origem da comunidade, procissão marítima, eventos religiosos, construção de igrejas, tradicional banho de mar, festas profanas e participação política.
A festa religiosa, em homenagem ao Santo Protetor São José, na Praia do Preá, Município de Cruz, situada a 270 Km de Fortaleza, Litoral Oeste do Estado, teve início com uma promessa feita ao Santo São José por uma senhora de nome Creusa, esposa do Senhor Manoel Carneiro, pedindo sua interseção em favor de seu filho Clodoaldo que se encontrava enfermo.
Preá
- animal que deu nome à Comunidade O
Centro da Praia do Preá em 1985
Com a graça alcançada e o filho curado, a Senhora Creusa
convidou outras mulheres da comunidade para pagar a promessa que consistia em
fazer um barquinho, colocar uma vela e lançar no mar, distante da praia. Acompanhada
por crianças, alunos da Professora Lídia, que levou as crianças em uma canoa
comandada pelo então pescador Manoel Ferreira de Vasconcelos para que ela
pudesse pagar a sua promessa. No ano seguinte, o Senhor Eliézio Marques,
empresário da pesca, deu início aos festejos levando uma imagem de São José em
uma procissão de canoas no mar. Ao voltar, encerrava a cerimônia religiosa com uma
Santa Missa em terra firme. Esta Procissão, teve continuidade por outras
pessoas, tornando-se em um evento religioso que já é tradição há mais de meio
século em Preá. Após os atos religiosos, os participantes começaram a
aproveitar o ensejo para tomar um banho de mar, que se tornou um dos maiores
eventos do Dia de São José em Preá, chegando a registrar presença de 22.000 pessoas,
em 800 carros e 1.300 motos superlotando todas as ruas e áreas livres da
comunidade que serviam para estacionamento. As pessoas vinham com muitas dificuldades,
pois, as vias de acesso eram estradas carroçáveis de areia, com passagem de
água e não era raro ver-se carros atolados. Vinha gente de toda a região para participar
dos Festejos a São José, acompanhar a procissão marítima, participar da missa e
tomar banho de mar.
As primeiras missas foram celebradas em um pequeno prédio
rústico, que se denominava de pesqueira, onde os pescadores guardavam seu
material de pesca. Com o aumento da presença dos devotos de São José, a comunidade
resolveu construir um pequeno prédio e saiu visitando as comunidades vizinhas
em busca de ajuda para construção deste prédio. Homens, mulheres e jovens da
época se empenharam nesta missão de construir o prédio, que passou a acolher a
imagem de São José, realizar missas e servir de ponto de encontro das pessoas
da comunidade para realizarem eventos comunitários. Hoje, centro de Artesanato.
Com o aumento dos banhistas, que passaram a priorizar o banho
ou participarem da Santa Missa com roupas de banho e presença de pessoas
embriagadas, isto, não agradou aos padres e lideranças religiosas, que
resolveram não mais realizarem os atos religiosos neste dia e ficou suspenso
por vários anos.
O Senhor José Martins dos Santos (Zé Ana) teve a iniciativa
de construir um Templo Religioso, com recursos próprios, para acolher a imagem
de São José e realizar os festejos, com toda a programação, incluindo,
procissão em terra e mar, missas e novenas, leilões e bingos. A coordenação das
atividades religiosas ficava a cargo de sua Filha Zélia Martins, que também faz
parte da coordenação religiosa da Igreja de São Pedro, construída em homenagem
aos pescadores. Sendo a igrejinha
particular, com o falecimento do Senhor Zé Ana, as atividades religiosas foram
encerradas e os Festejos a São José passaram a ser realizados na Igreja de São
Pedro. O Senhor Santino Manoel Martins, assumiu a liderança de uma campanha
para construir um novo templo e, para tanto, mobilizou a comunidade católica e cidades
vizinhas para erigir uma nova Igreja de São José, que iniciou em 2013, com o
Pe. Marcone que recebeu ajuda de outras lideranças, com destaques para Josimar Neves, que doou toda a ferragem,
o Prefeito Jonas Muniz doou as telhas e a construção ficou a cargo do Pedreiro
Del Marques do Cajueirinho. Com problemas em sua estrutura, causada por uma
batida de um caminhão, que causou rachaduras nas paredes. A igreja está fechada
para demolição e uma nova Igreja será erguida e, mais uma vez, espera-se contar
com a generosidade de seus fieis devotos.
Igreja de São José em Preá
Este ano, A Festa de São José em Preá, foi realizada nos dias
16, 17 e 18, pelo Padre Manoel Gilson, com celebrações na Igreja de São Pedro e
contou com a participação de várias comunidades convidadas.
Com o grande destaque do Dia de São José, que passou a
receber grandes quantidades de visitantes como religiosos, banhistas e
vendedores ambulantes, a Prefeitura de Cruz passou a promover grandes eventos
durante toda a semana que antecedia o Dia de São José, 19 de março, que também
é o dia do Padroeiro do Ceará.
Praia do Preá no Dia de São José em 19/03/2023
Muitos eventos passaram a ser realizados, com destaques para
competições de Regatas de Canoas com premiações, competições esportivas de
diversas modalidades como: paraquedismo, vaquejadas, cantorias, shows com
grandes atrações e artistas famosos, isolamentos da área dos banhistas,
providenciando policiamento, Corpo de Bombeiros, iluminação e instalação de
banheiros químicos, para dar maior segurança e comodidade aos banhistas. Também
providenciou médicos e enfermeiros de plantão para atendimento durante todo o
período do evento.
Motorista Igor Equipe Médica - PSF Manoel Ferreira - Igreja
A Equipe Médica de Plantão do PSF Francisco Dias dos Santos
do Preá, no período festivo deste ano, ficou na responsabilidade do Dr. Romério
Macedo, ASG Mariane, Técnica Taiane e o Enfermeiro
Crishian. Uma equipe de alto nível técnico profissional que tem uma ótima credibilidade
e bom relacionamento com a comunidade. O Motorista Igor Lincoln esteve
de plantão, sendo um jovem experiente e responsável.
Este ano, a presença de banhistas e vendedores foi insignificante
e os grandes eventos limitou-se a um show na Praça de Eventos, na noite de
sábado, dia 18, mas, tudo transcorreu com muita tranquilidade.
Origem da Comunidade do Preá
Os primeiros habitantes da Praia do Preá, Município de Cruz, teve origem com os pescadores de comunidades vizinhas e de retirantes que vieram fugindo das secas, sendo que o Senhor Leopoldo Manoel de Medeiro foi o chefe de uma das primeiras famílias a se instalar em Preá, em 1953. Outras famílias, provenientes de comunidades como: Cavalo Bravo, Caiçara, Jericoacoara e Formosa mudaram-se para o Preá, nas décadas seguintes. Na Comunidade do Preá, tem no seu conjunto, locais com denominações definidas como: Baixa Verde, que tem esse nome devido ao córrego que mantinha suas margens com vegetação verde o ano todo e Rancho do Peixe, que teve esta denominação devido a um rancho de palhas de coqueiros que os pescadores construíram para guardar o peixe e o material de pesca e servir de ponto de apoio para os pescadores. A denominação de Preá, originou-se devido à grande abundância de Preá, um animal roedor que habitava entre os manguezais da região. Transformada em uma Vila de Pescadores, sua principal atividade econômica era a pesca artesanal, enquanto que as mulheres se dedicavam ao tratamento do pescado, confeccionar e remendar as redes de pesca, além de exercerem as atividades de marisqueiras.
Igreja de São Pedro Praça de Eventos Rua do Preá
Com o advento do turismo na região, a comunidade passou por
um grande processo de desenvolvimento econômico e social, situando-se em um dos
polos de turismo que mais cresce no Brasil, ganhando notoriedade em todo o
mundo.
http://cavalobravo.blogspot.com/
Dr. Lima
Radialista
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