quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE V

Por Mariana Gadelha

Multiplicadores de riqueza

A veia comercial de Sebastião foi disseminada para as novas gerações, a exemplo do bisneto Flávio Rocha, presidente das lojas Riachuelo, cuja mãe Eliete era filha de Judilite e neta de Sebastião. Ela casou-se com o primo Nevaldo, filho de paulina Rocha, a qual era irmã de Elisa Rocha. Ambas eram filhas do  comerciante Delmiro Alves da Rocha Maia, natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, de onde precisou ir embora por causa de tensões políticas. Contraparente do patriarca Jerônimo Rosado, Delmiro buscou abrigo em Mossoró e montou um grande comércio na cidade. Também na terra de Santa Luzia, adentrou na carreira política e assumiu dois mandatos de vereador. Para emaranhar ainda mais essa teia de parentescos, vale destacar que os sobrenomes Alves e Maia presente no nome dele são, de acordo com o pesquisador Misherlany  Gouthier, os mesmos do senador José Agripino.

O tino para o comércio, portanto, foi passado do avô Delmiro para o neto Nevaldo, que saiu da cidade-natal Caraúbas com destino ao Recife, onde começou a trabalhar no ramo de confecções. Depois, mudou-se para Natal e iniciou a vida como empresário em 1947, quando fundou sua primeira loja de roupas chamada “A Capital”, no bairro da Ribeira. Em outubro de 1956, Nevaldo e o irmão Newton Rocha fundaram o grupo Guararapes, inicialmente uma pequena confecção de vestuário que se expandiu até se tornar a maior da América Latina.

Flávio Rocha, bisneto de Sebastião Fernandes Gurgel, com seu pai Nevaldo Rocha

Atualmente, a Guararapes possui certa de 35 mil colaboradores e produzem quase 185 mil peças por dia, totalmente comercializadas pelas lojas Riachuelo, outro negócio próspero da família que está presente em todos os estados do País. Também proprietário do Midway Mall, o maior shopping de Natal, Nevaldo Rocha é apontado pela revista Forbes como um dos homens bilionários do Brasil. O império construído por ele segue para os filhos Flávio, Élvio e Lisiane, herdeiros do empreendedorismo entre gerações, passando dos bisavôs para os netos e bisnetos.

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - FINAL


P.S.1

O julgamento de Zé do Telhado iniciou-se em 25 de Abril de 1859, com acusação pública em 9 de Dezembro do mesmo ano. Foi condenado na pena de trabalhos públicos por toda a vida, na costa ocidental de África e no pagamento das custas. Esta pena foi mantida pelo Tribunal da Relação do Porto, cujo acórdão de sentença substituíu a expressão "costa ocidental de África", por "Ultramar". 

https://www.youtube.com/watch?v=YOixhCAg-mY#t=16

Por acórdão da mesma instância, foi comutada a pena aplicada na de 15 anos de degredo para a África Ocidental, que contou desde a data de publicação do Decreto de 28 de Setembro de 1863.

A condenação deu como provados os seguintes crimes: tentativa de roubo, na forma tentada, em casa de António Patrício Lopes Monteiro, em Santa Marinha do Zêzere, comarca de Baião, homicídio na pessoa de João de Carvalho, criado de Ana Victória de Abreu e Vasconcelos, de Penha Longa, Baião, roubo na casa de referida senhora (Casa de Carrapatelo) de objectos de ouro e prata no valor de oitocentos mil e um conto de reis e algumas sacas com dinheiro, cujo valor a queixosa calculou em doze contos de reis, ainda que revelasse desconhecer os montantes visto que o dinheiro se encontrava na casa mortuária onde jazera, poucos dias antes, seu pai, e, após isso, ela ainda nem sequer lá voltara a entrar, roubo em casa do Padre Padre Albino José Teixeira, de Unhão, comarca de Felgueira, no valor de um conto e quatrocentos mil reis em dinheiro e ainda objectos de prata e outro, outro homicídio na pessoa de um correligionário, ferido num confronto com as autoridades.

Para além de outros crimes de roubo e de resistência à autoridade, foi também condenado como autor e chefe de associação de malfeitores e de tentativa de evasão do reino sem passaporte, com violação dos regulamentos policiais.

FINAL
Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


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domingo, 27 de setembro de 2015

O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE IV

Por Mariana Gadelha

CATETINHO

Quem passa pela casa 98 da Praça Bento Praxedes, em Mossoró, até hoje pode ver os traços arquitetônicos originais da construção de 1918, erguida por Sebastião Fernandes Gurgel, que morou no imóvel com a família durante alguns anos e o vendeu em 1929 ao comerciante Miguel Faustino do Monte. 

 
Catetinho - issuu.com

Quando ainda era proprietário deste último, o casarão abrigou o então presidente Getúlio Vargas e sua comitiva em 13 de setembro de 1933, durante visita de dois dias a Mossoró, período em que foi instalado na cidade o Governo Provisório da República do Brasil. A partir daí o palacete foi batizado de "Catetinho", em alusão ao Palácio do catete, no Rio de Janeiro, à época sede do Governo Federal. 

A casa passou para as mãos da família Rosado em 1945, ano em que foi adquirida por Dix-neuf Rosado. Foi lá que o novo dono morou até seu último dia de vida, em 20 de abril de 1986, e onde a esposa Odete permaneceu também até a sua morte, em outubro de 2012.

Dona Odete e seu esposo Dix-neuf Rosado. Ele pertenci  à família numerada de Mossoró

Em matéria publicada Bzzz de dezembro de 2013, o repórter Thiago Cavalcanti lembrou o incêndio que destruiu o casarão em 12 de janeiro de 2000. "Ao ser consultada sobre onde iria querer morar, a matriarca Dona Odete foi enfática: "quero continuar morando no mesmo endereço, se for preciso usem todas as minhas economias para reconstruiu o Catetinho". Pedido feito, pedido aceito. Os filhos contrataram uma construtora e foram quatro meses de obras, dia e noite sem parar. "Toda a parte externa da casa foi inalterada, o resto foi reconstruído, o mais próximo do original", detalha.

O Catetinho ganhou um novo proprietário no ano passado, o empresário Almir Silveira, que pretende abrir um shopping popular mantendo o estilo arquitetônico da construção centenária. 
  
Jornalista Lúcia Rocha

Em visita ao imóvel no dia 16 de maio, a jornalista Lúcia Rocha fez registros do início das obras que foram embargadas pela fiscalização ambiental da prefeitura de Mossoró. Por enquanto, o futuro do empreendimento ainda é uma incógnita.

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ
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sábado, 26 de setembro de 2015

Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - Parte III


Zé do Telhado, titular da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, permanece no imaginário popular como um assaltante que roubava aos ricos para dar aos pobres. O mito e as lendas têm servido para ocultar um processo judicial feito de mentiras e provas forjadas.

Na campa, onde jaz, consta uma data de nascimento igualmente falsa. As quadrilhas integravam padres, morgados, administradores, empresários e alfaiates. Nunca foram julgados. A História reconduz-nos a julgamentos recentes, alguns dos quais da actualidade...

Na noite de 16 para 17 de Março de 1857, Zé do Telhado é já alvo de uma caça ao homem sem precedentes. Tinha renovado a quadrilha, agora constituída por Zé do Telhado e o irmão Joaquim, António da Cunha, o Silva mestre pedreiro, a senhora Tomásia, Joaquim Pinto e a mulher, donos de uma estalagem , o Morgado António Faria, o padre Torquato José Coelho Magalhães, o alfaiate Miguel Exposto, o Morgado da Magantinha(António Ribeiro de Faria) e o administrador Albino Leite.
 
Zé do Telhado resolve pernoitar em Amarante, cujo administrador, José Guedes Cardoso da Mota, fora avisado que o fugitivo passaria a noite na casa de Manuel Teixeira, do Sardoal.
 
Cabos de ordens, tropas de caçadores e regedores das freguesias são mobilizados em peso para a captura, cujo comando fora confiado ao regedor Alves, de São Gonçalo.
 
Cercaram a casa durante a noite. Mal irrompessem os primeiros raios de sol, por imposição legal, o assalto e as prisões consumar-se-iam. A mulher do dono da casa, quase de madrugada, apercebeu-se do cerco e tentou alertar Zé do Telhado, entretanto ocupado a cuidar do visual. 

Nas situações mais dramáticas, o homem cofiava a barba hirsuta, ajeitava o paletó, empertigava a peitaça frente ao espelho.

Dirigiu-se a uma janela e interpelou um dos cabos. ”Quem anda aí? – as palavras de Zé do Telhado rasgaram a noite gelada. A resposta chegou e trazia mau augúrio: ”É o regedor da freguesia. Por ora não queremos nada, o que queremos será mais logo”. O foragido dirige-se para o lado oposto da casa e abre outra janela. ”Tu, que estás detrás do carvalho, sai!.. senão morres!”

Ao grito da última palavra, colou-se um tiro que aterrorizou a patroa. “Entregue-se, senhor, que eles não lhe fazem mal” – ajoelhou-se a mulher. Zé do Telhado nem ouviu. Ao nascer do dia, para surpresa geral, abre a porta de casa e aparece de peito feito. Desce os degraus e simula que se vai entregar. Em tropel, a tropa lança-se sobre a criatura. O gesto é fulgurante - recua, entra de novo em casa, bate com a porta, foge pelas traseiras, galgando um monte.
 
Os sitiantes seguiram-lhe no encalço. Sentindo-se perseguido, desfechou um tiro. Depois, outro. Estava morto o regedor Alves, comandante do pelotão destroçado. 

A verdade histórica confronta-se, hoje, com as versões oficiais e a lenda de José Teixeira da Silva, nascido em 1818 no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recezinhos, concelho de Penafiel.
 
Aos 14 anos, o garoto muda de ares e vai residir para casa do tio João Diogo, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, concelho de Lousada. Castrador e tratador de animais, acolhe o sobrinho, interessado em aprender o ofício. Diogo tinha vida abastada e deu abrigo a José Teixeira da Silva durante cinco anos.
 
Agosto quente, festa da Senhora da Aparecida, 13 de Agosto, dia de folguedo geral no lugar. José Teixeira descobre o aceno de um lenço branco por detrás de uma janela, na casa onde morava.
 
Ana Lentina, a prima, faltara ao festim. Afogueado, o moço galga o portão e corre para os braços da prima. Um beijo subtil e cinco palavras de amor selaram uma paixão que acabaria em casamento e tragédia. Tinha 19 anos.
 
Pouco depois, assenta praça no quartel de Cavalaria 2, os “Lanceiros da Rainha”. Corria o mês de Julho de 1837. Rebenta a “Revolta dos Marechais”, contra o partido dos setembristas e pela restauração da “Carta Constitucional”. Os lanceiros alinham com os revoltosos, desbaratados a 18 de Setembro.
 
O general Schwalback, líder da insurreição, foge para Espanha e leva José Teixeira, que se distinguira em combate. A caminho do exílio, o intrépido recebe a notícia de que o tio, finalmente, abençoara o seu casamento com Ana.
 
Regressado com um perdão a Portugal, troca alianças a 3 de Fevereiro de 1845. A 7 de Novembro, nasce a primeira filha do casal – Maria Josefa.
 
Grassava no país uma revolta larvar contra o governo de Costa Cabral. O povo, ajoujado a impostos e arbítrios, aproveita a publicação da “Lei de Saúde Pública”- que proíbe os funerais nas igrejas e impõe aos cadáveres um exame por mandatários do governo, em detrimento dos cirurgiões locais – e amotina-se por todo o Minho contra as “papeletas da ladroeira”.
 
Estala a 23 de Março a “Revolução da Maria da Fonte”, liderada por mulheres. As quatro cabecilhas da revolta são presas dois dias depois, mas o rastilho espalha-se a Trás-os-Montes.

Há soldados que desertam para o lado dos insurretos. Chaves adere, depois Póvoa de Lanhoso, Vila Real, Guimarães. Centenas de revoltosas são presas pelos soldados e libertadas por companheiras.
 
José Teixeira foi o líder militar da insurreição, à qual aderiram pés descalços e o General-Visconde de Sá da Bandeira, às ordens de quem fica o sargento Silva. Logo se distingue na expedição a Valpaços.
 
Os actos de bravura, despojamento, apurado instinto militar, num combate que perdeu, valeram-lhe a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal: a ” Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”.
 
O pior viria depois.
 
Derrotado, aconchega a condecoração, tira as divisas de sargento e voa como um pássaro para os braços da mulher e dos cinco filhos. Os vencedores atacaram a canalha. José Teixeira é perseguido, atola-se em dívidas por impostos que não consegue pagar e é expulso das Forças Armadas.
 
Não há quem lhe dê ofício, a todas as portas bateu – todas se lhe fecharam.

Assim nasce o Zé do Telhado que faria lenda.
 
Nesse tempo, Custódio, o “Boca Negra”, capitaneava a maior quadrilha de bandoleiros que aterrorizou as duas beiras em 1842. Conhecia, de gingeira,as façanhas militares de José Teixeira.

Ferido num dos assaltos, “Boca Negra” leva Teixeira a um casario meio abandonado onde se acoitava o bando. Apresentam-se à luz da vela - o “Tira-Vidas”, “O Girafa”, o “Sancho Pacato” o “Veterano” e o “Zé Pequeno”. Para o assalto do dia seguinte, “Boca Negra”, o líder ferido, informa a quadrilha que José Teixeira o substituiria no comando.

A bola de neve cresceu, imparável.
 
Zé do Telhado faz e reorganiza quadrilhas, ganha fama de generoso e audaz pelas vítimas que escolhe para os assaltos e o destino do dinheiro ou das jóias – os desgraçados com que se cruzava e, antes de tudo, a “ minha rica mulher e os queridos filhinhos”,como os viria a chamar, mais tarde, ao companheiro de prisão Camilo Castelo Branco.
 
A fama do bandoleiro atravessa o país. O temido Zé do Telhado emite, aos que estimava, um salvo conduto com a sua assinatura e esta informação:

” O portador deste salvo-conduto pode passar livremente e mando que o ajudem quando for preciso”.
 
Com as autoridades no seu encalço por todo o país, mil vezes o cercaram, mil vezes se escapuliu o tenebroso. Vendo-se perdido, decide fugir para o Brasil. Escondeu-se na barca “Oliveira”, acostada no Porto, onde lhe dera guarida nos últimos três dias Ana Vitória, uma das suas vítimas que passou a idolatrá-lo e sobre quem disse haver pessoas “de bem que nunca deram às classes humildes um centésimo do que lhes deu Zé do Telhado.” Desarmado e a horas de zarpar, Zé do Telhado é preso no esconderijo, a 5 de Abril de 1861.
 
Às dez da manhã do dia 25 de Abril, começa no tribunal de Marco de Canaveses o julgamento de José Teixeira da Silva.
 
No dia 27, às duas da madrugada, o júri, presidido pelo juíz António Pereira Ferraz, considerou Zé do Telhado culpado da prática de doze crimes. Roubos, um homicídio, organização de quadrilha de assaltantes e a tentativa de evasão sem passaporte.
 
“Condeno o réu José Teixeira da Silva da freguesia de Caíde de Rei, comarca de Lousada, na pena de trabalhos públicos por toda a vida na Costa Ocidental de África e no pagamento de custas” – assim determinou o tribunal.
 
O julgamento, sabe-se hoje, foi uma farsa. Uma consulta, ainda que superficial, a todos os documentos oficiais que constam no Tribunal da Relação do Porto e no Arquivo Distrital do Porto não deixam qualquer margem para dúvidas.
 
Alguns dos membros das quadrilhas chefiadas por Zé do Telhado foram arroladas pela acusação e safaram-se. Morgados, padres, administradores e regedores que tinham cometido os mesmos crimes do réu nunca seriam acusados ou perseguidos.

Várias testemunhas de acusação nada viram, de tudo souberam por terem ouvido.
 
Consta do processo que António Ribeiro, pedreiro, ”ouviu dizer que fora o querelado José do Telhado a roubar”. Alexandre Nogueira, comerciante, “não sabe que armas feriram o regedor se as do querelado se as dos sitiantes”. António da Silva, lavrador, “soube pelo ouvir dizer do padre roubado que o Zé do Telhado fora um dos que penetrara dentro da casa armado e isto tem ouvido ao povo”. Manuel de Sousa, lavrador, disse que “ sabe por ser bem público que tivera lugar o roubo de que se trata no dia pela forma que nos autos se declara”. Timóteo José de Magalhães, lavrador, “ disse que sabe pelo ter ouvido ao povo que tivera lugar o roubo de que se fala nos autos”. Francisco Moreira da Cunha, lavrador, “ouviu dizer e ser público e notório que o réu José Teixeira e o irmão estavam para embarcar para o Brasil”.

Só um tiro sairia pela culatra à acusação. Francisco António de Carvalho, lavrador, afirmou que “ o Zé do Telhado pagava crimes que não tinha cometido e ouviu dizer que se havia combinado com o administrador do concelho para imputar os dois crimes de roubo ao Zé do Telhado”.
 
Os quadrilheiros nobres evadiram-se para o Brasil, como sucedeu com o padre Torcato, ou colaboraram com a acusação, a troco da ilibação. O historiador Campos Monteiro analisou os autos e emitiu um parecer a este respeito:

“ É de crer que nesta altura se movimentassem altas influências tendentes a ilibar estas parelhas de bandidos engravatados. O facto é que saíram em liberdade. E é natural que o administrador, ao mesmo tempo que os inocentava, procurasse aproveitá-los ”.
 
O caso da ilibação do Morgado da Magantinha está igualmente documentado nos autos. Após a fuga do padre Torcato, a acusação subornou a testemunha António Eliziário que, perante o juíz, afirmou saber que “Margantinha foi um dia convidado pelo padre Torcato a ir ter à capela de Santa Águeda e, indo ali, o encontrou com alguns membros da quadrilha e quatro bois roubados”, pedindo-lhe “ o padre que tomasse conta dos bois para os vender, mas o Margantinha recusou-se”.

A verdadeira história do mito Zé do Telhado está mal contada, a começar pela data de nascimento que lhe é atribuída – na campa aparece 1815, em vez de 1818 – e culminando no julgamento relâmpago que durou menos de dois dias úteis.
 
Foram subtraídas testemunhas indispensáveis, promovidas declarações falsas e adulterados os critérios de escolha dos jurados. Em vez do sorteio, foram escolhidos a dedo conhecidos inimigos de Zé do Telhado. Condenado ao degredo, José Teixeira da Silva desembarcou em Luanda, seguindo para Malange, onde viveu cerca de um ano.

Palmilhou cada légua das terras da Lunda.

Fez-se negociante de borracha, cera e marfim.
 
Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos. Cresceu-lhe a barba, até ao umbigo.
 
Era, para os angolanos, o “quimuêzo” – homem de barbas grandes.
 
Viveu desafogado, financeiramente. As saudades da mulher e dos cinco filhos levaram-no mais cedo.
 
Morreu, moído de remorsos, aos 57 anos.
 
Sepultado na aldeia de Xissa, a meia centena de quilómetros de Malange, os negros ergueram-lhe um mausoléu.
Hoje, fazem-se romagens à campa do mito.

Os anciãos de Malange dizem que, embora fosse um homem austero, tinha um grande coração e nunca deixava cair um pobre.

Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE III

Por Mariana gadelha
Sebastião Fernandes Gurgel  - 1946 - www.azougue.org

VIDA PÚBLICA

O comerciante e banqueiro participou ativamente da vida social mossoroense desde que começou a morar no município. Nos primeiros dias após a mudança, associou-se ao Instituto Literário 2 de Julho, e em agosto de 1910 tornou-se membro do Tiro de Guerra de Mossoró,

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que tinha como objetivo proporcionar instrução militar à classe de comerciantes. No mesmo mês do anos seguinte, participou da Fundação da Sociedade da União Caixeiral. que assistia social e educativamente os comerciários locais. A entidade também foi a primeira instituição de ensino profissionalizante de Mossoró, com a 
  
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Escola Técnica de Comércio União Caixeiral fundada e m 1935, destinada à formação exclusiva de técnicos em Contabilidade. Hoje, em dia, o antigo prédio da União Caixeiral, na Praça da Redenção, abriga a Biblioteca Municipal de Ney Pontes Duarte.

O empresário ainda foi presidente da Associação Comercial e Tesoureiro do Hospital de Caridade de Mossoró, cargos que somados aos restantes o levaram a uma posição de destaque na sociedade da época. A popularidade e boa imagem junto aos mossoroenses levaram o também militante político à Câmara Municipal, onde cumpriu pelo menos três mandatos de vereador. Em 1948, candidatou-se a prefeito de Mossoró, mas perdeu as eleições para Dix-Sept Rosado.


Em 25 de março de 1911 nascia em Mossoró Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia. - Foi prefeito de Mossoró e Governador do Rio Grande do Norte

Já a esposa, Elisa Rocha Gurgel, foi pioneira do processo de conquista dos direitos da mulher pelo foto feminino, ao lado de Beatriz Leite de Morais, Maria Silva de Vasconcelos e Celina Guimarães Viana - primeira eleitora do Brasil e primeiro foto feminino da América Latina. 

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - Parte II


José do Telhado ou Zé do Telhado, alcunha de José Teixeira da Silva CvTE (Lugar do Telhado, 1 Castelões de RecesinhosPenafiel22 de junho de 1818 —MucariMalanjeAngola1875) foi um militar e famoso salteador português.

Chefe da quadrilha mais famosa do Marão, Zé do Telhado é conhecido por "roubar aos ricos para dar aos pobres" e, por isso, muitos o consideram o Robin dos Bosques português.

De origens rurais humildes, aos 14 anos foi viver com um seu tio, no lugar de Sobreira, freguesia de Caíde de Rei, para aprender com ele o ofício de castrador e tratador de animais.2 No dia 3 de Fevereiro de 1845 casou-se com a sua prima Ana Lentina de Campos e da qual teve cinco filhos.

Tinha vasta experiência militar começada no quartel de Cavalaria 2, os Lanceiros da Rainha, e toma parte contra o partido dos setembristas e pela restauração da Carta Constitucional, no mês de julho de 1837. Derrotado, refugia-se em Espanha.

Ao regressar, grassava no país uma revolta larvar contra o governo anticlerical de Costa Cabral e quando estala a Revolução da Maria da Fonte, a 23 de março de 1846, vê-se envolvido como um dos líder da insurreição. Coloca-se às ordens do General Sá da Bandeira, que também tinha aderido. Assume o posto desargento e distingue-se de tal forma na bravura e qualidades militares que, na expedição a Valpaços, recebe a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta condecoração que ainda hoje vigora em Portugal. No entanto, o seu «partido» entra em desgraça, amontoa dívidas de impostos que não consegue pagar e é expulso das forças armadas.

Já como "Zé do Telhado", chefe bandoleiro, realiza um grande número de assaltos por todo o Norte de Portugal, durante um período muito conturbado que coincidiu com o pedido de maior resistência de D. Miguel, no exílio com seu governo, aos seus partidários miguelistas que tentaram formar grupos de guerrilha em todo o país.

O bandoleiro mais conhecido do país acaba por ser apanhado pelas autoridades em 31 de março de 1859 quando tentava fugir para o Brasil. Esteve preso naCadeia da Relação, onde conheceu Camilo Castelo Branco que se lhe refere nas Memórias do Cárcere.3

Em 9 de dezembro de 1859 foi julgado e condenado ao degredo perpétuo na África Ocidental Portuguesa. Foi-lhe comutada a pena aplicada na de 15 anos de degredo, em 28 de setembro de 1863. Viveu em Malanje, negociando em borrachacera e marfim. Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos. Conhecido entre os locais como o kimuezo – homem de barbas grandes –, viveu desafogadamente. Faleceu aos 57 anos, vítima de varíola, sendo sepultado na aldeia de Xissa, município de Mucari, a meia centena de quilómetros de Malanje, sendo-lhe erguido um mausoléu, objeto de romagens.

Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - SEBASTIÃO FERNANDES GURGEL - PARTE II

Por Mariana Gadelha
Sebastião Fernandes Gurgel  - 1946 - www.azougue.org

Os anos de funcionamento foram prósperos, tanto que em 1970 abriram uma filial em Natal, na Avenida Princesa Isabel, Cidade Alta. O ato foi considerado pioneiro, pois antes mesmo de algum banco, da capital chegar ao interior, o S. Gurgel instalou-se no centro capital potiguar. Na mesma década, a empresa foi vendida para o Banco Econômico S/A, natural da Bahia, que desejava expandir os negócios para o Rio Grande do Norte. 

Casa Bancária S. Gurgel - 1946 - www.azougue.org

Após a venda do negócio familiar, Raimundo Gurgel manteve o trabalho de banqueiro na cearense Cremus S/A. Ele foi o único a seguir a carreira do pai, enquanto os outros irmãos rumaram para outras profissões. Sebastião Gurgel Filho, por exemplo, formou-se em Direito e ocupou o cargo de procurador do Estado do Rio Grande do Norte, enquanto Francisco Mauro tornou-se médico. 

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Fonte: Revista BZZZ
Digitado por José Mendes Pereira

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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Personagens Históricos ZÉ DO TELHADO - FILME E HISTÓRIA - Parte I


Aqui tem revelada a história deste lendário bandoleiro Português, que mais não queria do que fazer justiça, numa época conturbada da nossa história,onde eram patentes as enormes diferenças entre as diversas classes sociais. Por isso mesmo, José do Telhado, além de bandoleiro, foi herói nacional, acarinhado pelos mais desfavorecidos.

Fica aqui o filme da sua vida, rodado por Armando de Miranda em 1945. 


Uma extraordinária produção para a época, a preto e branco, que nos recorda o extraordinário cinema Nacional que se fazia naquela época.

Fica também um pouco da história de Portugal naquela época para melhor situar o personagem e os acontecimentos.


Pode ainda ler um pouco do julgamento de José do Telhado, que foi uma vergonha,por ter sido manipulado para obterem a sua condenação, por crimes que não cometeu.


Por fim, deixo o programa O Lanceiro da Raínha, feito pelo prof. Hermano Saraiva e que nos conta também a história de Zé do Telhado.

Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: Wikipédia - YouTube - Setúbal na Rede


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O BANQUEIRO DE MOSSORÓ - PARTE I

Por Mariana Gadelha
 Sebastião Fernandes Gurgel - 1946 -www.azougue.org

Sebastião Fernandes Gurgel era filho de fazendeiros na cidade de Caraúbas, mas foi em Mossoró que trilhou caminho de sucesso no comércio e fundou a Casa Bancária S. Gurgel, primeiro banco privado da região. Além de ter forte participação na vida social mossoroense. escreveu um diário cujas anotações foram transformadas em livro. Trata-se do bisavô do empresário Flávio Rocha, presidente das Lojas Riachuelo. 

Casa Bancária S. Gurgel - 1946 - www.azougue.org

No início do século XX, um homem visionário deixou a vida pacata e farta na fazenda da família em Caraúbas, interior do Rio Grande do Norte, para buscar outros caminhos na cidade de Mossoró. Foi no segundo maior município do Estado que Sebastião Fernandes Gurgel se aventurou no mundo dos negócios e, apesar da pouca instrução, chegou a criar o primeiro banco privado da cidade. Também foi na chamada capital do Oeste que o empreendedor casou-se com Elisa Diniz Rocha, e com ela criou os seis filhos, Judilita, Maria José, Sebastião Filho, José, Raimundo e Francisco Mauro da Rocha Gurgel. Apesar da extensa família e dos negócios para administrar, Sebastião ainda encontrava tempo para escrever em seu diário particular, cujas páginas foram transformadas em livro e servem de fonte para pesquisas de acontecimentos importantes na histórias de Mossoró e do Brasil.

Nascido no dia 6 de fevereiro de 1889 na fazenda "Baixa Fria", em Caraúbas, Sebastião mudou-se para Mossoró em Julho de 1910, onde criou a fima S. Gurgel Cia., um grande empório de tecidos vendidos em atacado e a varejo. O filho Raimundo Gurgel, hoje com 91 anos de idade, lembra que na época a empresa abastecia o comércio do Rio Grande do Norte e da Paraíba, e para atender ao mercado promissor seu pai fazia constantes viagens de navio até o Rio de Janeiro. Foram em média 25 idas e vindas à Cidade Maravilhosa, partindo sempre de Areia Branca, na região da Costa Branca.

"O negócio ia além de tecidos, pois meu pai trazia todo tipo de mercadoria para vender aos clientes: louças, ferragens, materiais de construção, entre outros. Recordo, inclusive, que uma vez ele trouxe dois mil sapatos franceses", diz o quinto filho do empreendedor que manteve esse ramo de atividade por longos anos, mesmo depois da enchente do Rio Mossoró, em 1924, quando seu estabelecimento foi ameaçado de desmoronamento. Após o ocorrido, Sebastião "reformou todo o prédio da Rua Vicente Sabóia e Praça Rodolfo Fernandes, reinaugurando com pomposo acontecimento para a cidade", narra Fernando Diniz Rocha no livro "Delmiro Rocha - Histórias, Origem e Descendência", escrito em parceria com pesquisador Misherlany Gouthier.

Na década de 1940, o comerciante decidiu inovar mais uma vez e assumiu o posto de banqueiro com a Fundação da Casa Bancária S. Gurgel, inaugurada em 1º de maio de 1942. Permaneceu à frente do negócio  até 1960, quando se mudou para Natal e passou os últimos anos de sua vida. Raimundo ficou no lugar do patriarca e deu continuidade a administração do empreendimento que surgiu a partir da credibilidade depositada pelos mossoroenses. em Sebastião. Ele era 100% honesto e cultivava a estima da comunidade. Muitos entregavam suas economias para meu pai administrar, com o tempo esse dinheiro avolumou-se e levou à criação da casa bancária, que depois foi transformada em banco por medida da Superintendência da Moeda e do Crédito, hoje Banco Central do Brasil", compartilha o herdeiro.

CONTINUA...

Fonte: Revista BZZZ

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terça-feira, 1 de setembro de 2015

CURSO DE AVICULTURA NA COMUNIDADE DE LAGOA DO MATO



Cruz. A Prefeitura Municipal de Cruz, através da Secretária de Agricultura, na pessoa do Secretário Carlos Cesar de Carvalho (Carlão), em parceria com a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Lagoa do Mato – ADECLAM, e o SENAR realizaram um Curso de Avicultura Básica destinado a atender uma demanda de 20 pessoas que foram capacitadas para implementarem a criação de galinha caipira visando a complementação da renda das famílias rurais que praticam a Agricultura Familiar.
Supervisor do SENAR Emerson
O curso foi ministrado pelo Instrutor Sérgio Henrique Félix de Lima que, com muita habilidade e responsabilidade técnica e profissional, desenvolveu atividades teóricas e práticas, de 25 a 28 de agosto, com carga horária de 32 horas/aula. Os cursistas tinham direito a almoço e merenda no local do curso. Além das aulas teóricas e práticas, foi construído um pequeno aviário modelo com cama de raspa de madeira, onde foram colocados 25 pintos com comedouro, bebedouro e campânula para aquecimento dos pintinhos.
O encerramento aconteceu sexta-feira e contou com a presença do Secretário de Agricultura Carlos César, o Técnico da EMATERCE Thiago Barreto, o Engenheiro Agrônomo Dr. Lima, o Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais Professor Henrique e o supervisor do SENAR Emerson.
O Secretário Carlão ressaltou a importância do curso para complementação de renda das famílias e o Dr. Lima citou o apoio que o Prefeito Adauto vem dando aos Agricultores Familiares do município, algo nunca acontecido, antes, no município de Cruz. O Presidente da Associação ADECLAM Everardo Paiva falou em nome dos cursistas e agradeceu todo o apoio recebido das instituições para que este curso pudesse ter acontecido.
Turma do curso ao lado do aviário
Os cursistas avaliaram o curso como sendo de fundamental importância para a melhoria da renda destas famílias e asseveraram ter aprendido técnicas inovadoras para a criação de aves na comunidade.

                                                        
Sendo a comunidade de Lago do Mato próxima à Rota das Emoções, dispõe de um grande centro consumidor de galinha para abastecer as pousadas e restaurantes das Praias do Preá e de Jericoacoara.
                                      
Dr. Lima