Por Mariana Gadelha
Amor e
generosidade
Honesto,
pacato e amoroso são palavras que resumem as qualidades de Sebastião Gurgel aos
olhos do filho Raimundo. Em casa o patriarca era maleável, cultivava um
casamento feliz ao lado de Elisa Rocha e preocupava-se com a educação dos
descendentes. Ele próprio não tinha muito estudo, mas gostava de ler jornais e
livros, assim como ir ao teatro e ao cinema, costumes que o tornaram um homem
bem instruído. "Meu pai sempre dizia que ganhava mais que um general, mas
não tinha a segurança de possuir um diploma, por isso nos incentivou a
estudar", afirma o sucessor do grande banqueiro que "não era Midas,
mas onde colocava a mão fazia o negócio prosperar", complementa.
A generosidade
era outro ponto forte de Sebastião, que ao lado de Elisa encaminhava os
parentes para a educação e o trabalho. No livro sobre Delmiro Rocha, escrito
por Misherlany Gouthier juntamente com o neto do personagem, Fernando Diniz
Rocha, há relatos de que o casal Rocha Gurgel ajudou a família em tempos
difíceis. "Elisa e Tião Gurgel foram verdadeiros protetores dos Diniz
Rocha até o início de suas atividades comerciais, independentemente",
citam os autores.
Em outra
página, Fernando Rocha compartilha que Elisa era uma grande mulher, considerada
uma verdadeira matriarca pela maneira protetora e fundamental com que cuidava
dos irmãos e se preocupava com o futuro deles. "Além da pessoa que era,
teve na família a sorte advinha do seu casamento com o comerciante e
posteriormente banqueiro Sebastião Gurgel, próspero que ao lado da companheira
agiu beneficamente, engrandecendo aos demais familiares pelo encaminhamento na
vida social e educativa dos parentes. (...) O sucesso dos Diniz Rocha se deve,
em grande parte, a ajuda benevolente do casal Sebastião e Elisa"".
ressalta.
Raimundo
Gurgel adiciona que a família da mãe era humilde, por isso ela costumava dizer
que só se casaria com "homem de loja", ou seja, alguém que
tivesse melhores condições financeiras. Além de concretizar o seu desejo, Elisa
ainda teve a sorte de viver um relacionamento harmonioso ao lado de Sebastião.
"meu pai era de um temperamento brando demais. Não levantava a voz, ao
contrário da minha mãe, que era mandona. Ele era um verdadeiro
"MANICACA", inclusive, na mesa da sala de jantar não era meu pai que
se sentava na cabeceira, e sim ela", recorda o filho do casal. Elisa
faleceu em 1968 e Sebastião ainda viveu mais alguns anos. Em 1972, ele partiu
para reencontrar o seu amor.
CONTINUA...
Fonte: Revista
BZZZ
Digitado por
José Mendes Pereira
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