Por José Mendes Pereira
Este é o homem que segundo Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, o fez cangaceiro e seus irmãos.
Mais ou menos em 1915, Lampião acusa um empregado do
fazendeiro José Saturnino de roubar bodes de sua propriedade. Começa, então,
uma rivalidade entre as famílias Nogueira e Ferreira.
Se o Zé
Saturnino tivesse assumido o erro do seu morador, isto é os furtos de criações,
quando o próprio Lampião viu peles de seus animais na casa deste, não teria
sido necessário ele e seus irmãos viverem com armas sobre as costas, ou fugindo
da polícia.
Creio que a
grande revolta do Zé Saturnino contra Lampião, foi devido as conversas que
saíram pelo sertão afora, sobre peles de animais dos Ferreira,
encontradas na
Ruínas da casa
da Fazenda Pedreira, propriedade de Saturnino Alves de Barros. Foi nas
proximidades desta casa histórica que iniciou a questão entre Zé Saturnino com
o cangaceiro Lampião. -
fonte: http://www.blogdeserratalhada.com.br/iconografia-03/
Fazenda
Pedreira (que naquela época, era um grande desrespeito esse tipo de acusações),
e que Zé Saturnino estava acoitando ladrão em sua propriedade. E se acoitava, a
vizinhança não o perdoava, estava ciente que o Zé Saturnino seria um dos
cúmplices com os desaparecimentos de animais dos Ferreira.
A partir da
descoberta dos couros dos seus animais na casa do operário de Zé Saturnino,
o gosto de Lampião era denegrir a imagem do fazendeiro, mostrando
aos sertanejos, que Zé Saturnino não era o que eles pensavam, e sim "um
homem que escondia roubos na sua propriedade".
Mas não se
sabe se os animais eram abatidos com ordem do fazendeiro, ou somente por conta e risco do seu
trabalhador. Se o fazendeiro Zé Saturnino não participava destes furtos, lógico
que ele não sabia desses animais abatidos pelo trabalhador dentro da sua
propriedade. Mas como o bicho já havia sido criado entre Lampião e ele, agora
para ele, o certo seria matar o bicho,de uma forma qualquer, e a solução foi
defender com unhas e dentes o seu empregado, mesmo sabendo que ele era um homem
que não merecia tanta confiança.
O certo é que
os únicos prejudicados foram os irmãos Ferreira, que mesmo eles achando que
tinham razão, perderam os pais, e em poucos anos, Levino, Antonio e
Ezequiel foram mortos ainda jovens.
Virgolino
Ferreira da Silva o rei Lampião, que era o principal cabeça das desavenças com
o seu vizinho e fazendeiro Zé Saturnino, teve sorte, ainda conseguiu levar a
sua vida até aos 40 anos, só morrendo na madrugada de 28 de Julho de 1938, na
Grota de Angico, em terra de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, lugar que ele
tanto gostava de armar a sua Central Administrativa da Empresa de Cangaceiros
Lampiônica & Cia.
Enquanto a
família Ferreira caiu em declinação, morrendo dona Maria Sulena da Purificação,
e dias depois José Ferreira da Silva, e gradativamente os 4 irmãos, todos nos
anos 20 e 30, José Saturnino que segundo Lampião foi o causador das
confusões, viveu além dos 80 anos, apenas magro.
Coronel Zé
Lucena - inimigo de Lampião
O grande prazer de Lampião era assassinar Zé Saturnino e o coronel Zé Lucena, mas ele nunca chegou a matar e nem tão pouco ferir um desses, e não viu a morte deles, porque ambos faleceram com idades avançadas. O seu inimigo nº "1" José Alves de Barros, o Zé Saturnino, faleceu no dia 05 de setembro de 1981, aos 87 anos.
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