quinta-feira, 29 de março de 2018

FLOR DO MANDACARU (OU O INSTANTE DA VIDA)

*Rangel Alves da Costa

Não há flor mais bela que a flor do mandacaru. Mas não há flor de mais triste que a flor do mandacaru. Nasce ao entardecer, vive em pujante beleza por uma noite inteira, para já desfalecer ao amanhecer.
Que coisa mais estranha na natureza. Durar tanto para brotar e se formar, e depois florescer e durar apenas uma noite. Mas assim é a vida tão efêmera da flor do mandacaru. Não há exemplo maior de transitoriedade, de fragilidade, de existência tão curta quanto bela.
Ainda assim, majestosamente bela é a flor do mandacaru. Não há flor mais admirável que a flor do mandacaru. Em tons de pétalas esbranquiçadas, ornados pelo amarelo-alaranjado dos filamentos e o esverdeado das sépalas. Mas depois tudo recurvado em si mesmo, sem flor.
Pelos sertões, onde os mandacarus vivem de braços estendidos rogando chuvas aos céus, soltos no meio do tempo e ao querer das tantas luas e tantos sóis que sobre si se derramam noite e dia, será no silêncio noturno que as flores matutas surgirão como estrelas.
As flores do mandacaru esperam o luar sertanejo para se abrirem. Nos noturnos sertanejos, lentamente vão irrompendo de seu casulo esverdeado para desabrocharem em beleza sem igual. Abrolham ao clarão da lua e recolhem suas pétalas ao primeiro sol.
Recolhem e recurvam suas pétalas para não mais se abrirem em flor. Muitas flores existem que se repetem nas manhãs seguintes, que novamente se abrem com a mesma beleza, mas não com a flor de mandacaru. É de vingar único e por poucos instantes da vida.
Ao nascerem, logo as pétalas se abrem em majestade. E certamente o olho dirá que ainda assim estarão no dia seguinte e no outro dia. No primeiro raio de sol, contudo, as pétalas já estarão definhando e assim continuarão até novamente se recolherem, murchas, ao casulo.


E eis outro paradoxo na tão bela flor e seu ventre, entre a flor do mandacaru e o próprio mandacaru. Qual sentimento de um ventre que, em meio a tantos sacrifícios e dificuldades, vai lentamente gestando aquilo que vai morrer poucas horas após nascer?
Que estranha sensação no mandacaru. De seu ventre magro, seco, ossudo, sobre sua pele rija e espinhenta, e de repente o nascer da mais bela flor entre todas as flores. Porém sem tempo sequer de se alimentar de sertão e encontrar no meio a mesma força de sobrevivência.
Mas é mesmo um nascer destinado à morte. O broto vai lentamente surgindo na magreza do mandacaru, formando um fruto ovalado e esverdeado, até que vão sendo divididas as sépalas que recobrem as pétalas, e então a noite chega e logo cuida de desabrochar a flor.
Já nasce bela, grande, majestosa, pois as pétalas rapidamente despontam como encantamento. E num instante, o que era apenas como um fruto ovalado, irrompe de seu ventre uma magia sem igual. A flor que resplandece como lua cheia em meio à escuridão.
Um mistério a ser desvendado pela natureza. Enquanto o mandacaru dura um século inteiro em meio ao calor escaldante, ao sol abrasador, perante as secas mais devastadoras, de seu ventre surge a flor que não dura sequer um segundo da vida inteira do próprio mandacaru.
E também o mistério do florescimento naquilo que já se imagina sem vida. Ora, chega um tempo que o mandacaru está tão magro e tão seco que ninguém imagina existir ali senão espinhos. Mas em meio as espinhos vai brotando a vida tão belamente transformada em flor.
O olhar sertanejo conhece o padecer eterno do mandacaru e por isso mesmo ainda mais se encanta quando avista a flor tão viva em seus braços abertos. Talvez por isso mesmo tanto acredite no poder de transformação de seu mundo: a secura da terra e logo a trovoada.
Contudo, há também na flor do mandacaru uma desalentadora simbologia: a efemeridade da vida. E, neste sentido, a curta duração das coisas, a fugacidade das situações, a transitoriedade dos fatos e das existências. Tudo nasce para morrer, numa sina, num destino.
A flor do mandacaru como uma lição do Eclesiastes: há um tempo de tudo, tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de sorrir e tempo de entristecer. Assim também no tempo de muitos amores: um amor tão amado e na manhã seguinte já simplesmente desamado.
Quem dera durasse mais a flor do mandacaru. Que na manhã, mesmo com o sol já alto, ela ainda brilhasse em seu fulgor, ela ainda encantasse com a plenitude de sua beleza. Mas não. Apenas nasce para morrer.

Escritor
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segunda-feira, 26 de março de 2018

O MAR DE CORISCO

https://www.youtube.com/watch?v=atXq0d8PSeY&feature=youtu.be

Publicado em 25 de mar de 2018

Filho do casal de cangaceiros Corisco e Dadá, o menino Sílvio assusta-se ao confrontar suas verdadeiras origens; o rapaz Sílvio parte em busca da mãe biológica; e o homem Sílvio inicia uma jornada para dar aos restos do pai um mínimo de dignidade.
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quinta-feira, 22 de março de 2018

EX-CANGACEIRO "VINTE E CINCO" QUIS FORMAR NOVO BANDO, APÓS A MORTE DE LAMPIÃO.. ( VER, MATÉRIA, ABAIXO)

Material do acervo do pesquisador Volta Seca

O cangaceiro Vinte e Cinco não se encontrava no coito em Angico, no dia 28/7/1938, pois, estando fora, tinha acertado com Lampião para ali se encontrarem após o cumprimento de uma diligência. Sua missão consistia em ir a Lagoa do Bezerro, em Pernambuco, a fim de apanhar dois fuzis, em companhia dos irmãos Velocidade e Atividade, sob o seu comando. Ao retornarem, saíram de Pão de Açúcar e, na Fazenda Beleza, souberam do acontecimento macabro, em Angico, pelo que guardaram as armas em ocos de paus e, a partir de então, ficaram meio desnorteados.

A lógica – diz ele – era procurar alguém que tivesse condições de formar um grupo, e chegaram a pensar em Corisco. Entretanto – acrescenta – apesar de ele ser muito valente, bom e sagaz, a mulher dele, Dadá, era conhecida como arengueira e mandona, o que os impedia de formar um grupo coeso.

Sentindo-se sem rumo, os cangaceiros resolveram entregar-se às autoridades, uns tendo ido para a Bahia, outros para Sergipe e Alagoas. Vinte e Cinco entregou-se ao sargento Juvêncio, em Poço Redondo, no dia 13/10/1938, de onde saiu para Piranhas, depois Santana do Ipanema, sede do 2º Batalhão da Polícia Militar, terminando na Penitenciária de Maceió, em companhia de Pancada, Cobra Verde, Peitica, Vila Nova, Maria Jovina, Barreira e Santa Cruz, que era seu sobrinho. AS

Na Penitenciária, passou quatro anos, onde aprendeu a ler e escrever com o professor Manoel de Almeida Leite, tendo deixado a prisão com o curso primário completo. Ali gozava de um certo privilégio, pois adquiriu a confiança suficiente para tornar-se o “chaveiro” da prisão.

Certa vez recebeu a visita do Promotor Público Rodriguez de Melo, o qual ao se inteirar da situação dos ex-cangaceiros afirmou que nada poderia fazer em favor deles, a não ser que surgisse um milagre e o fato chegasse ao conhecimento do presidente da República, Getúlio Vargas, haja vista que todos estavam presos sem nenhum processo formalizado, à disposição do governo do Estado.

Utilizando-se da confiança de que desfrutava Vinte e Cinco recorreu ao engenheiro Ernesto Bueno, que estava preso por crime de homicídio contra um cidadão de Coruripe, pedindo-lhe que, em seu nome, escrevesse uma carta a Getúlio Vargas expondo a situação vexatória em que se encontravam. Seu pedido foi atendido e, usando de uma manobra habilidosa, apelou para uma mulher de nome Maria Madalena, que era encarregada de vender os produtos de artesanatos que os presos fabricavam na Penitenciária, a qual escondeu a carta no seio e a postou nos correios.

Segundo relata Vinte e Cinco, Getúlio Vargas, depois de manter contato com o interventor Ismar de Góes Monteiro e com o Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, baixou um ato e pediu-lhes que os colocassem em liberdade, conseguissem empregos para todos, objetivando evitar o retorno deles à vida nômade do Sertão.

A saída dos ex-cangaceiros da prisão passou pelo crivo do Dr. Osório Gatto, que era Juiz da 1ª Vara da Capital, do Dr. José Romão de Castro, diretor da Penitenciária, e do Dr. José Lages Filho. Emitiram pareceres favoráveis à soltura, considerando, inclusive, a personalidade de cada um, pois todos se revelaram disciplinados, obedientes e não ofereciam nenhum perigo à sociedade, fazendo-se impositiva a liberdade vigiada de todos e que não voltassem a residir no Sertão.

Conclusão: Vinte e Cinco iria para a Faculdade de Direito, onde trabalharia como atendente, o que terminou não acontecendo, por razões circunstanciais, mas foi trabalhar no Orfanato São Domingos, depois na Granja da Conceição, em Bebedouro, e parou na Guarda Civil, durante 18 anos.

Certo dia, Vinte e Cinco estava prestando serviço como guarda-civil, em Jaraguá, ocasião em que o Dr. Osório Gatto, que o conhecia, parou o automóvel e, após breve conversa, perguntou-lhe se gostaria de ir trabalhar com ele no Tribunal Regional Eleitoral. Após a resposta afirmativa, disse-lhe que procurasse ler o Diário Oficial do dia seguinte. Dois dias depois estava trabalhando como segurança no TRE, tendo trabalhado ali durante nove anos, onde fez concurso interno para o cargo de escrevente e, daí, passou para Auxiliar Judiciário, que é hoje o cargo de Técnico Judiciário.

Diz não ter arrependimento da vida de cangaceiro, da qual só sente saudades, e agradece a Deus ter chegado aos 95 anos de idade gozando de boa saúde e crendo na previsão do Dr. Pedro Carnaúba, que acredita que ele chegará aos 100 anos, pelo que alimenta, agora, o sonho de publicar um livro sobre a sua vida.

AS ‡ ( Antônio Sapucaia)
Fonte: GazetaWeb.com
Foto: Aderbal Nogueira e Dr. Frederico Pernambucano/Google

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domingo, 18 de março de 2018

A ÍNDIA KATHAUÃ UMA CANGACEIRA DIFERENTE E JUSTICEIRA

Por José Mendes Pereira
Fonte da imagem: https://publicdomainvectors.org

A índia Kathauã era descendente dos índios Monxorós, Moxorós, Moçorós, e destes nomes nasceu a cidade de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte. Kathauã nasceu no ano de 1835, do século XIX, e o seu nascimento aconteceu bem próximo às margens  do rio Mossoró. Faleceu na sua terra natal no ano 1890, do mesmo século. 

Kathauã tivera um relacionamento amoroso com um bisneto do fundador de Mossoró, "capitão-mor Antonio de Souza Machado", com quem teve um casal de filhos, Kathauêr e Kathauyra, mas, posteriormente desistiu, dizia ela que não admitia ser governada por marido e nem por homem.

Kathauã era brava ao estremo, além do mais, justiceira na região que dominava. Além de ser índia, Kathauã era uma cangaceira do seu tempo, diferente das demais cangaceiras que viveram no meio dos seus homens que abraçaram o mundo da criminalidade na década de 30  do século XX, como por exemplo: Maria Bonita, Inacinha, Cristina, Dulce, Durvinha. 

Em 1853 quando a freguesia passou a ser cidade  aos 18 anos de idade Kathauã já exigia do primeiro prefeito de Mossoró  Antônio Freire de Carvalho que a cidade tinha que manter ordem, nada de bagunça, nada de desrespeito.

- Não admito que esta cidade criada recentemente seja desmoralizada. - Dizia Kathauã em uma reunião com o prefeito e vereadores.

- Sim senhora, dona Kathauã! Vou manter esta cidade com muita disciplina e servir de exemplo para outras por aí, fez o prefeito empossado. 

Em toda sua vida de justiceira Kathauã nunca usou armas de fogo para resolver problemas que aconteceram contra seu povo. Mantinha respeito e moral, confiando apenas na sua palavra, no seu arco de flechas, e nos seus dois longos chicotes, cada um com quase 3 metros de comprimentos, e que em nenhum momento, Kathauã se desgrudava deles.

Kathauã foi uma cangaceira bonita, elegante, charmosa, bem feita de corpo, com uma dentuça perfeita e lindo sorriso. Não admitia que homem nenhum a desrespeitasse. Aquele que por algum motivo qualquer tentasse um dedinho de  prosa que a incomodasse, já estava marcado para passar pelos seus malditos chicotes. Com um, ela laçava o agressor, trazendo-o para sua presença, e com o outro, ali, o sujeito recebia o castigo de acordo com o peso das palavras ditas contra ela.


Kathauã também não admitia que homem mexesse com honras de índias da sua tribo. E se isso acontecesse, montada em seu cavalo, procurava-o por toda região até o encontrar, e assim que colocava os seus lindos olhos nele, surrava-o e o obrigava viver com a índia deflorada. Ai daquele que não zelasse a esposa! O castigo seria dobrado, capava-o com macete, e ainda o expulsava da região, mesmo que fosse da sua tribo. 

Kathauã era uma moça justiceira que todos os homens quando a via, baixavam as suas cabeças diante dela. Ela os cumprimentava com um sorriso adocicado e educadamente, mas se a desobedecessem, seria castigados sem perdão, e era cobrado de várias maneiras. 

Aquele que gostava de judiar com pessoas idosas, com crianças, com pessoas deficientes e com aqueles que tinham problemas mentais ficava 1 hora dependurado pelos testículos, e a cada reclamação feita pelo castigado, a punição dobrava e dobrava muito. E se a judiação fosse feita por mulher ela seria dependurada pelos cabelos, permanecendo mais ou menos 2 horas no castigo.

Kathauã odiava ladrões. Quando alguém era roubado ela procurava descobrir o desonesto. Ao ter certeza quem era o indivíduo ou indivídua, o chicote trabalhava sobre o corpo deste ou desta. Mesmo sendo cruel com as suas leis Kathauã fazia de tudo para não usar injustiça. Qualquer desordem que acontecesse na região que governava na força e na raça, primeiro do que tudo, ela mesma monitorava o(a) indivíduo(a), e aos poucos, ia descobrindo se realmente era aquele(a) responsável pela desordem praticada. Kathauã não ameaçava ninguém, cumpria o regime criado por ela mesma.

A índia Kathauã no começo de ser justiceira tinha um grupo de capangas, e era em torno de 4. Insatisfeita com estes, resolveu acabar com o grupo, porque o que ela mais gostava, era  resolver sozinha os problemas que apareciam no meio do seu povo. Não temia homem de jeito nenhum. E ainda dizia: "- Ninguém é obrigado a me obedecer, mas se quiser viver no meio do meu povo, tem que respeitar as minhas regras. Quem não me obedecer saia do meio da minha gente, e se manda para o melhor lugar que encontrar por aí. Nesta região, sou eu, a grande justiceira".

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quarta-feira, 14 de março de 2018

CASARÃO DO CAP. ÂNGELO GOMES DE SÁ, SEQUESTRO DO CEL. DAVI JACINTO PELO BANDO DE LAMPIÃO.


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https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/787117011497245/

Esse imponente casarão, maltratado pela ação do tempo, fica localizado no sítio Cabaças Verdejante-PE, segundo moradores da localidade como o Sr. Manoel Henrique, essa casa pertenceu ao Capitão ÂNGELO GOMES DE SÁ, filho do Alferes Manoel Gomes de Sá e de Maria dos Anjos da Purificação, primeiro matrimônio com Maria Angélica de Jesus e o segundo com Feliciana Gomes de Sá, as esposas eram irmãs, filhas de Antônio Gomes de Sá irmão de Ângelo. O capitão Ângelo Gomes de Sá, era tio de David Jacinto de Sá, um dos fundadores da cidade de Verdejante-PE, Davi Jacinto nasceu em meados do ano de 1859 e faleceu com 85 anos de idade no dia 04 de dezembro de 1944. A fazenda Bezerros, hoje cidade de Verdejante, era distrito de Salgueiro, a sua localização e a distância entre as cidades de Salgueiro-PE e São José do Belmonte-PE, dificultava o comércio dos produtos agrícolas e outras mercadorias. Por volta de 1915, ano da grande seca, as lideranças do lugarejo sentiram a necessidade da criação de uma feira semanal para a comercialização de mercadorias, assim foi criada a feira aos domingos. No ano de 1917 o então prefeito de Salgueiro, o Cel. Romão Sampaio, tomando conhecimento da criação da feira, ordenou a sua proibição, destruindo as barracas e desarmando o chefe político David Jacinto. Em dezembro do mesmo ano, em campanha política, Agamenon Magalhães visitou a vila, e prometeu interceder, de fato cumpriu a promessa, inclusive devolvendo a arma do chefe político local David Jacinto. Na celebração das festas natalinas, o Padre Manoel Firmino, pároco de Salgueiro, sugeriu que fosse construído uma capela. As lideranças políticas e os chefes de famílias, se reuniram e acertaram a construção da igrejinha, o Sr. David Jacinto, e o seu cunhado Mariano Gomes de Sá e Cirilo Ribeiro fizeram a doação do terreno para a construção. Em forma de mutirão, a Capela foi erguida e inaugurada no dia 08 de dezembro de 1918 com a chegada da imagem de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, e uma celebração de uma festa.


“O sequestro do Cel. David Jacinto de Sá pelo bando de Lampião”

Em meados do ano de 1926, Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) invade e saqueia o povoado de Bezerros, o alvo era Cel. David Jacinto, o chefe político do lugar. Lampião exigiu a quantia de 10 contos de réis do coronel, que prontamente se negou a entregar a quantia. Lampião ficou muito irritado com a negativa, então, ordenou que os cangaceiros amarrassem o coronel de costas num jumento e o sequestrou. A esposa do sequestrado, a Sra. Joana Tavares de Sá (ou Joana Gomes de Sá, Joana Tavares Muniz) (Dona Joaninha), recorreu ao Cel. Veremundo Soares de Salgueiro, e ele empresta os 10 contos de réis para pagar o resgate, Dona Joaninha faz uma promessa, que se o seu esposo voltasse para casa a salvo, ela mandaria celebrar uma missa. Com o dinheiro emprestado por Veremundo, Dona Joaninha entrega a quantia ao Sr. Manoel Coelho e pedi que ele saia a procura do bando de Lampião, era do conhecimento que o grupo de cangaceiros tinha indo em direção da localidade chamada Carnaúba, então o dinheiro foi entregue pelo portador, Lampião solta o sequestrado e ele volta a salvo para sua casa. Para cumprir a promessa foi mandado celebrar uma missa e uma festa com os vaqueiros no dia 08 de dezembro, dando então início a tradicional Missa do Vaqueiro, que até hoje é realizada.

Por Cicero Aguiar Ferreira

Fonte de pesquisas: ACAVE (Associação Cultural e Artística de Verdejante), Manoel Henrique, Genealogia Pernambucana, documento digitalizado do cartório de Verdejante (assentamento do óbito de David Jacinto de Sá).
Fotos: (Igreja) foto de José Roberto Nogueira, (casarão) fotos de Cicero Aguiar Ferreira.


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FÓRUM CEARENSE DOS COMITÊS DE BACIAS EM FORTALEZA



Articuladores do Fórum
Cruz. Aconteceu, em Fortaleza, dias 08 e 09 de março, Reunião Ordinária do Fórum Cearense dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Ceará – FCCBH, realizado no Hotel Dom Cláudio e contou com as presenças dos representantes das doze Bacias Hidrográficas do Ceará: Bacia da Serra da Ibiapaba, Bacia do Acaraú, Bacia do Alto Jaguaribe, Bacia do Baixo Jaguaribe, Bacia do Banabuiú, Bacia do Coreaú, Bacia do Curú, Bacia do Litoral, Bacia do Médio Jaguaribe, Bacia do Salgado, Bacia dos Sertões de Crateús e Bacia Metropolitana.

Na pauta do Fórum: Palavras da Diretoria do FCCBH, Presidente da COGERH Dr. João Lúcio; Informes sobre a Participação da Delegação do Ceará no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, de 18 a 23 de março; Palestra sobre o Pacto pelo Ceará Sustentável; Debates e interações com a Plenária dos CBHs do Ceará; Apresentação dos relatos e informes dos representantes dos comitês de Bacias hidrográficas; Escolha de representantes suplentes para o Comitê da Seca e Ceará Sustentável e a realização da entrega da Comenda Antonio Ribeiro Zaranza 2017 ao Professor Alcides da Silva Duarte, 45, natural do Distrito de São Bartolomeu, Município de Cariús, no Ceará, nascido aos 22 de novembro de 1973, casado, residente em Jucás, desde 1974.
 
Prof. Alcides
 Antonia Nilce Pereira de Sousa falou sobre a criação do Comitê Nacional da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba que inclui partes dos territórios do Ceará, Piauí e Maranhão e que a Lei de criação já havia sido assinada, em Brasília, pelos Governos do Ceará, Piauí, Maranhão e Governo Federal, juntamente com os representantes das Sub-bacias do Rio Parnaíba.
 
Antonia Nilce
Ana Claudia e Marcia Caldas da SRH participaram das discursões do Fórum apresentando o Novo Decreto dos Comitês de Bacias Hidrográficas de 22 de dezembro de 2017.
A Federação das Associações do Município de Cruz -  FAC esteve presente na pessoa de seu Presidente Dr. Lima, que é membro do Comitê de Bacia Hidrográfica do Acaraú e foi indicado bela COGERH-Sobral para representar a instituição CBHA/COGERH, juntamente com Marco Rogério e Raimundo Pereira do DIBAU e Francisco Azevedo do Município de Massapê.

Foram dois dias de intensos debates, apresentações de propostas, trocas de informações e eleição suplementar para preencher vacâncias nos Comitê da Seca e Ceará Sustentável.
Os comitês estiveram muito bem representados pelas lideranças de suas respectivas bacias e foi confirmada a presença de uma Delegação do Ceará no 8º Fórum Mundial da Água em Brasília pela Doutora Márcia Caldas da SRH.

Vários encaminhamentos foram feitos pelo Fórum solicitando esclarecimentos ou inclusão na pauta do próximo Fórum dos Comitês Cearense de Bacias Hidrográficas do Ceará.
Foi mais uma realização do Fórum, que muito contribui para a integração com os membros dos comitês de bacias e de outras instituições que lutam em defesa de nossas águas, concluíram os sues participante.

Dr. Lima
Cruz/FAC/CBH-Acaraú