz Gonzaga é a vitória do improvável. O caboclo nordestino, semianalfabeto - filho de meeiros em uma fazenda de um coronel sertanejo -, cuja mais destacada posição na sociedade até chegar ao sucesso foi a de ex-soldado do exército. Apesar disso tudo, Luiz Gonzaga venceu como artista do rádio e do disco na então capital federal. Sua voz passou a ser ouvida no País inteiro.
Sua popularidade em meados dos anos 1950 era tanta que as máquinas da RCA, em tempos de lançamentos de um novo disco do Rei do Baião, trabalhavam só para ele. Mais extraordinário: 70 anos depois de ter conseguido gravar o primeiro 78rpm, ele e sua obra continuam reverenciados, influentes. Como explicar o fenômeno Luiz Gonzaga e a influência de sua música até os dias de hoje? É o que pretende esta série de cadernos especiais, iniciada dia 13, numa data simbólica, a do seu aniversário de 99 anos, e que terminará em 13 de dezembro de 2012, dia em que Gonzagão completaria 100 anos.

Dr. Lima
www.blogdafolha.blogspot.com

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